terça-feira, 27 de julho de 2010

Viva para Cristo, Não para você mesmo


Por John Piper

Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo Filipenses 3.7,8

Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória (João 17.24)

Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou (2 Coríntios 5.15)

Muitas pessoas se perturbam com a idéia de que Cristo morreu para exaltar a Cristo. Em sua essência, 2 Coríntios 5.15 diz que Cristo morreu para que vivamos por ele. Noutras palavras, ele morreu por nós para que nós o valorizemos muito. Ou seja, Cristo morreu para Cristo.

Ora, isso é verdade. Não é um jogo de palavras. A essência do pecado é que não conseguimos glorificar a Deus - isso inclui não glorificar ao Filho (Rm 3.23). Mas Cristo morreu para levar sobre si esse pecado e nos livrar do mesmo. Ele carregou a desonra que havíamos amontoado sobre ele com nosso pecado. Ele morreu para dar a virada nisso. Cristo morreu p ara a glória de Cristo.

A razão pela qual essa declaração perturba as pessoas é que soa como vaidade. Não parece algo proveniente do amor. Parece mudar o sofrimento de Cristo para exatamente o oposto do que a Bíblia diz que foi, ou seja, o ato supremo de amor. Mas na verdade, seu sofrimento inclui as duas coisas. O fato de que Cristo morreu para sua própria glória e morreu também para demonstrar amor não é apenas verdade, como também são a mesma coisa.

Cristo é único. Ninguém mais consegue agir dessa maneira e chamá-la de amor. Cristo é o único ser humano do universo que também é Deus, portanto, de valor infinito. Ele é de beleza infinita em toda a sua perfeição moral. E infinitamente sábio e justo e bom e forte. "Ele ... é o resplendor da glória e a expressão exata do ... Ser [de Deus], sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder" (Hb 1.3). Vê-lo e conhecê-lo satisfaz mais do que possuir todos os bens da terra.

Aqueles que o conheciam melhor disseram o seguinte:

... o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo (Fp 3.7,8).

"Cristo morreu para que vivêssemos por ele" não significa "para que o ajudássemos'". [Deus]" não é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse" (At 17.25). Nem Cristo. "... pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos" (Mc 10.45). Cristo morreu, não para que pudéssemos ajudá-lo, mas para que o pudéssemos ver e prová-lo como de valor infinito. Morreu para nos desmamar dos prazeres venenosos e nos enlevar com os prazeres de sua beleza. Nisso somos amados e ele é honrado. Não são objetivos que competem entre si. São o mesmo.

Jesus disse aos seus discípulos que tinha de ir para que pudesse enviar o Espírito Santo, o Ajudador (Jo 16.7). Passou então a dizer-lhes o que o Consolador faria quando viesse: "Ele me glorificará" (Jo 16.14). Cristo morreu e ressurgiu para que o víssemos e o glorificássemos. E essa a maior ajuda que existe no mundo. É amor. A oração mais repleta de amor feita por Jesus foi: "Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória" (Jo 17.24). Foi para isto que Cristo morreu. Isto é amor - sofrer para nos conceder prazer eterno, ou seja, ele mesmo.

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