terça-feira, 19 de julho de 2011

Os Falsos Profetas Têm Meios Próprios de Auto-Exaltação


Por Erwin Lutzer

Os falsos profetas normalmente chamam a atenção para si mesmos. Como Diótrefes, eles querem ter a preeminência 3 Jo 9). Pedro faz esta descrição vívida: "Porque, falando coisas mui arrogantes de vaidades, engodam com as concupiscências da carne e com dissoluções aqueles que se estavam afastando dos que andam em erro" (2 Pe 2.18). Alguns ralam coisas mui arrogantes tendo a audácia de dar ordens a Deus, dizendo-lhe o que fazer. Na televisão, vi um evangelista dizer a uma mulher que não tinha podido gerar filhos:

— O que você quer, menino ou menina? — Menino.
— Será um menino. Com olhos de que cor?
— Olhos azuis. — Ele terá olhos azuis. Quando você quer que ele nasça?
— Ano que vem.

— Ele nascerá ano que vem! Então, ele declara que se ela tivesse escolhido gêmeos, com certeza o teria! Imagine!

No entanto, o que acontecerá se este casal não tiver um menino de olhos azuis nascido ano que vem? E se tiverem uma menina de olhos castanhos nascida em dois anos? Ou... e se continuarem não tendo filhos? Eles dirão: "Fomos enganados por um falso profeta!"? Não, é mais provável que digam: "Se tivéssemos tido mais fé, Deus teria cumprido sua palavra em nossa vida". Na mente dos seguidores dedicados, os pretensos profetas sempre ganham; somente as pessoas comuns perdem.

Alguns chamam a atenção para si mesmos pela aparência. Nos primeiros dias da Igreja, Apolônio escreveu um documento sobre os falsos profetas, no qual disse que eles eram reconhecidos pelo vestuário e comportamento. "Diga-me, um profeta pinta os cabelos? Um profeta usa estíbio [uma substância luminosa, prateada e cristalina] nos olhos? Um profeta gosta muito de se vestir bem?" Os falsos profetas, afirmou ele, gostam de ser o centro das atenções. Todos temos de nos lembrar de que não é possível, ao mesmo tempo, exaltar a Jesus e a nós mesmos.

O ERRO DE PAULO EM ESTAR À ALTURA

Como Paulo seria classificado, se comparado a esses "superapóstolos"? Seria considerado fraco e desprezível. "Para minha vergonha, admito que fomos fracos demais para isso!" (2 Co II.21, NVI) Ele era muito "fraco" para usar as técnicas dos falsos profetas. Eles o fizeram parecer fraco, porque não era atrativo e capaz de pregar tão bem como eles; e mais, sua presença física não causava impressão. Um relato primitivo diz que Paulo era baixo, careca e tinha pernas tortas. Imagine o ibope se ele estivesse na televisão.'


Você já não acabou de ouvir? "Paulo não tem o que estes outros líderes têm... Queremos mestres que tenham bastante fé para que Deus pague nossos empréstimos; mestres que não tenham de sofrer. Queremos alguém que tenha o poder de repreender um espinho na carne do que viver com isto vitoriosamente!" E assim, enquanto Paulo estava disposto a continuar sofrendo pela causa da cruz, esses homens estavam oferecendo um caminho mais fácil e alternativo.

De forma interessante, no restante de 2 Coríntios II, Paulo argumenta que seu distintivo de autoridade não era sua habilidade de fazer milagres, mas o sofrimento que ele suportava (2 Co II.21-33)! Com efeito, ele está dizendo: "Vocês sabem que sou um verdadeiro apóstolo, porque Deus também me deu a graça de sofrer". Ele foi açoitado cinco vezes, fustigado com varas três vezes, apedrejado e náufrago. Tudo isso, e muito mais, é o que lhe deu credibilidade ministerial.


Os crentes em Corinto tiveram de fazer uma escolha: Eles queriam ser como Paulo, que não tinha dinheiro e sofria, ou queriam ser como os falsos profetas que usavam roupas luxuosas? Hoje, diríamos: "Queremos ser seguidores dos falsos profetas que usam correntes de ouro, relógios Rolex e têm carros importados? Ou estamos dispostos a seguir um Jesus que nos ensinou a sofrer?" Como fizeram os crentes em Corinto, temos de fazer uma escolha.

A mensagem e autoridade de Paulo vinham de Deus; as dos seus detratores vinham de Satanás. Ele afirmava que as marcas do verdadeiro profeta é sofrimento e dificuldade, não saúde e riqueza. Nem mesmo Jesus mudou o mundo através de milagres, mas pelo seu sofrimento. E sempre foi assim.


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