quarta-feira, 7 de abril de 2010

A Cruz e a Coroa - A ética cristã


Por Reverendo Esli Soares

Para nós cristãos dois símbolos deveriam estar sempre em nossas mentes; a Cruz e a Coroa. A Cruz que nos lembra do maravilhoso sacrifício de Jesus em nosso lugar, e a Coroa que nos “fala” de sua majestade e glória. Estes símbolos devem dirigir as nossas atitudes, se bem que não eles, como se fossem algo mágico ou místico, e sim a interiorização (Salmo 1:2), como que um lembrete — ou melhor, um aviso — “Cristo morreu em nosso lugar” (Romanos 8:34) e “Ele voltará em majestade e glória” (Mateus 25:31).

Essa identificação com o sofrimento de Cristo e com sua Majestade promoverá em nosso íntimo duas perguntas bem objetivas: como você tem vivido a vida de Cristo que agora está em você? No Dia do Senhor, como você se apresentará diante Dele?

Essas perguntas, motivadas e constantemente lembradas por esses símbolos, devem ser, sempre, respondidas em cada uma de nossas ações. A cada passo ou decisões tomadas devemos sinceramente avaliar se o que vamos fazer “responde” de modo adequado a essas questões. Não por medo da condenação naquele Dia, o Dia do Juízo Final – afinal, estamos seguros em Cristo que nos lava de todos os pecados – mas por uma profunda certeza de que as chagas dele deveriam ser nossas.

E então, como que constrangidos por esse amor, devemos procurar em tudo ser santos como Deus, nosso Pai, é santo, ou seja, ser obedientes ao Pai como o próprio Cristo foi obediente até a morte e morte de cruz. Sabendo que esse mesmo Jesus que morreu, ressuscitou e vivo está agora, em breve virá para definitivamente (totalmente) assumir seu lugar de Rei e Senhor.

Entretanto, essa vida de santidade, de obediência irrestrita ao Pai, não é aquela que asceticamente ou impassivelmente caminha indiferente à vida cotidiana, como se não tocasse ou não fosse tocada pelas situações, problemas ou pessoas. O próprio Cristo chorou (João 11:35), se entristeceu (Lucas 7:13), irou-se, e mais, agiu energicamente (Marcos 11:17).

Santificação, motivada pela lembrança (meditação) em Cristo, simbolizada pelo pensamento cativo à Cruz e à Coroa, leva-nos em cada instante tentar de todo o coração, nos identificarmos com Ele! Procedendo da mesma maneira que Jesus, o Senhor; refletindo em nossas atitudes a vontade de Deus revelada em sua Palavra.

Esta vida de santidade é proposta e possibilitada pelo Santo Espírito, quando num comprometimento total, ou seja, num entregar-se a si mesmo (Romanos 12:1 e 2) à autoridade Dele, obedecendo seus mandamentos e vivendo de acordo com a Bíblia Sagrada (João 14:21).

Ter a Cruz e a Coroa sempre em nossas mentes não impedirá que sejamos tentados, ao contrário, as tentações podem até aumentar. Esses símbolos não manterão o mal afastado e nem garantirão vitórias e bênçãos financeiras ou mesmo uma saúde inabalável.

Mas ter como parâmetro de conduta da sua vida, do seu dia-a-dia, o amor eterno de nosso Deus e Pai que enviou seu único filho, que em sua maravilhosa graça (Cruz) nos transportou para seu Reino (Coroa), e nos garante a vida eterna, esclarecerá qualquer dúvida de como devemos proceder. E nos dará a força necessária para vencermos qualquer conflito que venhamos a enfrentar. São os que conhecem a verdade que são os verdadeiramente livres; livres pela verdade!

Que jeito será mais acertado de conhecer a verdade, e em consequência disso ser realmente livre (João 8:32), que manter a mente voltada para a Cruz (a morte) e a Coroa (a majestade) de Jesus, a VERDADE acima de todas as verdades?

(Texto publicado no 3º Boletim da IPT em 28/03/2010)

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