terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O poder da Cruz


Por Pr Marcelo de Oliveira

Jesus também não queria morrer.
Ele sabia o que estava por vir.
E ele sabia que não seria divertido.
Então, por que ele foi até o fim?
Porque, para vencer a morte,
Alguém, tinha de conquistá-la
de uma vez por todas.

É difícil imaginar qualquer coisa mais fraca que um homem pendurado numa cruz. Uma vez que está praticamente nu, ele está completamente vulnerável. Está exposto não apenas aos elementos, mas também à vergonha da sua nudez. O corpo dele está lá para que todos o vejam em toda a sua fragilidade.

A fraqueza da cruz também é física. Quanto mais tempo o homem fica na cruz, mais fraco ele se torna. O seu coração e a sua respiração vão enfraquecendo até que ele expira. Não há nada que ele possa fazer para se salvar da sua morte inevitável.

A fraqueza de um homem crucificado ajuda a explicar por que tantas pessoas rejeitam a Jesus Cristo. Talvez elas tenham ouvido falar do seu ensino. Elas sabem que a biografia dele está contida em algum lugar da Bíblia. Elas podem até acreditar que ele foi crucificado. Porém, isso não parece importar. O que há de tão significativo num homem que está pendurado numa cruz?

A velha e insensata cruz

Os cristãos acreditam que a crucificação de Jesus Cristo, com a sua ressurreição, foi o acontecimento mais importante na história do mundo. Para eles, a cruz de Cristo é a fonte de toda esperança e conforto. Contudo, a mesma cruz que é tão atraente (?) aos seguidores de Cristo é exatamente o que impede outras pessoas de se aproximarem dele.

Isso já era verdade nos dias de Cristo. Os judeus estavam procurando algo sobrenatural. Sob a ocupação romana, eles não controlavam nem a própria economia nem o próprio destino. Assim, os judeus pediam “sinais” (1 Co 1.22). Eles esperavam que Deus enviasse um rei que os libertasse da opressão romana. Eles estavam procurando uma libertação sobrenatural por meio de um guerreiro poderoso. Eles não acreditariam em Jesus a menos que ele lhes mostrasse um sinal milagroso.

Os gregos estavam procurando um tipo diferente de prova. Eles eram os intelectuais do mundo antigo. Eles passavam o tempo todo falando sobre nada mais que “as últimas novidades” (At. 17.21). quando se tratava de religião, os gregos eram racionalistas. Eles não acreditariam que Jesus era o Salvador do mundo até que alguém provasse isso a eles com uma prova que tivesse uma base racional. “Os gregos buscam sabedoria” (1 Co 1.22).

Essas posturas explicam por que nem os judeus nem os gregos demonstram muito interesse por Jesus Cristo. Ele era apenas um homem pendurado numa cruz. O Cristo crucificado era um obstáculo para os judeus. A Bíblia fala do “escândalo” (vs. 23) que impedia muitos deles de receber a salvação. O que é tão milagroso sobre um homem executado como um criminoso comum? Para os judeus, a cruz era um obstáculo porque ela era impotente.

Para os gregos, a cruz não era tanto um obstáculo quanto era uma insensatez. Onde está a sabedoria em ter uma morte na qual a pessoa é abandonada por Deus? Como podia o sangue de um só homem expiar os pecados do mundo inteiro? A cruz não impressionava os gregos porque não encantava o intelecto superior deles. Então, o Cristo crucificado era “loucura para os gentios” (vs. 23), como também “escândalo para os judeus”.

A cruz de Cristo permanece um obstáculo para a mente moderna. Muitas pessoas religiosas estão procurando exatamente o que as pessoas estavam procurando na época de Cristo. Como os judeus antigos, alguns estão esperando por um sinal sobrenatural. Isso explica a popularidade dos adivinhos e curandeiros da fé. A um preço pequeno eles revelarão o futuro ou executarão um milagre televisado.

Outras pessoas estão procurando pela sabedoria. Não muitas talvez, mas pelo menos algumas. Elas vão para a universidade. Elas estudam filosofia. Elas lêem sobre os mais recentes avanços na ciência humana. Quando se trata de religião, elas querem que Deus responda a todas as suas perguntas. Elas se recusam a acreditar em Jesus Cristo até que alguém possa desvendar os mistérios da criação, ou da liberdade humana, ou até mesmo, mostrar a prova física da existência da alma.

O mundo ainda está procurando por uma prova de inteligência ou um milagre. Mas tudo o que o Cristianismo oferece é um homem–Deus que morre numa cruz. Neste final de ano, convido você a refletir: “O que a cruz de Cristo representa para você”? Você ainda espera um sinal de Deus? Você ainda busca a sabedoria?

Olhe para a cruz, e lá, você verá o maior sinal e a maior demonstração da sabedoria que o mundo tanta procura: O nazareno crucificado, escândalo para os judeus, insensatez para os gregos, mas para nós, o poder de Deus!

“Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado” (1 Co 2.2).

Bibliografia: Carson, D.A. A cruz e o ministério cristão. Editora Fiel 2009
Boyce, James e Philip, Ryken. O coração da cruz. Ed. Cultura Cristã.

2 comentários:

  1. Poucas vezes li um estudo tão verdadeiro e bíblico como este. A verdade mostrada nele é, sem dúvida, a mais importante do Novo Testamento: a encarnação do Verbo.

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  2. Graça e paz Ayres.
    O Pr. Marcelo foi muito abençoado ao escrever esse texto. Ele conseguiu descrever de forma simples, mas profunda o que as pessoas pensam sobre a cruz de Cristo. Mas é interessante notar que o Senhor Jesus disse que quem quiser seguí-lo tem que tomar a cruz também. Não a literal, mas a do compromisso, do morrer para o mundo, mostrar para o mundo que Cristo vive em nós, é ser imitadores de Deus como filhos amados... Ser uma testemunha fiel.
    Cristo morreu a nossa morte para vivermos a sua vida.
    Fique na Paz!
    Pr. Silas

    PS: Parabéns pelo casamento, que Deus os abençoe.

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