quarta-feira, 31 de agosto de 2011

ED RENÊ KIVITZ - UMA REFUTAÇÃO À HERESIA DESTE PASTOR BATISTA

Quem está certo - Ele ou ela?

Por Fernando Galli

De vez em quando chegam aos meus olhos e/ou ouvidos textos, mensagens e comentários de pastores que professam o Cristianismo, mas adotaram um proceder de questionar as Escrituras Sagradas. De início digo:

Creio no relato de Gênesis todo, porque aceitei a Cristo, o qual, através da obra do Espírito Santo de Deus em meu viver, dá-me a fé necessária para aceitar o relato como verdadeiro e inspirado. O próprio Jesus confirmou o relato. (Mateus 19:4, 5; João 8:44) Paulo também. (Romanos 5:12) E João também. (Apocalipse 12:9) Todavia, um "pastor" batista, denominado ED RENÊ KIVITZ, escreveu o seguinte texto, procurando reinterpretar Gênesis 3. E eu, que nem chego aos pés das Graduações Acadêmicas de tal homem, propus refutar o texto dele.
ED RENÊ KIVITZ - "Você pode interpretar a história de Adão e Eva como uma descrição de como as coisas aconteceram. Mas pode também interpretar como descrição de como as coisas acontecem. Pode ser uma história que conta como as coisas foram, ou como as coisas são. Pessoalmente, opto pela segunda alternativa. Não me interesso tanto em saber se as coisas foram daquele jeito ou não, não estou preocupado com a literalidade da narrativa, que aliás, me traz mais embaraços que esclarecimentos: houve mesmo um bonequinho de barro? antes de enganar o casal a serpente andava ereta? que fruta era aquela da árvore do conhecimento do bem e do mal, será que está sendo vendida na feira sem que a gente saiba que é ela? quais as coordenadas do jardim do Éden? será que os anjos com espadas de fogo ainda estão por lá?"
Fernando Galli - O "Eu" (você) pode interpretar a Bíblia do modo como se pretender, mas a questão é: Quem crê na Bíblia como a inerrante palavra de Deus não zomba das palavras dela. Não as satiriza. Será que o senhor Ed Renê seria homem o suficiente para se expressar dessa forma perante a pessoa de Deus? Sr. Ed Renê, como sou cristão e o Espírito de Deus habita em mim, não ouso questionar a Palavra de Deus como o senhor fez. O relato bíblico da ressurreição de Cristo também fala de anjos. (Mateus 28:5) Aliás, será que estes anjos ainda estão no local da ressurreição de Jesus, senhor Ed Renê? E o que dizer da própria ressurreição de Jesus, senhor Ed Renê? Que embaraçoso, não é mesmo? E que dizer dos milagres, como as curas, a multiplicação dos pães e peixes, a ressurreição de Lázaro? Entre crer na literalidade do relato da ressurreição de Cristo tais milagres e que sejam mitos para servir como história da salvação, qual será que o senhor optaria? Pela segunda também? Se Jesus não ressuscitou dentre os mortos, é vã a nossa esperança. (1 Coríntios 15:14) Quais são as cordenadas para a nossa fé cristã? Então, se o relato de Gênesis não ocorreu literalmente, Jesus veio aqui para morrer pelos pecados de quem? Do macaquinho que virou gente?
ED RENÊ KIVITZ - "A história de Adão e Eva visa a comunicar a ótica judaico-cristã da natureza humana, da relação entre Deus e o homem, da dinâmica da sociedade humana. O autor bíblico não está preocupado em descrever o processo mecânico natural da criação. Seu texto não tem pretensão das ciências duras, que tratam das engrenagens do universo natural através da física, por exemplo, mas das ciências do espírito, que têm por objeto a complexidade do humano e suas relações. Adão e Eva somos nós."
Fernando Galli - O relato bíblico, para o cristão verdadeiro, é literal enquanto não haja elementos para o considermos simbólico e provas suficientes de que a intenção divina era de escrever um texto simbólico. As palavras de Jesus, de Paulo e de João indicam a literalidade do texto de Gênesis, a menos que o senhor Ed Renê seja capaz de provar o contrário. Ademais, a literalidade do texto encaixa-se perfeitamente na história da salvação: O homem cai, e Jesus vem morrer por ele para resgatá-lo. Jesus é o último Adão (1 Coríntios 15:45), assim não sou Adão, e estou livre da condenação do pecado original sobre mim. Graças à morte e ressurreição de Jesus Cristo muitos foram libertos de tal condenação, portanto, sua comparação é de mau gosto, digna de quem está se desviando da doutrina cristã. E pior do que isso! Confia na ciência como meio de se provar o relato ou não. Será que a ressurreição de Cristo poderia ser provada pela ciência? Desculpe-me, querido, mas não estou um pingo interessado em crer em sua teoria.
ED RENÊ KIVITZ - "Os que pretendemos definir o bem e o mal, o certo e o errado, ambiciosos da autonomia auto-suficiente cuja finalidade não é outra senão a satisfação das nossas vontades e desejos sem fim. Todos os que optamos pela competição em detrimento da cooperação, a violência em lugar do diálogo, o olho por olho contra o perdão, o império do mais forte em vez da gratuidade, as relações de interesses egocêntricos, escusos e difusos em troca da generosidade e da partilha abnegada, a conquista pela força bruta às expensas da paz. Adão e Eva somos nós. Construtores de jardins de pedra e ferro, edificadores de comunidades muradas, empreendedores prepotentes, espoliadores da riqueza e da beleza dos bichos, do verde, das águas – extrativistas predadores. Todos quantos nos dedicamos à busca do prazer a qualquer preço, que nos contentamos com o máximo de felicidade pessoal em termos de conforto e satisfação individuais, presos nas garras da Sensualidade-sensorialidade, pés fincados na terra, carne agarrada à carne, a orgia pluri-glutônica viciante e viciada-anestesiada."
Fernando Galli - Novamente, senhor Ed Renê, embora suas palavras possam, nesse trecho, fazer sentido em vários aspectos, elas competem com a veracidade e a literalidade do texto inspirado por Deus. Com certeza, o evolucionismo lhe agrada mais, por isso "espiritualiza" o texto bíblico com boa propriedade, através de paralelismos evidentes, com finesse intelectual, para desmentir uma verdade corroborada por nada mais nada menos do que Jesus, Paulo e João. Mas como todo crítico da Palavra de Deus, certamente o senhor poderá se sentir coçado a dizer: Quem garante que tais personagens realmente estavam certos e escreveram ou dissseram tais coisas realmente inspirados por Deus? Acho que eu arriscaria afirmar: Lamentável, pastor!
ED RENÊ KIVITZ - "Adão e Eva somos nós. Fugitivos da realidade, fantasiosos, vítimas do pensamento mágico, iludidos pela possibilidade da reedição do paraíso perdido sem o concurso do divino. Adão e Eva somos nós. Também damos ouvidos à serpente. Também matamos irmãos. Também nos abandonamos ao hedonismo desvairado. Também queremos apenas nosso nome pronunciado com reverência. Adão e Eva somos nós. E somos também Caim, somos o povo ao redor de Noé, os empreiteiros da torre de babel. Mas somos também a descendência do filho da mulher, que esmaga a cabeça da serpente. Somos também Abraão. Sobre nós repousa um chamado sagrado: fazer benditas todas as famílias da terra. Gênesis não é um veredito. Gênesis é uma profecia: aponta a injustiça e o juízo, convoca ao arrependimento, suscita a esperança e promete a vitória d’Aquele cuja vontade é boa, perfeita e agradável: novo céu e nova terra."
Fernando Galli - Bom o seu truque textual, senhor Ed Renê. Novamente, a ressurreição de Jesus ocorreu, seria uma fantasia ou magia de quem a criou? Confesso que esperava tais palavras de um poeta, de um crítico textual ateu ou agnóstico, não de um pastor. O senhor se esqueceu de dizer que se mata também a história bíblica, a verdade de Deus, e se as ressuscita como textos humanos, com teor social, alegorizados para atualidade. Por isso afirmo, valendo-me de um texto literal, verídico, mas que com uma boa dose de liberdade textual, poderia em sua mesma linha de criatividade, espiritualizá-lo da seguinte forma:
  • Alguns são Adão e Eva quando creem que não foi bem assim que Deus disse. - Gênesis 3:4, 5.
  • Alguns são Adão e Eva quando diante de Deus se cobrem de vergonha da realidade bíblica para atender às exigências acadêmicas e se prostituir para conseguir diplomas. - Gênesis 3:7.
  • Alguns são Adão e Eva por se querer ser como deus, determinando quando a Bíblia fala a verdade e quando não. - Gênesis 3:22.
  • Alguns são a descendência da serpente, que ferem o calcanhar das Escrituras, mas serão feridos por toda a eternidade. - Apocalipse 22:19.
  • Alguns são Caim, que levam seus irmãos ao campo para assassiná-los espiritualmente com sua conversa fiada. - Gênesis 4:8.
A Bíblia diz que muitos se desviariam da fé por prestarem atenção a doutrinas de demônios. (1 Timóteo 4:1) Muitos são demônios também, por negarem a Palavra de Deus em troca de apoio popular, tendas cheias, salários pastorais altíssimos, enquanto missionários têm deixado de receber ajuda. Não sou perfeito, não tenho a menor chance de me equiparar aos diplomas do senhor Ed Renê. Mas sou cristão! E creio na inerrância da Palavra de Deus. Se eu não fosse cristão, certamente eu zombaria de um relato que, diante dos olhos da crítica textual e da ciência dura, são meros mitos, escritos por mãos humanas, inspirados não por Deus, mas pela própria vontade de escrever. -

DE QUE ADIANTA PREGAR TÃO BEM, PRENDER A ATENÇÃO DE MULTIDÕES, COM UMA MENSAGEM CRISTÃ, SE O INDIVÍDUO SE ACHA NO DIREITO DE QUESTIONAR E ZOMBAR DAS ESCRITURAS?

Predestinação Parte 1 e 2





terça-feira, 30 de agosto de 2011

Quando jogamos pérolas aos porcos


A Lei e o evangelho
Por John Stott

Depois que Deus fez a promessa a Abraão, ele deu a Lei a Moisés. Por quê? Simplesmente porque ele tinha de fazer as coisas piorarem antes que pudesse melhorá-las. A Lei expôs o pecado, afrontou o pecado e o condenou. O propósito da Lei era, por assim dizer, tirar a tampa da respeitabilidade do homem e expor o que ele realmente é abaixo da superfície — pecador, rebelde, culpado, sob o julgamento de Deus e sem esperança para salvar-se a si mesmo.

Hoje, deve-se permitir que a Lei faça a tarefa que Deus lhe confiou. Uma das grandes falhas da Igreja contemporânea é a tendência de abrandar o pecado e o julgamento. De maneira semelhante aos falsos profetas, nós tratamos da ferida do povo de Deus "... como se não fosse grave" (Jr 6.14; 8.11). Veja como Dietrich Bonhoeffer expõe essa ideia: "É apenas quando alguém se submete à Lei que ele pode falar da graça... Não acho que seja cristão querer chegar ao NT de forma muito rápida e direta". Jamais devemos ignorar a Lei e ir direto ao evangelho. Fazer isso é contradizer o plano de Deus na história bíblica.

Essa não é a razão pela qual o evangelho não é apreciado hoje em dia? Alguns o ignoram, outros o ridicularizam. Então, em nosso evangelismo moderno, jogamos pérolas aos porcos (e a pérola mais cara é o evangelho). As pessoas não conseguem ver a beleza da pérola, porque não têm o conceito da imundícia do chiqueiro. Nenhum homem aceita o evangelho antes que a Lei, primeiro, revele a esse homem sua própria natureza e essência. É apenas na escuridão profunda do céu noturno que as estrelas começam a aparecer, bem como também é apenas no pano de fundo escuro do pecado e do julgamento que o evangelho brilha.

Não admitimos nossa necessidade de abraçar o evangelho, para que este cure nossas feridas, antes de a Lei nos ter injuriado e derrotado. Jamais ansiaremos para que Cristo nos liberte antes de a Lei nos prender e aprisionar. Jamais buscaremos Cristo para ser justificados e viver, antes de a Lei nos condenar e matar. Jamais acreditaremos em Jesus, antes de a Lei nos levar ao desespero. Jamais nos voltaremos para o evangelho, para que este nos leve ao céu, antes de a Lei nos rebaixar até o inferno.

ESTUDO PARTE I - Pedro foi o Primeiro Papa?


O PAPA SEM POSSIBILIDADES DE ERROS EM MATÉRIA DE FÉ E MORAL

Por Pr. Alexandre Farias
Abro a série apologética com este artigo .
A história da igreja católica apostólica romana define o papa como alguém infalível no que tange assuntos espirituais. Ele nunca erra no campo da fé e moral.
O Concílio Vaticano I com a participação de bispos de toda a igreja definiu o poder Papal. Neste Concilio ficou acertado que o Papa possui a ajuda do Espírito Santo para ensinar em matéria de fé e moral e que ele não erra nestes 2 campos junto com o sagrado magistério. Quero pedir aos amigos católicos que estão lendo este artigo uma atenção a observação abaixo também.

(Obs: Como pastor eu tenho que dizer que alguns pastores evangélicos se colocam nesta posição – acreditam que não erram e possuem a revelação sobrenatural de Deus com ajuda do Espírito Santo acreditando não errar em suas decisões. Não aceitam ser questionados em suas ordens e querem que todos obedeçam sem perguntas...mas como o assunto é outro e já escrevi muito sobre isso em meu blog, basta acessar outros artigos sobre estes pastores).

Voltando ao assunto...
A infalibilidade papal é a doutrina católica que de grande importância ao catolicismo. Aquilo que o Papa em comunhão com o sagrado magistério definir em matéria de fé ou moral é o correto ou está sempre correto. OU seja.... O papa tem a palavra definitiva e não erra pela assistência do Espirito Santo que o preserva de erros em assuntos relativos a fé, moral ou costumes.
Quando o papa define alguma coisa no campo da fé e moral , aquilo que foi decidido transforma-se em dogma ou uma verdade imutável que todo católico deve aderir em sua vida religiosa. Isso se torna irrevogável, ou seja, aquilo que não se pode anular.
Se fosse anulada a infalibilidade seria colocada em jogo devido impossibilidade do erro. Isso torna a doutrina católica irreformável.
Está escrito: “O Papa, Bispo de Roma e sucessor de São Pedro, é o perpétuo e visível principio e fundamento da unidade, quer Bispos, quer da multidão dos fiéis”.
O QUE O CATECISMO DIZ SOBRE O PAPA?
O terceiro Catecismo de Doutrina Cristã, Editora Vera Cruz, pág. 44 DIZ : “O Papa, a quem chamamos também Sumo Pontífice ou romano Pontífice, é o sucessor de São Pedro na Sede de Roma, o vigário de Jesus Cristo na terra, e o chefe visível da Igreja”.
As diversas literaturas Católicas afirmam que Pedro foi o primeiro Papa, o livro “Católicos Perguntam” de Estevão Bittencourt, OSB, na pág 15, registra que o Papa é sucessor de São Pedro, aquém Jesus entregou o pastoreio de toda a sua igreja. Para dar base a sua tese, ele afirma que Pedro é citado 171 vezes no Novo Testamento, que Pedro é colocado em primeiro lugar porque foi o primeiro relatado na relação dos Apóstolos (Mt 10v. 20), e ainda diz que numericamente o 1° lugar é o 1° em dignidade e honra. Ele toma por base as passagens Bíblicas de Mateus 20v. 27/Marcos 12v.28-31/ Atos 13v.50/ Atos 28v. 17.
Para não ficar extenso o meu artigo vou apenas abordar um ponto apenas: Se Pedro foi o primeiro Papa e o papa nunca erra no campo da moral e fé, Pedro também erra no mesmo campo – da fé e moral.
Mas será que Pedro nunca errou no campo da moral e fé?

Este será apenas o inicio de um estudo mais reflexivo e que vai colocar muitos versículos bíblicos.
Desde Já quero avisar aos leitores que por ser um assunto da Igreja Católica Apostólica Romana vou usar a bíblia AVE MARIA ON LINE - http://www.avemaria.com.br/biblia/
Isso faz com que ninguém pense que estou puxando a sardinha para o lado dos evangélicos por ser pastor. Peço aos religiosos de plantão que não fiquem escandalizados por usar esta bíblia.
Pedro é o primeiro Papa? Pedro nunca errou?

Se Pedro foi o primeiro papa ele também não deveria ter errado no campo da fé e moral.
Não posso negar a importância de Pedro para o cristianismo, ele foi uma pessoa que teve a ajuda do Espírito Santo e reconheço o seu valor, mas não posso concordar que Pedro nunca errou em matéria de fé e moral pois a bíblia me mostra seus erros nestes 2 campos.
PEDRO COMO BEM AVENTURADO E ESCÂNDALO
Pedro teve uma revelação do Espirito Santo em um certo momento importante. Jesus perguntou aos seus discípulos quem ele era. Alguns acreditavam que ele era um profeta, mas Pedro com a revelação do Espírito Santo trouxe a resposta certa, mas depois de alguns minutos foi repreendido por Jesus de uma forma radical . Vou colocar os textos aqui mesmo para ganhar tempo, mas eu gostaria de que você pegue a sua biblia católica (se vc for católico) e confira se o texto está correto.
Leia em sua bíblia católica a passagem de Mateus 16 v.13-19 :
13 Chegando ao território de Cesaréia de Filipe, Jesus perguntou a seus discípulos: No dizer do povo, quem é o Filho do Homem?
14 Responderam: Uns dizem que é João Batista; outros, Elias; outros, Jeremias ou um dos profetas.
15 Disse-lhes Jesus: E vós quem dizeis que eu sou?
16 Simão Pedro respondeu: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!
17 Jesus então lhe disse: Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus.
18 E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
19 Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus
Foi o Espírito Santo que revelou a Pedro que Jesus não era um homem comum e nem um profeta , mas o filho de Deus!
Não pare sua leitura por ai...continue lendo : Veja que Pedro não teve a mesma revelação quando começou a repreender Jesus quando o mestre falava sobre a sua morte que é um marco espiritual importante para todo e qualquer cristão.
Vou usar uma bíblia católica para que ninguém venha a dizer que estou manipulando a palavra com a bíblia evangéliva – Vou usar a Bíblia Ave Maria on line
Mateus 16 v.21-13:
21 Desde então, Jesus começou a manifestar a seus discípulos que precisava ir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas; seria morto e ressuscitaria ao terceiro dia.
22 Pedro então começou a interpelá-lo e protestar nestes termos: Que Deus não permita isto, Senhor! Isto não te acontecerá!
23 Mas Jesus, voltando-se para ele, disse-lhe: Afasta-te, Satanás! Tu és para mim um escândalo; teus pensamentos não são de Deus, mas dos homens!
Pedro errou sobre um assunto espiritual! Ele foi chamado de escândalo por Jesus.
Jesus disse que os seus pensamentos eram de homens e não de Deus.
Não fui eu quem disse, mas o próprio Jesus. Você pode ver isso em sua bíblia católica.
Podemos fechar os olhos para essa informação?
Não. Os erros de Pedro não param por ai, ele era um homem como eu e você passível de erro. Você mesmo pode ler em sua bíblia católica para que a Palavra do Senhor fale ao seu coração.
Não. Os erros de Pedro não param por ai, ele era um homem como eu e você passível de erro. Você mesmo pode ler em sua bíblia católica para que a Palavra do Senhor fale ao seu coração.
Outro erro de Pedro foi negar a Jesus quando ele foi preso e estava apanhando no sinédrio. Pedro estava sentado no pátio e uma mulher veio até ele dizendo que ele estava com Jesus e Pedro disse que não o conhecia.
Mateus 26 v. 67 - 75
67 Cuspiram-lhe então na face, bateram-lhe com os punhos e deram-lhe tapas,
68 dizendo: Adivinha, ó Cristo: quem te bateu?
69 Enquanto isso, Pedro estava sentado no pátio. Aproximou-se dele uma das servas, dizendo: Também tu estavas com Jesus, o Galileu.
70 Mas ele negou publicamente, nestes termos: Não sei o que dizes.
71 Dirigia-se ele para a porta, a fim de sair, quando outra criada o viu e disse aos que lá estavam: Este homem também estava com Jesus de Nazaré.
72 Pedro, pela segunda vez, negou com juramento: Eu nem conheço tal homem.
73 Pouco depois, os que ali estavam aproximaram-se de Pedro e disseram: Sim, tu és daqueles; teu modo de falar te dá a conhecer.
74 Pedro então começou a fazer imprecações, jurando que nem sequer conhecia tal homem. E, neste momento, cantou o galo.
75 Pedro recordou-se do que Jesus lhe dissera: Antes que o galo cante, negar-me-ás três vezes. E saindo, chorou amargamente.
Pedro nunca foi uma pessoa infalível e livre de erros. Jesus não tinha a infalibilidade como presente para o ser humano – seja ele quem fosse – porque iria contra a sua própria palavra.
PEDRO ERROU NO CAMPO DA FÉ E MORAL
ERRO MORAL – Ele mentiu – Ele foi mentiroso em dizer que não o conhecia Ele andava com Jesus ! Como poderia dizer que ele não o conhecia?
Além de ser pecado, metir é uma questçao de conduta moral.
A Bíblia diz em Efésios 4:25 “Pelo que deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo, pois somos membros uns dos outros.”
Êxodo 20:16 “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.”
Pedro deu um falso testemunho contra o seu próximo.
A mentira é abominável ao Senhor:
Provérbios 12:22 “Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor; mas os que praticam a verdade são o seu deleite.”
A Bíblia diz em 1 João 2:4 “Aquele que diz: Eu o conheço, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade.”
Mas você pode estar dizendo: Mas Pedro errou como nós!
É verdade, por isso ele não pode ser o primeiro papa e nunca pode provar que (se é o papa como a doutrina catolica romana diz) possuia a infalibilidade. Esta é a prova de que todo e qualquer homem possui erros.
ERRO DA FÉ – Ele queria que Jesus tivesse compaixão dele mesmo e não se entregasse para ser morto, mas a morte de Jesus foi o ato de precioso do próprio Deus! Jesus foi o ultimo sacrifício na cruz.
João 3v. 14-17 :
14 Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim deve ser levantado o Filho do Homem, 15 para que todo homem que nele crer tenha a vida eterna.
16 Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.
17 Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele.
Na passagem de Mateus 16, Pedro recebeu a orientação do Espirito Santo em um momento, mas deixou com que a sua vontade como ser humano tomasse conta dos seus pensamentos.
Isso mostra que qualquer ser humano pode errar e estar baseando-se em seus pensamentos humanos. Porque o Papa não pode errar no campo de moral e fé como Pedro errou?
O nosso sentimento humano preservaria Jesus da morte, mas se isto acontecesse o nosso pecado não seria perdoado. O sangue de Jesus purifica o ser humano de todo pecado
Bíblia Ave Maria – Apocalipse 1 v.5-6 :
5 e da parte de Jesus Cristo, testemunha fiel, primogênito dentre os mortos e soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, que nos lavou de nossos pecados no seu sangue
6 e que fez de nós um reino de sacerdotes para Deus e seu Pai, glória e poder pelos séculos dos séculos! Amém.
A palavra inabalável, quer dizer, “que não pode ser abalado, firme” : A posição de Pedro foi inabalável referente a possibilidade de Jesus não se entregar como ultimo sacrifício?
Se Jesus fosse na opinião de Pedro - A igreja nem existiria, pois Jesus é a essencia do Cristianismo e a sua morte é a chave para o reino dos céus.
No próximo artigo sobre o Papado vou analisar com você se é possível Pedro ser a pedra que a igreja esta fundamentada.
Deus abençoe e até a próxima.
Não pretendo ofender a ninguém, quero apenas colocar alguns pontos para ser pensado e analisado diante da regra de fé do cristão – A Bíblia (como faço com a igreja evangélica também). Sei que todo católico possui ou deveria possuir a Bíblia - ela deve ser sua regra de fé.

Um cristão pode praticar vale-tudo? Pastores e teólogos debatem sobre o tema



Mesmo sem ter um versículo bíblico proibindo a prática, a maioria condena, dizendo que o vale-tudo não condiz com os princípios do cristianismo .

O MMA (Artes marciais mistas) é hoje uma das modalidades esportivas que mais cresce no mundo e também no Brasil, que por sinal possui os melhores lutadores do esporte. Com o crescimento do MMA, também vieram as criticas a modalidade, que chegou a ser banida de alguns estados nos EUA por ser muito violenta. No final de semana passado, foi realizado no Brasil o maior evento deste esporte, o UFC Rio que lotou o HSBC Arena e foi um sucesso segundo seus organizadores.

Um dos maiores lutadores do UFC é Vitor Belfort, que na maioria de suas lutas agradece a Deus após vitórias e usa o calção com o nome Jesus escrito. Declaradamente cristão, Belfort explicou em recente entrevista a ligação entre a religião e a luta dizendo que o que ele faz no octógono não é uma briga, e sim uma competição.

Além de Vitor que desta vez apenas comentou as lutas, outro atleta cristão estava no UFC, o estreante capixaba Erick Silva, que a exemplo de Belfort, entrou com o nome Jesus escrito no calção e tem como um de seus apoiadores o Senador evangélico Magno Malta.

Diante desta relação, o portal Gospel Prime procurou pastores e teólogos para saber o que eles pensam deste esporte. Um cristão pode praticar tal esporte? É licito ao crente em Jesus assisti-los?

“Eu não vejo embasamento bíblico favorável, mas também não vejo o contrário”, disse o pastor Ariovaldo Júnior, do Manifesto Missões Urbanas. Ele acredita que a prática hoje é mais esportiva e ”não tem mais nada a ver com os vale-tudo onde havia graça em esmurrar o outro além das condições humanas”.

Biblicamente falando, Ariovaldo Júnior diz que não há menções que condenem o esporte. “Eu gosto do UFC por celebrar um esporte que ainda não tem influências do feminismo. O feminismo determina tudo hoje em dia, até o nosso modelo de ‘cristão ideal’ está mais pra figura de uma mulher do que pra um homem de verdade. A propósito, lutas de diversos tipos foram contemporâneas de Jesus e de Paulo (que viveu inclusive em Roma), porém não vemos nenhuma recomendação contrária à prática esportiva”, diz o pastor do Ministério Sal da Terra em Uberlândia – MG.

Violência e cristianismo

Já o pastor Geremias do Couto, da Assembleia de Deus, considera o esporte inadequado para o cristão. “Respeito quem participa e assiste (a tentação é grande!), mas a violência que o caracteriza conflita com os princípios de vida do Cristianismo. Há outros esportes saudáveis que podem muito bem atender a nossa necessidade de entretenimento e, sobretudo, de cuidados físicos.”

Couto diz que pode sustentar seu posicionamento lembrando de versículos como o de Gálatas 5 que fala sobre a temperança, assim como quando Paulo fala que tudo nos é licito, mas nem tudo nos convém. “Sei que no caso desse esporte não se trata de uma agressão gratuita, por vingança ou por maldade mesmo, mas de qualquer modo é uma forma de agressão consentida. Alguém vai sair arrebentado”, diz o pastor assembleiano.

“Aquilo é selvageria”, disse o teólogo Rodrigo Weronka, ele não concorda que um cristão deva participar ou assistir esse tipo de competição. “Como chamar de esporte um negócio que visa arrebentar o oponente?”, questiona.

Weronka fala sobre a diferença entre esportes perigosos como a Fórmula 1, e esportes “brutos” como ele classifica o MMA. “Uns podem dizer que na F1 o carro pode matar o piloto, mas na F1 o objetivo não é esse. E no vale-tudo, o ‘vale tudo’ é vencer o oponente, massacrando o cara”, disse.

Ele também não utiliza nenhum fundamento bíblico para basear suas convicções, apenas diz que a prática não condiz com os valores passados pela Palavra de Deus. “Não consigo aceitar uma brutalidade como o vale-tudo como esporte ou mesmo como algo para entretenimento cristão. Mas é claro que não tem um verso ‘não lutarás MMA’, isso é uma questão contemporânea. Deduzo pelos parâmetros bíblicos do amor ao próximo que arrebentar a cabeça de um ser humano, criado por Deus, por ‘esporte’ é ridículo”.

Princípios bíblicos

Geremias do Couto também fala que o esporte em questão foge dos princípios bíblicos. “Biblia não trabalha simplesmente com regras. Ela trabalha com princípios, que devem ser aplicados nas mais diferentes circunstâncias. Há muitas outras coisas das quais a Bíblia não fala de forma explícita, mas por causa dos princípios que ela nos oferece podemos fazer bem as nossas escolhas e evitar aquilo que não glorifica a Deus. Paulo escreveu: “Quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus”, 1 Coríntios 10.31. A grande pergunta é: esse esporte glorifica a Deus?”

O mantenedor do portal apologético NAPEC vai mais longe: ”Pergunte a um cristão se uma tourada é um esporte bacana. Não, dirão em coro! Judiar do pobre animal não é certo. E a caça esportiva? não é certo!. Então seria ético arrebentar outro ser humano numa competição esportiva?”

Vale-tudo na Igreja

Weronka também critica a prática de lutas dentro da igreja, como acontece na Igreja Renascer, que chegou a ser notícia no canal NatGeo (National Geographic) por montar um ringue dentro da igreja e promover a luta como “forma de evangelismo”.

“Uns dizem que o vale-tudo pode ser uma estratégia de evangelismo, então “vale tudo” para ter os jovens ali?” questiona Weronka que não concorda com o fato de uma igreja evangélica apoiar esse tipo de esporte.

“Sob a desculpa pragmática dos ‘fins justificam os meios’ a igreja vai ficando com a cara do mundo. E se a igreja deve ficar assim, prefiro ser um esquisito e manter a ortodoxia bíblica”, critica o teólogo.

domingo, 28 de agosto de 2011

Mentalidade Imediatista


Por Pr Anselmo Melo

Um senhor de idade avançada estava cuidando da planta com todo o carinho, quando um jovem aproximou-se dele e perguntou:

- Que planta é esta que o senhor está cuidando?
- É uma jabuticabeira - respondeu o senhor.
- E ela demora quanto tempo para dar frutos?
- Pelo menos uns quinze anos - informou o senhor.
- E o senhor espera viver tanto tempo assim? Indagou irônico o rapaz.
- Não, não creio que viva mais tanto tempo, pois já estou no fim da minha jornada - disse o ancião.
- Então, que vantagem você leva com isso, meu velho?
- Nenhuma, exceto a vantagem de saber que ninguém colheria jabuticabas, se todos pensassem como você...
Autor desconhecido.

Infelizmente essa mentalidade imediatista tomou conta de nossa sociedade, todos querem “pra já”. O conceito de que bênçãos são como pastéis vendidos na feira se tornaram comuns em nossas Igrejas. Acontece assim em nosso relacionamento com Deus, agimos como se ele fosse uma espécie de “gênio da lâmpada” e sua obrigação é a de satisfazer nossas necessidades e desejos.

Deus é um Pai amoroso e tem prazer em nos ajudar, em atender as nossas orações, ele quer ser íntimo de seus filhos e ver que somos pessoas felizes e completas.

Em sua palavra ele afirma: ”E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á; Porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate abrir-se-lhe-á.” Lucas 11:9, 10

No entanto, assim como a jabuticabeira, algumas coisas precisam acontecer no tempo certo, determinadas coisas demoram mais tempo que outras e muito daquilo que julgamos hoje ser uma necessidade pode servir para nos afastar de Deus.

Quando criança ouvi de uma professora na escola dominical uma frase: _Deus sempre responde nossas orações, só que nem sempre na nossa hora ou do nosso jeito. Algumas vezes ele diz não, em outras sim e em outras ocasiões: Espere.

Submeta-se a vontade de Deus, ele sempre sabe a hora certa para que determinadas coisas aconteçam em sua vida.

Fonte: A Pedra

Como Herdamos a Pecaminosidade de Adão?


Por Phil Johnson

Como nós entramos neste estado? A Bíblia joga toda a culpa em Adão. Romanos 5:12 diz: "por um só homem [Adão] entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram." O pecado entrou no mundo por Adão, e então passou a todos os homens. O pecado de Adão trouxe morte espiritual – depravação total - sobre toda a raça. 1 Coríntios 15:22 diz: "em Adão, todos morrem".

Lembre-se que nós somos pecadores antes de cometermos qualquer ato evidente de pecado. Nós nascemos com a mácula do pecado. Na verdade, é apropriado dizer, como o fez Davi, que nós somos pecadores desde o momento da nossa concepção (Sl 51:5). Os teólogos referem-se a isto como o “pecado original”.

"Cinco versículos seguidos atestam de formas diferentes que o pecado de Adão corrompeu a raça inteira. Adão, como cabeça representativa da raça humana, mergulhou a todos nós no pecado."

Então como a culpa de Adão foi passada para você e para mim? Essa questão torna-se complexa e há várias opiniões teológicas diferentes que foram propostas para explicar este processo. Se você quiser aprofundar-se na pergunta, recomendo o livro de John Murray: A Imputação do Pecado de Adão ou os sermões de Martyn Lloyd-Jones em Romanos 5. Um dia desses, trataremos com mais atenção do assunto “pecado original”.

Nesta série, entretanto, não é realmente necessário entrar em grande detalhe na pergunta de como o pecado foi transmitido a nós a partir de Adão. É suficiente afirmar o fato de que o pecado de Adão nos condenou. Sem entrar profundamente em todos os mistérios que cercam esta pergunta, simplesmente declaremos o que a Palavra de Deus tem a dizer sobre o assunto: "pela ofensa de um só, morreram muitos" (Rm 5:15); "o julgamento derivou de uma só ofensa, para a condenação” (v. 16); "pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte” (v. 17); "por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação” (v. 18); "pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores” (v. 19).

Cinco versículos seguidos atestam de formas diferentes que o pecado de Adão corrompeu a raça inteira. Adão, como cabeça representativa da raça humana, mergulhou a todos nós no pecado. Mas nós não podemos ficar à distância e apontar o dedo para ele em uma tentativa de nos desculparmos. Nós herdamos a culpa dele bem como a sua pecaminosidade. Somos tão condenáveis quanto Adão. A pergunta sobre como a culpa dele foi passada para nós não é tão importante quanto a realidade de que isso de fato aconteceu. Nenhum fato em toda a filosofia ou religião é atestado com tanta evidência empírica. Toda a descendência de Adão – com uma significativa e divina exceção – tem sido formada por pecadores. Nós nascemos moralmente corruptos.

Quero chamar sua atenção a um par de corolários desta doutrina. Primeiro, sugere que Adão foi uma pessoa histórica. Aqueles que querem tratar os capítulos iniciais de Gênesis como simbolismo ou mito destroem a doutrina do pecado original. Se Adão não foi um indivíduo histórico, nada disso faz sentido. Não há nenhuma explicação razoável para definir como a nossa raça tornou-se pecadora, a menos que o relato da queda em Gênesis 3 seja literalmente verdadeiro. Portanto, a pecaminosidade de toda a humanidade testemunha a respeito da veracidade do relato bíblico da queda.

"Se Adão não foi um indivíduo histórico, nada disso faz sentido. Não há nenhuma explicação razoável para definir como a nossa raça tornou-se pecadora, a menos que o relato da queda em Gênesis 3 seja literalmente verdadeiro."

Segundo corolário: Aqueles que negam que natureza humana é pecadora são culpados de ignorância voluntária. A universalidade da pecaminosidade humana é irrefutável. É patente. Todas as pessoas que conhecemos são pecadoras. Não há qualquer evidência que corrobore o mito de que as pessoas são básica e fundamentalmente boas.

O pecado original não é uma marca secundária na alma humana. Ele corrompe todos os aspectos de nosso caráter. Preste atenção nas palavras de Romanos 3, onde Paulo resumiu a doutrina da depravação universal. Estes versos vêm logo depois de dois capítulos com argumentos que mostram que os pagãos, os gentios moralistas, e até mesmo os judeus religiosos são todos pecadores perdidos. Em Romanos 3:9-18, Paulo conclui e estabelece com clareza e de forma inequívoca :

Nós já demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado [ele vinha provando este ponto por dois capítulos]; como está escrito [e aqui ele cita uma série de textos do Antigo Testamento]: “Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer”. “A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura”; “são os seus pés velozes para derramar sangue, nos seus caminhos, há destruição e miséria; desconheceram o caminho da paz”. “Não há temor de Deus diante de seus olhos”. Esse é exatamente o ponto em que começamos esta série, não é mesmo? Os não-crentes são incapazes de amar, temer, confiar, ou obedecer a Deus. Eles podem enganar a si mesmos pensando o contrário, mas isso só prova a falsidade de um coração doente pelo pecado.

sábado, 27 de agosto de 2011

Como você agiria com um amigo "cristão" homossexual?

Entrevistado: John Piper



Pr. Renato Vargens fala sobre os artistas e o movimento gospel.


Por Renato Vargens

Se não bastassem os altos cachês cobrados pelos artistas do denominado movimento "gospel", é comum observarmos que boa parte destes, trazem no bojo de suas apresentações inúmeras exigências contratuais, que vão da hospedagem em um hotel 05 estrelas, a um camarim recheado de frutas tropicais, alimentação requintada e bebidas especializadas. Junta-se a isso, o fato de que muitos cantores evangélicos, exigem a contratação de seguranças e carros blindados, cujo objetivo final é não permitir com que os "fãs" se aproximem do artista e do seu staff.

Caro leitor, lamentavelmente temos visto muita gente boa vendendo a alma para as gravadoras e rádios, negociando conceitos e valores, abandonando suas vocações e chamado cristão, pagando assim um preço altíssimo pela fama e o sucesso.

Sinceramente este mercado gospel me enoja! O simples fato de saber que homens e mulheres em nome de Deus se tornaram "artistas gospel" mercadejando a mensagem da Salvação Eterna, me deixa escandalizado. Confesso que não suporto mais ver a paganização do cristianismo, nem tampouco a comercialização da fé. Infelizmente em nome de Cristo, os chamados artistas de Deus se perderam no caminho, optando por atalhos que definitivamente os afastaram do centro da vontade do Senhor.

Diante do exposto pergunto: Qual a diferença dos chamados artistas gospel para os artistas seculares? Ambos não cobram cachês? Qual a diferença das músicas cantadas? Ambas não são para entretenimento do ouvinte? Qual a diferença entre seus fãs clubes? Ambos não adoram seus ídolos? E quanto as suas canções? Não são ambas antropocêntricas? Ora, vamos combinar uma coisa? Esta historia de artista gospel é uma verdadeira vergonha. Afirmar que seus shows fazem parte de um ministério cristão é no mínimo afrontar o conceito bíblico de serviço.

Ah! Que saudade da boa música, ministrada, cantada, com unção, cujo interesse era simplesmente engrandecer o nome de Deus! Que saudade, do louvor apaixonado, que brotava do peito dos adoradores como um grito de paixão e amor.

Definitivamente a coisa está feia! Minha oração é que o Senhor nosso Deus nos reconduza a sala do trono e que lá possamos adorá-lo integralmente entendendo assim, que a glória, o louvor, a soberania pertence exclusivamente a Ele.

Pense nisso!

Renato Vargens



Como podemos ser responsabilizados por nossa própria inabilidade?


Phil Johnson


A Confissão de Westminster declara a doutrina de depravação total nestes termos: "O homem, caindo em um estado de pecado, perdeu totalmente todo o poder de vontade quanto a qualquer bem espiritual que acompanhe a salvação, de sorte que um homem natural, inteiramente adverso a esse bem e morto no pecado, é incapaz de, pelo seu próprio poder, converter-se ou mesmo preparar-se para isso." (Cap. IX, seção 3).

"Em outras palavras, os pecadores não têm nenhuma habilidade para fazer bem espiritual que mereça o favor de Deus ou Seu perdão. Eles são completamente antagônicos à verdadeira retidão."

Cada elemento desta declaração é crucial. Note precisamente que tipo de inabilidade é descrita aqui. Não é uma inabilidade para fazer coisas boas. É uma inabilidade para "qualquer bem espiritual que acompanhe a salvação". Em outras palavras, os pecadores não têm nenhuma habilidade para fazer bem espiritual que mereça o favor de Deus ou Seu perdão. Eles são completamente antagônicos à verdadeira retidão. Eles estão desesperadamente em escravidão ao pecado. Eles não podem salvar-se ou até mesmo tornar-se adequados à salvação de Deus. Eles não têm nenhum apetite pela verdade espiritual, nenhuma habilidade para entendê-la. Portanto, eles não têm a menor possibilidade de acreditar na verdade ou apropriar-se da salvação por quaisquer meios.

Em João 8:44, Jesus disse aos Fariseus: " Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos". Os desejos deles eram corruptos, e era uma corrupção que emanava do próprio núcleo da sua natureza. Jesus disse que eles eram como o diabo. Ele continuou dizendo: "[O Diabo] jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira".

A implicação é: Vocês estão no mesmo barco. Na verdade, ele estava dizendo àqueles fariseus: É da natureza de vocês serem maus. Não há nenhuma forma de fazer com que você se torne alguém que você não é. "Pode, acaso, o etíope mudar a sua pele ou o leopardo, as suas manchas? Então, poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal." (Jeremias 13:23)

"Nossa vontade é livre para escolher de acordo com nossos desejos, mas não é livre para determinar esses desejos."

Neste ponto, alguns leitores perguntarão: "Se as coisas são assim - se nós somos pecadores por natureza, totalmente incapazes de ser outra coisa – como pode um Deus justo considerar-nos responsáveis por isso? Não seria justo ordenar a um paraplégico que ele corresse a maratona e depois castigá-lo porque ele é incapaz de fazê-lo, seria?"

Mas a nossa inabilidade não é a inabilidade de um paraplégico; é uma inabilidade da vontade. Nossa inabilidade não procede de uma falta de faculdades físicas, racionais, ou cognitivas. Procede de uma inclinação moral errada – uma vontade que está firmemente posicionada contra a verdade e que não tem nenhuma inclinação para desejar de outra forma.

Todas as nossas faculdades - nossas mentes, emoções, e vontades – funcionam muito bem. Isto é, nós podemos pensar, agir e escolher livremente de acordo com qualquer dos nossos próprios desejos e motivações. Mas este é precisamente o problema: nossos desejos e motivações são exatamente as coisas que o pecado corrompeu. Nossos desejos são defeituosos. Assim a própria vontade está inclinada contra a retidão. Nossa corrupção é, portanto, uma depravação deliberada. É um defeito moral, e não o tipo de inabilidade que impede um paraplégico de correr uma corrida.

A depravação inclina a vontade de um pecador caído para amar o pecado, de forma que a retidão de Deus torna-se moralmente repugnante. O pecador torna-se incapaz de amá-lO, incapaz de escolher obedecer à Sua lei. É um defeito moral e, portanto, o próprio pecador é moralmente culpável.

Mas a vontade humana não é livre? Em um sentido ela é, mas no sentido normalmente empregado pelas pessoas e que faz com que os mais liberais usem a expressão "livre-arbítrio", a vontade não é livre. Ela está escravizada pelo pecado.

"Portanto nossa inabilidade não é nenhuma desculpa para nossa pecaminosidade. É precisamente o oposto. É a própria razão porque estamos condenados."

Nossa vontade é livre para escolher de acordo com nossos desejos, mas não é livre para determinar esses desejos. Nossa vontade é livre no sentido de que nossas escolhas não são forçadas sobre nós ou compelidas através de pressão externa. Mas nossa vontade não é "livre" no sentido de ser soberana sobre a nossa natureza moral. Nós não podemos, por um ato da vontade, mudar nosso caráter para melhor. Esse é o ponto enfatizado em Jeremias 13:23: O pecador tem exatamente a mesma habilidade para transformar seu próprio coração e fazer com que este faça o bem que o leopardo tem de remover suas manchas.

Em outras palavras, a depravação corrompe o nosso coração e perverte todos os nossos apetites. Ela inclina a nossa natureza de tal forma que passamos a amar o pecado. Desejos maus, então, governam as escolhas que fazemos. E já que nós fazemos essas escolhas livremente e com grande satisfação, nós somos culpados por elas.

Portanto nossa inabilidade não é nenhuma desculpa para nossa pecaminosidade. É precisamente o oposto. É a própria razão porque estamos condenados. O pecado flui do próprio centro de nossas almas. O coração daquilo que somos é mau. Nós somos "por natureza, filhos da ira" (Efésios 2:3). É por isso que nós fazemos coisas más. Disse Jesus: "Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem." (Marcos 7:21-23)

Em outras palavras, nós não somos pecadores porque pecamos; nós pecamos porque somos pecadores. Nós nascemos pecadores, e todos os nossos atos de pecado procedem desse fato.

Fonte: Bom Caminho

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Morra pela verdade

Por C. H. Spurgeon



Haraquiri teológico - Parte 2: a ignorância não protege ninguém!


Por Jorge Fernandes Isah

A doutrina do "não-senhorio de Cristo"[1] nada mais é do que a repaginação de outra distorção, uma nova vestimenta para algo velho também chamado de antinomismo [gr. Anti=contra + Nomos=lei, literalmente quer dizer contra a Lei], em que a obediência consciente, objetiva e voluntária à Palavra de Deus é confundida com o legalismo, e assim se tem uma justificativa para se transgredir a Lei, assumir a imoralidade, destruindo os fundamentos essenciais do Cristianismo, de forma que a igreja se torne ineficaz, não ultrapasse o limite que a torne em sal e luz em meio a uma sociedade transgressora e que cada dia mais rejeita qualquer noção, por menos que seja, proveniente da revelação divinamente expressa. É uma nova tentativa de anular o Evangelho e a obra completa de Cristo na vida do eleito; de anular o Evangelho e obra de Cristo na igreja; de anular o Evangelho e a obra de Cristo no mundo. Esses homens pregam o antievangelho, cujo fim é a morte.

O problema está sempre em abandonar aquilo que a Escritura diz e que foi corroborado através dos séculos pela igreja. Uma interpretação que suprima um princípio ou descontextualize a Bíblia implicará na heresia ou no erro [ambos se misturam de tal forma que é difícil separá-los, ainda que se tente fazê-lo tenazmente]. E aqui encontramos dois pilares do Cristianismo que têm sido alvos dos inimigos de Deus, os quais muitos que se dizem cristãos combatem ferozmente: a Escritura como palavra divinamente inspirada, inerrante e infalível, e a igreja. Não é interessante o empenho de quem diz ser a Bíblia a sua regra de fé, mas colocam-na sempre em dúvida? E igualmente interessante que exista uma igreja universal e celestial mas sem a necessidade de que haja um corpo local? Diz-se normalmente que a igreja é formada pelos salvos, de que são os homens e não os templos construídos por mãos que tornam-na igreja. E nisto, eu concordo. Porém, não é estranho que a igreja, para eles, seja um agrupamento etéreo, metafísico, diáfano, apenas formado pelas almas/espíritos dos eleitos? Sempre penso: onde entra o corpo nesse esquema, visto serem os homens formados por corpos/almas? Parece uma igreja de ficção científica, possível de se idealizar, mas impossível de se realizar aqui neste mundo.

Acontece que tem de haver uma fragmentação, dissociação, ruptura, na doutrina bíblica para poder se criar algo tão equivocado como a teologia do não-senhorio de Cristo. Seria o mesmo que se querer um cristianismo sem Cristo, onde ele apenas nos salvaria sem jamais ser o nosso Senhor. Seria negar toda a Escritura em seu princípio mais evidente: Cristo como Senhor e Salvador. Na maioria das vezes em que Cristo é apresentado na Escritura é-o como Senhor e como Salvador. A profusão de vezes em que a Bíblia se refere a Deus como Senhor é esmagadoramente maior do que quando ela se refere isoladamente a ele como Salvador. Em quase todas, quando se utiliza a designação Salvador para Deus, ela vem associada à palavra Senhor. É uma prova incontestável de que Deus não pode apenas salvar a quem não está debaixo do seu senhorio. Assim é-nos revelado que para sermos salvos é necessário que sejamos também escravos de Cristo. Separá-lo nada mais é do que se criar um outro cristo, um cristo não bíblico, parte de um cristianismo não-bíblico, não revelado; e que nem mesmo pode ter um "reino" visto não haver súditos para formá-lo. Penso que o autonomismo e a ignorância, tão vivamente difundidos nos últimos séculos, têm levado o homem a uma ruína cada vez maior, pois o tem lançado em um labirinto onde não há saída ou, quando muito, as "saídas" tem-no tornado ao mesmo lugar. Permanece-se o círculo vicioso em que o indivíduo necessita desesperadamente de ajuda mas não a quer, porque sequer imagina-se capaz de precisar dela; em sua autosuficiência ele definha-se enquanto se imagina enrobustecer.

Imaginemos um rato enjaulado. Ao se abrir a portinhola da gaiola, o que ele fará? Ainda que tenha nascido na gaiola e não conheça nada além dela, mesmo que se gaste algum tempo, ele se aventurará pela porta que o levará à liberdade. No caso do homem, ele não reconhece a porta, não a vê, e prefere manter-se preso entre as grades. Ele não admite que pode fazê-lo, e por isso não faz; então bate a cabeça nas grades, lança-se ao chão, escala as paredes e se joga lá do alto, corre desarvoradamente no cubículo, mas não pode ver a abertura que o tirará dali. A sua própria incapacidade de perceber o que é bom, legítimo e verdadeiro, coloca-o na única opção possível: perceber apenas o falso e enganoso, explorando-o à exaustão. Com isto não quero dizer que os ratos são melhores ou mais capacitados do que o homem, porque os ratos não vivem a realidade humana, nem estão afeitos às mesmas consequências que o homem. O rato não é um ser moral, não toma decisões morais, nem pode sofrer por tê-las ou não, já que não as têm. O rato não tem uma consciência que vá além das suas necessidades básicas: a sobrevivência. Ainda que seja um animal social, ao viver em bando, questões como o bem e o mal não lhe afetam, nem o move a decisão, mas apenas e tão somente a subsistência do bando. De certa forma, o bando é o "indivíduo" pelo qual o rato vive e existe. A sua realidade é outra; a sua liberdade é outra; o que o leva a sair não é o mesmo que leva o homem a ficar, ou o moveria a escapar; pois o homem, ao contrário do rato, é um ser moral, mesmo que ele a rejeite ou viva imoralmente. O fato de se ser imoral pressupõe a existência de uma moral, de forma que a imoralidade nada mais é do que a rebelião. E essa revolta é contra o próprio Deus, visto ser ele quem estabeleceu quais são os princípios morais e a ordem do homem ser dirigido por eles. Não há escolha! Portanto, quer se queira quer não se queira, o homem é e sempre será um ser moral; e toda a sua vida será guiada pelo desejo de se manter obediente a ela ou não. Apelar para a imoralidade representará apenas a não-obediência, como uma decisão que está anos-luz da ideia de neutralidade ou melhor, da ideia de nulidade ou de aniquilação da moral. A moral subsiste no homem, independente dele reconhecê-la ou não. Por isso a questão do homem que não pode ver a porta que o levará à liberdade é ainda mais grave: ele não a alcança exatamente porque sua consciência moral foi de tal forma afetada pelo pecado que o tornou escravo do pecado; mesmo que estivesse livre para fugir, não conseguiria.

Mas qual seria essa liberdade que o homem despreza? Cristo, ora! pois, "o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" [2Co 3.17]. Sem o agir do Espírito, o homem não verá a abertura, ainda que esteja tão próximo que, dado um passo, o levaria à liberdade; mas esse passo ele não pode dar por si mesmo. Foi o que o Senhor disse: "Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" [Jo 8.31-32]. E Paulo complementou, referindo-se exatamente ao senhorio de Cristo: "Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos" [At 17.28]. A vida de muitos é simplesmente mentirosa, falsa, de maneira que estão aprisionados em uma realidade atroz, sem chance de saírem pelos seus esforços. Eles permanecerão inúteis, e gastar-se-ão até à morte. Por isso, quando as pessoas dizem: "vou comprar uma Bíblia que tenha uma linguagem mais atual", eu entendo que isso signifique algo que seja diluído à exaustão até não haver mais mensagem alguma ali, de maneira que a ignorância seja alimentada e privilegiada... E para se ser ignorante, não é preciso muito esforço.

Quando as pessoas recusam-se a ler e estudar, se informarem além das ondas do JN ou da sopa de letrinhas dos tablóides diários, não querem nada além do manterem-se protegidos na ignorância.

Quando sites, blogs, livros, programas e workshops ditos cristãos refletem apenas a escuridão que há no homem, rejeitando completamente o Espírito revelacional, se tornam em farsantes como muitos insistem em não se assumir; tudo como parte de uma espiritualidade doentia e maligna.

A questão é que a ignorância não protege ninguém, antes lança-os no covil dos lobos, e ali, sem nenhuma proteção, além de serem assaltados serão devorados rapidamente. Vivemos tempos de privilegiar a desinformação, de privilegiar as sensações, de privilegiar tudo aquilo que pode tirar o homem da sua realidade, de forma que ele não a veja, e seja transposto para um local ainda mais escuro, tão escuro que ele é capaz de tropeçar nas próprias pernas. A Bíblia chama esse lugar de trevas, privação completa de luz. E a luz é Cristo, também chamado de a Palavra, na Escritura.

O que muitos distorcidamente alegam é que Cristo, como sendo a Palavra, não é necessariamente a palavra revelada expressamente; como se pudéssemos dissociá-lo da sua revelação, a mesma revelação que o revelou a nós. O próprio significado de "Palavra" para essa turma pode ser qualquer coisa: o espasmo de um cão hidrófobo, o suspiro de um gato preguiçoso, ou a letra "inspirada" da última sensação musical, ou qualquer lixo produzido sob inspiração diabólica. Deus pode falar ao homem de várias formas não autorizadas, e isso não é ignorância mas um alto nível de espiritualidade, ao ver deles; mas afirmar que ele se revelou integral e exclusivamente através da sua palavra inspirada é o atestado de estupidez, ainda ao ver deles. Paulo, inspirado divinamente, disse: "Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus" [1Co 1.18]. O que me leva a pensar: o que eles têm verdadeiramente? Além de si mesmos? Nada. E o que podem contribuir com o que têm? Nada. E ainda assim fazem péssimo uso do que têm; porque "àquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado" [Mt 13.12].

O único meio de se chegar ao conhecimento de Cristo é através da Escritura, que por ele foi-nos revelada, sendo ela a sua palavra. Mas as pessoas consideram possível tê-lo sem ser necessário tê-la; só é preciso que expliquem a si mesmas como se é possível conhecê-lo sem que ele seja revelado pela única fonte capaz de mostrá-lo. São as sutilezas do mal, como se houvesse delicadeza nas presas mortíferas de uma serpente.

Por isso, esse ideal maligno e rebelde de se ser salvo sem se ter um Senhor não pode continuar dragando vidas impunemente. Tem de ser revelado como aquilo que é em toda a sua desonestidade, imoralidade, como uma calamidade, uma desgraça que levará ao declínio, à degeneração, à impossibilidade real de consciência daquilo que se é e do que se precisa para deixar de ser, e se tornar no que se deve ser: igual, semelhante a Cristo. Ao se manter o homem numa espécie de satisfação doentia, um torpor psicótico com o pecado, está-se impossibilitado de viver a vida como Paulo nos disse que deveríamos viver, assim como ele vivia: "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim" [Gl 2.20].

O que todos os alvoroçados com a falsa representação mental de que se pode ser algo sem ser necessário sê-lo ainda não descobriram é que, como naquela velha história do cobertor curto, se cobre-se a cabeça, descobre-se os pés e vice-versa. Deus somente realizará a sua obra segundo os seus princípios, as suas normas e, por mais atraentes que possam vir a ser qualquer plano arquitetado pelo homem, devemos reconhecer que ele não é o plano divino. Sendo imperfeitos, pecadores e desobedientes, manejaremos aquilo que favorecerá a nossa imperfeição, pecado e rebelião. Ou seja, aperfeiçoaremos o imperfeito de forma que ele se tornará cada vez mais imperfeito. Seria como alguém diante de um doente, sem saber efetivamente o mal que lhe acomete, manejando uma prateleira de substâncias diferentes também sem conhecê-las, sem ao menos poder identificá-las, pois não apresentam rótulos. Certamente ele administrará um remédio que não curará o doente, piorando o seu estado. Sem saber quem somos e porque somos, qualquer solução será perigosa quando não mortal. Apenas Deus nos conhece, e tem o remédio na proporção correta e eficaz, capaz de curar. Desprezá-lo, e entregar-se aos seus próprios devaneios e loucuras, é o mesmo que considerar um privilégio estripar-se a si mesmo. E o haraquiri[2] nunca absolveu alguém, antes o que ele deixa evidente é a condenação.

Nota: [1] Leia a primeira parte deste texto AQUI
[2] Haraquiri - Técnica de suicídio praticada por membros da classe guerreira japonesa. A pessoa que comete haraquiri faz uma incisão em seu abdome, de determinada maneira prefixada, e estripa-se a si mesma. O termo japonês para designar esse ritual é Seppuku.
[3] Este texto é uma ampliação ao que foi publicado no blog "Cotidiano Cristão", cujo título é "Como ser 'salvo' e ainda ir para o inferno!"
[4] Indico, como complemento, a leitura do texto "O que não é, pode não ser mesmo, se não for. Mas, e se for?", bem como o livro do pr. John MacArthur Jr. "O Evangelho Segundo os Apóstolos", publicado pela Editora Fiel.

Fonte: KÁLAMOS