quinta-feira, 27 de outubro de 2011

5 coisas que se aprende do deserto de Jesus


Por Leandro Márcio Teixeira

Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo Diabo. E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome. Chegando, então, o tentador, disse-lhe: Se tu és Filho de Deus manda que estas pedras se tornem em pães. Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus. Então o Diabo o levou à cidade santa, colocou-o sobre o pináculo do templo, e disse-lhe: Se tu és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito; e: eles te susterão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra. Replicou-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus. Novamente o Diabo o levou a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles; e disse-lhe: Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares. Então ordenou-lhe Jesus: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás. Então o Diabo o deixou; e eis que vieram os anjos e o serviram. (Mateus 4:1-11)

Cinco coisas chamam a atenção neste texto. São elas:

1 – Se você é filho de Deus, Ele mesmo te enviará ao deserto. O versículo 1 diz que “foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto”. Às vezes podemos pensar que o inimigo nos levou até lá. A situação pode ser complicada, dolorosa, estar até mesmo no próprio vale da morte, mas tenha esta certeza: o seu Senhor é contigo. Esta é uma das diferenças entre os que crêem e os que não crêem: somos habitados por Deus – somos o Seu templo. O governo da nossa vida está inteiramente nas mãos do Senhor, mas para o bem. Sabemos, pela Bíblia, que mesmo a vida dos que não crêem está sob o controle do Pai. Contudo, são vasos da ira reservados para seu próprio fim. Não é assim conosco: Deus nos ama, e a obra de aperfeiçoamento que Ele começou não terminará até que sejamos como Cristo é. Acontece porque…

2 – O deserto é necessário. Se todas as coisas colaboram para o bem daqueles que amam a Deus, ir para o deserto é algo bom. Jesus foi para lá antes de iniciar o seu ministério terreno. Neste tempo, Ele ficou em oração e comunhão com seu Pai, preparando-se para a grande obra que viria a ser feita. Lembre-se, portanto, de consultar o Pai antes de qualquer empreitada, seja ela grande ou pequena. O Espírito Santo impeliu Jesus a um lugar onde ele pudesse ficar em contato maior com Deus Pai. Assim Ele impelirá cada um dos seus filhos, os quais são habitados por Ele, a buscá-lo cada vez mais. E às vezes isto significa que o Pai poderá colocá-lo em situações difíceis. Mas junto com a provação, ele dá também o livramento (1 Coríntios 10:13). E neste lugar…

3 – Você vai ser tentado. Para isto mesmo que Jesus foi ao deserto. Satanás estava lá, acompanhando de perto tudo o que estava acontecendo com Jesus. Então, as primeiras perguntas que ele fez foram para colocar dúvida acerca da identidade dEle: “Se tu és Filho de Deus…”. Tempos de provação podem fazer você duvidar de quem você é. É de suma importância que você confie na obra que nosso Senhor fez. Ele cumpriu toda a lei por você, pagou uma conta de morte que era sua, creditou a ti a vida eterna e reestabeleceu a comunicação entre você e o Pai. Como disse Jesus: “está consumado”(João 19.30). E também disse, falando das ovelhas do seu povo: “ninguém as arrebatará da minha mão”(João 10.28). A salvação do Senhor é muito firme. Curioso é que Satanás aparentemente sugere algo trivial, sem implicações espirituais: comida. Não há nenhum problema em pedir o alimento ao Senhor. Jesus até ensinou isto na oração-modelo do Pai Nosso. Contudo, Cristo não caiu na cilada. Ele sabia quem era. Assim, cada crente deve resistir às tentações, mantendo vigilância constante. Perceba também que, para tentá-lo…

4 – Satanás pode usar as próprias Escrituras de Deus na sua tentativa de engodo. Não dando certo sua primeira investida, e vendo que Jesus usou a Palavra, o Maligno procurou usar a mesma fonte que Cristo usou. Foi a mesma oferta de antes, só que usando a Bíblia! Que perigo! Pouco conhecimento pode fazer com que você abandone a Deus certo de que está indo ao seu encontro. Pode achar que está obedecendo ao Senhor, mas na verdade está o desafiando. Aqui reside uma grande falha de alguns crentes. O conhecimento raso da Palavra o torna vulnerável a qualquer vento de doutrina. Parece que o conhecimento bíblico de alguns se resume ao que eles escutam nas músicas evangélicas, que no geral, convenhamos, são fraquíssimas teologicamente. É como um soldado que pensa ter uma grande arma e, indo à frente da batalha, precisando usá-la, percebe que não passa de um canivete. Entretanto…

5 – A maneira que Jesus usou para se defender também foi citar as Escrituras. Não foram palavras de ordem, nem gritos, nem chavões, nem simpatias ou campanhas de sete, dez ou doze passos. A Palavra de Deus, dentro do contexto correto, em conformidade com a completude dela é que fez Satanás desistir de assediar Cristo. Resista ao inimigo e ele fugirá de vós (Tiago 4.7). No entanto, muitos tem medo da Teologia, ou a acham desnecessária. Bastam as experiências. Teologia não é somente para acadêmicos. Fazer teologia é estudar sistematicamente a Palavra, procurando entendê-la conforme a orientação do Espírito Santo. Ou seja, qualquer crente fiel faz teologia. Não estudá-la é coisa de crente preguiçoso e relapso. A voga da Teologia da Prosperidade e da Confissão Positiva, por exemplo, se deve à falta de compreensão de assuntos básicos da fé cristã.

Conclusão

Desertos são comuns na vida do cristão, como são também as tentações e provações. Mas somos instados pelo Senhor a resistir a elas, para que aprendamos e sejamos completos em tudo (Tiago 1.2-4).

Salva-nos, Senhor, nosso Deus, e congrega-nos dentre as nações, para que louvemos o teu santo nome, e nos gloriemos no teu louvor. (Salmos 106:47)
Fonte: NAPEC

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