sexta-feira, 30 de março de 2012

A religião do capeta…


Por Tim Carriker

Então o Diabo lhe disse: — Se você é o Filho de Deus, mande que esta pedra vire pão. Jesus respondeu: — As Escrituras Sagradas afirmam que o ser humano não vive só de pão. Aí o Diabo levou Jesus para o alto, mostrou-lhe num instante todos os reinos do mundo e disse: — Eu lhe darei todo este poder e toda esta riqueza, pois tudo isto me foi dado, e posso dar a quem eu quiser. Isto tudo será seu se você se ajoelhar diante de mim e me adorar. Jesus respondeu: — As Escrituras Sagradas afirmam: “Adore o Senhor, seu Deus, e sirva somente a ele.” Depois o Diabo o levou a Jerusalém e o colocou na parte mais alta do Templo e disse: — Se você é o Filho de Deus, jogue-se daqui, pois as Escrituras Sagradas afirmam: “Deus mandará que os seus anjos cuidem de você. Eles vão segurá-lo com as suas mãos, para que nem mesmo os seus pés sejam feridos nas pedras.” Então Jesus respondeu: — As Escrituras Sagradas afirmam: “Não ponha à prova o Senhor, seu Deus.”
Lc 4.3-12 (NTLH)

Quem procura expôr as Escrituras geralmente faz um esforço danado para identificar e enfatizar o cerne do evangelho de Deus. E assim, aprendemos muita coisa boa, sem dúvida.

Mas pouco se repara o “outro lado da moeda”, o evangelho do diabo. Sim, o capeta também tem os seus valores e procura promover sua própria versão de religiosidade. Vale a pena reparar bem a sua base e o seu conteúdo. Ambos podem ser discernidos da passagem acima onde o diabo “tenta” Jesus. Posso falar muito mais, mas quero focar somente as três frases que sublinhei na passagem. A primeira e a última revela a base ou o pressuposto do evangelho do diabo e a segunda, o seu conteúdo.

A frase, “se você é o Filho de Deus, mande” ou “…jogue-se” revela o pressuposto do diabo que essencialmente é o seguinte: os filhos de Deus tem o direito, ou até mesmo o dever, de exigir. E a exigência é segura com base no parentesco divino de quem manda. Sim, para o diabo, os crentes tem direitos e devem exigi-los! Conhece ministérios que se baseam neste pressuposto? de exigir, “em nome de Jesus” que as coisas acontecem? por exemplo, uma cura, uma bênção, ou uma libertação? Já ouviu pregadores famosos falando deste jeito? Sabe de onde vem este evangelho? Do capeta!

E qual é o conteúdo deste “evangelho”? …segunda frase sublinhada: riqueza e poder, em sumo, o evangelho da prosperidade. O diabo promete prosperdade, em forma de riqueza e poder. Jesus, entretanto, avisa que seus seguidores não terão nem onde encostar as suas cabeças.

Qual é o evangelho que você prega e preza? O do diabo, sem dúvida, é muito mais atraente.

Então, do capeta ou de Deus?

Oração

Pai, nos dá a clareza e a coragem de distinguir entre a tua voz e a do capeta. Em nome de Jesus. Amém.

Fonte: Ultimato

Sua igreja talvez não seja uma igreja se…


Por Jared C. Wilson

"Queremos ir a um lugar com estacionamento amplo, que nos dê um café de graça assim que entremos. Queremos sentar em uma cadeira confortável que vibra. Queremos uma banda bombante. Queremos ver fumaça. E um laser que desenhe uma cruz na fumaça. Queremos um bom cantor para cantar coisas confortadoras enquanto ouvimos admirados. Queremos um palestrante enérgico para aliviar nosso medo da economia e que nos inspire em não mais que 20 a 22 minutos. Então queremos ir embora sem ser incomodados, ter nossas retinas scanneadas para pegar nossos filhos, e vê-los descer do parquinho, depois de terem ouvido uma lição de ninguém menos que o próprio Bob Esponja Calças Quadradas, sobre obedecer aos pais e não mentir. E, se nos sentimos assim, queremos tudo isso novamente na próxima semana. Isso é o evangelicalismo."

Essa é minha paráfrase de um sermão recente de Matt Chandler na Village Church.

Um pastor de louvor e adoração visitou uma igreja local esses dias, uma pela qual até tenho certo respeito. Ele disse que não ouviu o nome de Jesus na mensagem. Já sabemos que muito do que se passa por evangelicalismo tem pouquíssimo, se é que tem, evangelho. É possível que muito do que se passa por “igreja”… não seja uma?

Aqui vão alguns sinais de que sua igreja talvez não seja realmente uma igreja.

Sua igreja talvez não seja uma igreja se…

Seu pastor raramente fala sobre Jesus. (Essa é fácil).
Seu pastor fala sobre Jesus, mas somente no estilo “siga seu exemplo”. (Você poderia ser um Mórmon ou mesmo muçulmano e pregar desse jeito).
As músicas de “adoração” são mais sobre como você se sente e o que você pode fazer, em oposição a quem Deus é e o que Ele fez.
A extensão do envolvimento de quase todos na igreja está limitada ao culto semanal.
Seu pastor não pastoreia as pessoas cara a cara, mas gerencia “sistemas” em seu escritório, 40 horas por semana.
Alguns desses sistemas são projetados para que o pastor interaja com o menor número de pessoas possível.
Você não se lembra da última vez que participou da Ceia do Senhor.
Muito do planejamento e foco na organização gira em torno de fazer um culto sensacional.
Você nunca ouve a palavra “pecado” por lá.
Você ouve a palavra “pecado”, mas apenas brevemente ou redefinida como “falhas”.
Você não se lembra a última vez que ouviu o nome de Jesus em uma mensagem.
A mensagem de Páscoa não é sobre a ressurreição, mas “novas oportunidades” na sua vida ou virar uma nova página.
Em feriados patrióticos, a mensagem é sobre quão grande nosso país é.
Nos outros fins de semana, a mensagem é sobre quão grande você é.
Há mais vídeos que orações.
Pessoas não cantam durante o culto de “adoração”, mas assistem.
As responsabilidades principais do pastor são coisas estranhas à Escritura.
Existe mais dinheiro investido em propaganda que em missões.
A maioria dos pequenos grupos gira em torno de esportes ou lazer, e não estudo ou serviço.
Você sempre se sente confortável lá.
Ser membro da igreja parece apenas um sistema de recrutamento de voluntários.
Você só encontra outras pessoas da igreja nos cultos de domingo.

Se sua igreja parece com uma ou mais dessas coisas, talvez seja uma torcida espiritual, um teatro religioso, um clube social cristão, ou alguma coisa totalmente diferente, mas, provavelmente, biblicamente falando, não é uma reunião da igreja bíblica.

Fonte: Iprodigo

quinta-feira, 29 de março de 2012

Três falsos evangelhos: prosperidade, terapêutico e missão integral.


Por José Bernardo

Como Satanás está arrastando milhares de adolescentes e jovens para fora da Igreja e para longe da fé? Porque a Igreja não está sendo capaz de perceber e conter essa evasão? Onde toda essa maldade e destruição estão se apoiando? Um olhar cuidadoso para o cenário faz perceber que a estratégia usada pelo inimigo tem sido um ‘cavalo de troia’, belo por fora e cheio de destruição por dentro: a religião do ‘bem estar’.

Apoiado em uma interpretação flexível da própria Bíblia, o inimigo vem minando a fé bíblica da igreja evangélica e substituindo por essa nova religião, ainda difícil de distinguir para muitos, mas definitivamente oposta ao que Jesus ensinou. Há três correntes principais desse neo-paganismo, três falsos evangelhos que a grande maioria dos crentes está seguindo para longe de Cristo. Tais evangelhos não tem poder para salvar, não oferecem os elementos para a perseverança na fé. Adolescentes e jovens aprendem tais heresias de seus pais e essa é uma razão central de seu desvio.

Primeiro, enumeremos esses três ataques malígnos:

O evangelho do bem estar material – ou a teologia da prosperidade, movimento religioso surgido nas primeiras décadas do século XX nos Estados Unidos da América. Sua doutrina afirma, a partir da interpretação de alguns textos bíblicos como Gênesis 17.7, Marcos 11.23-24 e Lucas 11.9-10, que quem é verdadeiramente fiél a Deus deve desfrutar de uma excelente situação na área financeira, na saúde, etc. Não mais capaz de seduzir a população norte-americana que emergiu das crises econômicas no pós-guerra, esse falso evangelho foi despejado na América Latina por tele-evangelistas, rapidamente absorvido aqui pelo nascente movimento neo-pentecostal e é hoje refugo lançado covardemente contra a África por uma equivocada ação missionária.

O evangelho do bem estar psicológico – movimento que visa a descoberta e o tratamento de problemas emocionais, como medo, complexos, baixa auto-estima, no intuito de que as pessoas sejam tratadas no espírito, na alma e no corpo, com ênfase na cura da alma. O movimento, também originado nos Estados Unidos, resultou do esforço de manter a Igreja atraente para uma sociedade cada vez mais materialista e egocêntrica e têm raízes, tanto no evangelicalismo histórico, como no movimento carismático. Entre os evangélicos históricos surgiu no condicionamento do aconselhamento cristão pela psicologia e psicanálise, entre os pentecostais, dos esforços de cura interior. Ambas as correntes proliferaram a partir dos anos 80 com a enxurrada de livros evangélicos de auto-ajuda e hoje são um mal perfeitamente institucionalizado.

O evangelho do bem estar social – é um movimento essencialmente político que utiliza elementos do Cristianismo como alegoria para facilitar a disseminação de idéias de diferentes pensadores socialistas. Seus defensores a apresentam como, por exemplo, “uma interpretação da fé cristã através do sofrimento dos pobres, sua luta e esperança, e uma crítica da sociedade e do cristianismo através dos olhos dos pobres”. O movimento surgiu no seio do catolicismo Latino Americano, na esteira da influência marxista, foi fortemente combatido e diminuido pela Igreja Romana, proliferou entre ditos evangélicos em alguns países da América Hispânica e influenciou o evangelicalismo brasileiro com mais força a partir dos anos 80.

Diagnose do insólito

As causas dessa monstruosidade espiritual

Embora pareçam propostas diferentes, as três correntes religiosas são extremos próximos, identificados por três ensinos heréticos centrais: a) Antropocêntrismo – O cristianismo defende a centralidade de Deus e apresenta o ser humano como inútil e sem valor, as três teologias malígnas retomam o ser humano como centro de tudo e fazem Deus gravitar ao redor de suas necessidades, desejos e ações; b) Temporalidade – O cristianismo aponta para a vida na terra como uma passagem de provação para um mundo novo e eterno, as três teologias corrosivas se concentram no que pode ser obtido imediatamente, fixando a quem pode seduzir no que é presente, temporal e passageiro; c) Materialismo – O cristianismo aponta para as coisas espirituais, invisíveis, as três correntes teológicas cativam seu público ao que é material e carnalmente desfrutável, são evangelhos da sensualidade.

Os falsos evangelhos da prosperidade, terapêutico ou da libertação se contrapõe ao verdadeiro Evangelho do Reino, que anuncia o governo soberano de Deus em Cristo sobre a vontade humana e leva ‘cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo’ 2Co 10:5. Tais evangelhos são produzidos pelos inimigos da cruz, seu deus é o ventre (Fp 3:19).

A endo-apologia combaterá com dificuldade esses ataques malígnos. Os falsos evangelhos se mimetizam com capricho, usando o vocabulário dos evangélicos, suas expressões e a própria Bíblia para surpreender e destruir a fé bíblica. Esses falsos evangelhos promovem uma interpretação flexível das Escrituras, baseada principalmente na dedução e em um criticismo pretensamente acadêmico e energicamente desconstrutor. No discurso, usam e abusam do palavrório apaixonado, como se estivessem militando por uma grande causa e, quando não funciona, abundam na irreverência, no sarcasmo, na ironia e na zombaria. Todas os três praticam também uma contra-apologia preventiva, acusando de reacionários, desumanos, anti-cristãos e fundamentalistas aqueles que se atrevem a ir contra suas ambições egocêntricas, temporais e materialistas. Dessa forma surpreendem, sequestram e escravizam uma igreja que deixou as Escrituras de lado para abraçar o sensacionalismo.

Mas o aspecto mais venenoso de tais falsos evangelhos, é que são virais, não estão baseados nas teologias alucinadas que os geraram, mas nas características de seus hospedeiros. Quando o apóstolo Paulo nos preveniu disso, disse: “Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas…” 2Tm 3:1ss. Não é a teologia maligna, principalmente, que faz essa maldade prosperar, mas a natureza egoísta que impede os seres humanos de clamarem pelo verdadeiro Evangelho do Reino: Seja feita a Tua vontade, ó Deus. Egoístas, egocêntricos, esses são os hospedeiros de evangelhos oportunistas, que contagiam os mais jovens e causam seu desvio.

Fonte: Evangeliza Brasil Via: Web Evangelista

quarta-feira, 28 de março de 2012

Resposta ao "apóstolo" Terra Nova sobre prosperidade.

Por Renato Vargens

Prezado Terra Nova,

Acabei de assistir um vídeo (veja baixo) onde o senhor ensinou que a prosperidade se dá exclusivamente pelo fato do individuo ser generoso financeiramente. Além disso, o senhor também afirmou que quanto mais os líderes e pastores forem prósperos, mais prósperos se tornarão os membros da igreja. O senhor disse também que se o líder espiritual for abençoado em suas finanças, toda a igreja será, e para justificar suas premissas o senhor usou o exemplo de Israel.

Caro Renê, lamento lhe informar, mais suas doutrinas estão absolutamente equivocadas. Em primeiro lugar é preciso que você entenda que do ponto de vista bíblico a prosperidade não se dá mediante o toma-lá-dá-cá pregado pelo senhor. Deus não se submete a trocas mesquinhas como as propostas pela teologia da prosperidade. Na verdade, as Escrituras nos ensinam que a prosperidade é fruto do trabalho. O reformador francês João Calvino acreditava que o homem possuía a responsabilidade de cumprir a sua vocação através do trabalho. Na visão de Calvino, não existe lugar para ociosidade em nossas agendas. E ao afirmar isto, o reformador francês, não estava a nos dizer de que homem deva ser um ativista, ou até mesmo um tipo de worhaholic. Na verdade, Calvino acreditava que a prosperidade era possível desde que fosse consequência direta do trabalho.

Prezado Renê, pelo que percebo o senhor advoga a causa de que a prosperidade e as riquezas são caracteristicas inquestionáveis àqueles que seguem a Cristo. Pois é, talvez para o Senhor o fato do cristão não experimentar prosperidade em sua vida aponta de forma exclusiva para a ausência da bênção de Deus.

Pois é, fico a pensar como seria se Pedro, Paulo e Tiago e os demais apóstolos vivessem entre os apóstolos do século XXI. Possivelmente seriam estigmatizados, desqualificados e repudiados por sua incapacidade em realizar ou decretar atos sobrenaturais de fé, como também confrontados pelos profetas da confissão positiva pelo fato de terem fracassado financeiramente.

Renê, por favor, pare, pense e responda: Por acaso eram os apóstolos ricos? Possuíam eles as riquezas deste mundo? Advogaram o ensino de que todo discipulo de Cristo deve ser rico? Ora, se fosse realmente verdade o que ouvimos e lemos dos bispos, apóstolos, e mercadores da fé que Deus quer que os seus filhos tenham sucesso e riquezas, então porque Ele não fez que Jesus nascesse numa família extremamente rica? Porque então Ele não escolheu doze apóstolos milionários, ou pelo menos não lhes conferiu riquezas? Não seria muito mais fácil conquistar o mundo assim?

Caro Terra Nova, me desculpe discordar, mas, penso muito diferente de você, acredito profundamente que se quisermos que nossas familias experimente prosperidade torna-se ncessário que invistamos em pelo menos dois aspectos:

1- Aumento de escolaridade.

Uma das principais marcas de um povo desenvolvido é educação. Infelizmente por fatores diversos, milhões de pessoas em nosso país vivem a margem da sociedade simplesmente pelo fato de terem abandoram a escola. Tenho plena convicção que ao voltar a sala de aula o crente será abençoado por Deus dando-lhe assim novas ferramentas que o ajudarão a experimentar a tão sonhada prosperidade.

2- Melhor qualificação profissional.

Prosperidade se dá mediante o trabalho. Invista na sua profissão. Faça cursos, participe de simpósios, leia muito e aprenda com quem sabe. Nesta perspectiva, seja o melhor sapateiro, eletricista, pedreiro, médico, dentista, advogado, professor e experimente das bênçãos do Senhor.

Renê, tenho plena convicção que se desejarmos construir um país decente e sério, necessitamos romper com alguns paradigmas que nos cercam. Nações bem sucedidas são aquelas que se empenham na construção de valores e conceitos como honestidade, equidade, ética e retidão.

Infelizmente no país do gospel e do decreto espiritual apóstolico, o trabalho nem sempre é visto com bons olhos, até porque nesta perspectiva neo pentecostal, o trabalho foi feito para gente miserável e desqualificada que precisa sobreviver.

Isto posto, afirmo que o tempo de mudarmos nossos conceitos e valores é esse, além é claro de semear no coração do crente em Jesus , a idéia de que o trabalho é reflexo de uma grande bênção divina, a qual deve ser valorizado e dignificado.



Fonte: Renato Vargens Via: Bereianos

terça-feira, 27 de março de 2012

Nossa Apologética Tem De Apontar Para Cristo


Por Nathan Busenitz

O alvo da apologética deve ser evangelístico e, assim sendo, sua mensagem deve estar centrada na pessoa e obra de Jesus Cristo. Ele é a resposta a todos os males sociais e a cada coração que o busca. “Mas nós pregamos a Cristo crucificado”, Paulo explicou aos coríntios, “escândalo para os judeus, loucura para os gentios” (1 Co 1.23). De maneira semelhante, disse aos crentes de Colossos: “o qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo” (Cl 1.28). Armado com o lema “para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Fp 1.21), Paulo enfrentou o mundo como embaixador de Cristo, rogando aos ouvintes “em nome de Cristo, vos reconcilieis com Deus” (2 Co 5.20). Ele jamais tomou uma posição apologética que não apontasse para Cristo. Quer no Areópago (At 17) quer no tribunal diante do governador romano (At 26), a defesa da fé feita por Paulo sempre era centrada no evangelho (1 Co 15.3-4).

Uma apologética que deixa de apresentar o evangelho por inteiro deixa no mesmo lugar os pecadores: ainda perdidos. Até confessarem Jesus como Senhor e crer que Deus o ressuscitou da morte, eles permanecem mortos em seus pecados (Rm 10.9). Sua eternidade depende do que farão com Jesus Cristo. À pergunta: “O que devo fazer para ser salvo?” Jesus é a única resposta (At 16.30-31). Para o problema do pecado, ele é a única solução. Como disse João Batista a respeito de Jesus: “quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (Jo 3.36).

Não podemos nos contentar com uma abordagem apologética que diminua ou negligencie o evangelho. Afinal de contas, nossa meta final não é apenas converter os ateus ao teísmo ou evolucionistas ao criacionismo, mas chamar os incrédulos (quer sejam eles ateus ou teístas, evolucionistas ou criacionistas) a receberem Jesus Cristo. Os argumentos quanto ao teísmo e criacionismo são importantes, mas a apologética cristã será incompleta se parar por aí e não proclamar o evangelho.

Uma ilustração disso está no fato de que muitos evangélicos deram grande valor à conversão do renomado ateu britânico Antony Flew do ateísmo para o teísmo. Ele documentou sua mudança de ideia no livro There is a God, onde admitiu que os argumentos do projeto inteligente o levaram a “aceitar a existência de uma Mente infinitamente inteligente”. [1] No fim do livro, Flew nota que poderia estar aberto ao cristianismo, mas não chega a reconhecer nenhum compromisso pessoal com Cristo. Por sua parte, Flew se identifica como deísta. [2]

Como avaliar esse tipo de conversão? Por um lado, alegramo-nos porque um renomado ateu renunciou publicamente seus erros anteriores. Podemos ser gratos pelos esforços daqueles que, por sua influência, o ajudaram a ver a falência filosófica do sistema ateu. Mas não podemos estar completamente satisfeitos com o resultado, pois o Professor Flew não se tornou cristão.

Quando o apóstolo Paulo esteve diante da oposição, quer no areópago quer diante de Festo e Felix, não se contentou apenas em convencer seus ouvintes da existência de Deus. Na verdade, eles já eram teístas. Contudo, eles tinham renhida necessidade de se reconciliarem com Deus, razão pela qual a mensagem de Paulo era centrada no evangelho de Jesus Cristo. Em uma época quando o ateísmo naturalista ganha aprovação popular, poderá ser tentador pensar que defender a existência de Deus deva ser nosso principal alvo. Mas se deixarmos de fora a mensagem cristocêntrica do evangelho, nosso trabalho apologético ficará incompleto. [3] Fomos comissionados a fazer discípulos do Senhor (Mt 28.18-20), não apenas teístas. Assim, pregamos Cristo crucificado a todas as pessoas, quer elas creiam quer não creiam em Deus.

[1] Antony Flew, There Is a God (New York: HarperCollins, 2007), 158.

[2] Antony Flew e Gary R. Habermas, “My Pilgrimage from Atheism to Theism: An Exclusive Interview with Former British Atheist Professor Antony Flew,” Philosophia Christi 6, no. 2 (Winter 2004). Online at www.biola.edu

[3] Se nos esquecermos da mensagem do evangelho que é centrada em Cristo, corremos o perigo de nos juntar a outros teístas, incluindo cristãos não evangélicos, em um esforço de convencer os não teístas a tornarem-se teístas.

Fonte: Blog Fiel

Bíblia não é papo de botequim


Por Bispo Walter McAlister

Existem assuntos que claramente cabem numa boa conversa de botequim. São esquentados. Não exigem muito conhecimento. São uma questão de gosto ou de opiniões formadas com muito pouco fundamento: Flamengo ou Vasco, PT ou DEM, globalização ou protecionismo, torresmo ou vegetarianismo, surf ou xadrez, chocolate ou baunilha.

Blogs não são botequins. São fóruns que existem, muitos deles, para que um teólogo, filósofo ou apologista contribuam com os seus pensamentos a um diálogo, em torno de assuntos de maior ou menor importância. Minha sobrinha tem um blog para mães chamado “Potencial Gestante”, por exemplo. Há blogs que tratam de inúmeros assuntos (política, saúde, consumo, criação de cachorros ou cavalos, e por aí vai), acrescentando informação e opiniões, influenciando e debatendo.

Mas teologia não é futebol, nem tampouco política. Teologia é a busca da Verdade contida nas Sagradas Letras. Tratar teologia requer ponderação, estudo, temor a Deus, um espírito voluntário, humildade pedagógica e amor pelas coisas de Deus, acima de tudo. Teologia requer um coração que considera a Bíblia uma autoridade à qual devamos nos submeter. A busca das verdades contidas nas suas páginas não é uma questão de se educar para afiar seus argumentos. É uma peregrinação por lugares sagrados. É um processo que nos faz ficar antenados à própria voz de quem nos criou.

Tenho aberto o assunto da eleição divina aqui no blog. Confesso que, em pouco tempo, me conscientizei do fato de não ser um fórum no qual poderei expor a doutrina com a clareza e riqueza que ela merece. É bíblica? Não há a menor dúvida quanto a isso. Como funciona? Quais são os critérios que Deus emprega ao eleger uns para a salvação? Bom, eu teria que ser Deus para responder isso. Sei que não há maldade no Senhor. Ele não é um Deus cruel. Ele não brinca com a sua criação. E não é menos misericordioso do que nós. Sim, muitos chegam a dizer, “como pode Deus…..?”. Chegamos ao absurdo de tentar interpelar Deus. “Se o que as Escrituras dizem tem mérito, então Deus é um monstro”, alguns chegam a ousar dizer. Que insensatez, meu Deus! Que arrogância! Nós, que somos o barro, apontamos um dedo de pó ao oleiro e o acusamos? Quanta jactância! Absurda atitude!

E então começam as farpas, as frases de efeito. A conversa de botequim “pega fogo”. Os “achólogos” se exaltam. Acusamos uns aos outros de loucos, irresponsáveis, idiotas, obtusos, radicais, frouxos e coisas piores. Para dizer a verdade, pecamos. Pecamos muito. Pecamos por falta de saber dividir bem a Palavra da Verdade, pois não somos obreiros aprovados. Aliás, vou até lembrar as palavras exatas de Paulo, como registradas em 1 Timóteo 2.15: “Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar e que maneja corretamente a palavra da verdade”.

Muitas das discussões que giram em torno do assunto da soberania de Deus, da sua eleição divina, são francamente vergonhosas. Com bravata, ânimos exaltados e uma parcela ínfima de conhecimento, muitos desfilam a sua vergonha e a sua absoluta ignorância das Escrituras. Não são obreiros aprovados. Entenda… tudo o que falamos, falamos perante a face de Deus. Todo debate acontece perante a face de Deus. E quando discursamos em torno da Bíblia, estamos tratando da PALAVRA DA VERDADE. Sua opinião, preferência e sensibilidade são irrelevantes. O seu fel é uma afronta a Aquele que sopra as Escrituras, pois “TODA Escritura é inspirada por Deus” (2 Tm 3.16a).

O próprio apóstolo, ao falar para o seu discípulo e Bispo de Éfeso, criado na disciplina das Sagradas Letras pela sua mãe e avó, o admoestou: “Reflita no que estou dizendo, pois o Senhor lhe dará entendimento em tudo.” (2 Tm 2.7).

As discussões que ouço não são fruto de reflexão. Nem tampouco me parecem fruto de leitura. São baseados no que alguém disse, no que alguém pregou, no que alguém opinou. E agora, com o peito cheio de ar quente, esbravejamos o nosso repúdio desinformado e irrefletido, ofendendo e fazendo pouco de pessoas que procuram mergulhar na Palavra da Verdade.  Mas… não fazemos isso para nos promover ou nos elevar acima dos demais. Não fazemos isso para achar um gancho pelo qual podemos nos considerar como superiores aos “ignorantes brutalizados e biblicamente analfabetos”. Se procuramos aprender, é porque amamos a verdade – A Verdade. Se o fazemos, é porque sentimos que. ao trilhar pelos caminhos do Senhor, acharemos paz para as nossas almas cansadas. Tomamos o jugo e aprendemos dele, que é manso de espírito.

Há calvinistas arrogantes? Claro. Assim como qualquer postura teológica tem os seus arrogantes. Pois gostam de ir para os “botequins” teológicos para dar uma safanada na cabeça dos que “nada entendem”. Que vergonha. Os jovens que acabam abraçando essaconvicção, e que ainda não entendem como a vida do próximo é preciosa, querem mostrar acima de tudo e do amor ao próximo que estão certos.

Meu Deus! A verdade nos liberta, não nos dá razão. Ter razão é vaidade. Quem quer “ter razão” está num projeto de vanglória e despreza o seu irmão. Creio que o meu tratamento deste assunto deve acabar por aqui. Mas eu seria omisso se não apontasse para recursos preciosos para os que querem se aprofundar no que é bom e edifica. 

Um dos livros que ajudará quem quiser realmente entender o Calvinismo é Vivendo para a Glória de Deus, de Joel Beeke (Editora Fiel). Outro, maior ainda, é A Glória da Graça de Deus, editado por Franklin Ferreira (Editora Fiel). Quero deixar bem claro aqui que não tenho vínculo com a Fiel. Mas são livros que recomendo simplesmente porque são ótimos para o real entendimento.

Sei que os botequins teológicos continuarão a ferver com os “achólogos” de plantão – obreiros ainda não aprovados, pois não sabem “manejar a palavra da verdade”, mas que, nem por isso, se inflamam por argumentos apaixonados e humanistas. O divino não é desumano. Mas o humano não é divino, tampouco.

Fica aqui o meu apelo. Aos que imaginavam que eu iria dirimir todas as suas dúvidas sobre o Calvinismo, peço copiosas desculpas. Não é possível fazê-lo num blog. Livros servem para isso  blogs não. Espero ter, no mínimo, mostrado o que está em jogo. Espero ter provocado os que honestamente querem entender o assunto. Então, sou calvinista? Não inteiramente. Tenho diferenças pontuais com muitas das afirmações de Calvino. Sou reformado? Sim. Acima de tudo, sou um Cristão, um que ama a verdade e A Verdade. Quero chegar ao Céu e levar todos que puder comigo. Não quero ofender, além da ofensa que já acompanha a proclamação da verdade. Procuro conciliar e arrazoar. É o meu compromisso aqui. Se algum mérito houver no que disse, fique comigo, pois é assim que continuarei a tratar os assuntos neste blog.

Que Deus tenha misericórdia de todos nós. Amém.

Na paz
+W.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Programa Conexão Repórter do SBT investiga supostos crimes de Marcos Pereira e apresenta novas testemunhas

O programa Conexão Repórter do SBT, do dia 22 de março tratou das sérias denúncias contra o pastor Marcos Pereira, vulgo pastor sonic, que foi acusado de uma série de crimes, incluindo: estupro, pedofilia, associação ao crime, formação de quadrilha, tráfico de drogas e outros.

A reportagem investiga as denúncias feitas originalmente por José Júnior, fundador do AfroReggae que em matéria da revista Veja chamou o referido pastor de “maior mente criminosa do Rio de Janeiro”, mas acrescenta um novo e importante componente denunciatório: o pastor Rogério Ribeiro de Menezes que ficou 17 anos no ministério, ficando seis anos e foi homens de confiança de Marcos Pereira. O pastor Rogério, que já foi objeto de matérias no Genizah, confirma e amplifica as acusações de José Junior e ainda oferece o relato de sua própria esposa, que segundo a versão teria sido violentada por Marcos Pereira.

Roberto Cabrini reuniu ainda outras testemunhas na linha da acusação e da defesa de Marcos Pereira e ainda apresentou uma exclusiva com o próprio pastor, que respondeu às suas questões na presença centenas de membros de sua comunidade, no templo da seita. Marcos Pereira negou todas as acusações, mas deixou, ele próprio, uma cicatriz exposta: falou de um problema de tentação carnal que teria enfrentado (não deu detalhes), mas que o mesmo teria apresentado a toda a sua comunidade em contrição e arrependimento.

Esta é a segunda reportagem de Cabrini tratando de Marcos Pereira. A anterior foi elogiosa e mostrou a presença hipnótica de Pereira entre presos e a população miserável da cidade do Rio de Janeiro.

Vale a pena assistir:

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Fonte: Genizah

Como podemos ter paz no vale


Por Rev. Hernandes Dias Lopes

A verdadeira paz existe e pode ser experimentada! Essa paz não se encontra nas farmácias nem nos boutiques famosas. Não está nas agências bancárias nem nas casas de shows. Essa paz não é encontrada no fundo de uma garrafa nem numa noitada de aventuras. Essa paz está centralizada em Deus. Ela vem do céu. É sobrenatural. Como poderemos experimentar essa paz, ainda que cruzando os vales da vida?

Em primeiro lugar, conhecendo o Deus e Pai de toda consolação. Deus é a fonte de todo consolo. Quando ele nos permite passar pelo vale, é para fortalecer nossa fé e nos aperfeiçoar em santidade. Quando ele nos leva para o deserto, nossas experiências tornam-se ferramentas em suas mão para consolar outras pessoas. É Deus quem nos matricula na escola do deserto. O deserto é o ginásio de Deus, onde ele treina seus filhos e, equipa-os para grandes projetos. Quando somos consolados, aprendemos a ser consoladores. Alimentamo-nos da fonte consoladora e tornamo-nos canais dessa consolação para os aflitos. Não há paz fora de Deus. Não há descanso para a alma senão quando nos voltamos para Deus. Não há consolo para o coração aflito fora de Deus, pois só ele é o Deus e Pai de toda consolação, que nos consola em toda a nossa angústia, para consolarmos outros, com a mesma consolação com que somos consolados.

Em segundo lugar, conhecendo a Jesus, a verdadeira paz. A paz não é ausência de problema, é confiança no meio da tempestade. A paz é o triunfo da fé sobre a ansiedade. É a confiança plena de que Deus está no controle da situação, mesmo que as rédeas da nossa história não estejam em nossas mãos. A paz não é um porto seguro onde se chega, mas a maneira como navegamos no mar revolto da vida. A paz não é apenas um sentimento, mas sobretudo, uma pessoa, uma pessoa divina. Nossa paz é Jesus. Por meio de Cristo temos paz com Deus, pois nele fomos reconciliados com Deus. Em Cristo nós temos a paz de Deus, a paz que excede todo o entendimento. Paz com Deus tem a ver com relacionamento. Paz de Deus tem a ver com sentimento. A paz de Deus é resultado da paz com Deus. Quando nosso relacionamento está certo com Deus, então, experimentamos a paz de Deus. Essa paz coexiste com a dor, é misturada com as lágrimas e sobrevive diante da morte. Essa é a paz que excede todo o entendimento. Essa paz o mundo não conhece, não pode dar nem pode tirar. Essa é a paz vinda do céu, a paz que emana do trono de Deus, fruto do Espírito Santo. Você conhece essa paz? Já desfruta dessa paz? Tem sido inundado por ela? Essa paz está à sua disposição agora mesmo. É só entregar-se ao Senhor Jesus!

E terceiro lugar, conhecendo o Espírito Santo como o nosso consolador. A vida é uma jornada cheia de tempestades. É uma viagem por mares revoltos. Nessa aventura singramos as águas turbulentas do mar da vida, cruzamos desertos tórridos, subimos montanhas íngremes, descemos vales escuros e atravessamos pinguelas estreitas. São muitos os perigos, enormes as aflições, dramáticos os problemas que enfrentamos nessa caminhada. A vida não é indolor. Mas, nessa estrada juncada de espinhos não caminhamos sozinhos. Temos um consolador. Jesus, nosso Redentor, morreu na cruz pelos nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação. Venceu o diabo e desbaratou o inferno. Triunfou sobre a morte e deu-nos vitória sobre o pecado. Voltou ao céu e enviou o Espírito Santo para estar para sempre conosco. Ele é o Espírito de Cristo, que veio para exaltar o Filho de Deus. Ele é o Espírito da verdade, que veio para nos ensinar e nos fazer lembrar tudo o que Cristo nos ensinou. Ele é o outro consolador, aquele que nos refrigera a alma, nos alegra o coração e nos faz cantar mesmo no vale do sofrimento. O consolo não vem de dentro, vem de cima. Não vem do homem, vem de Deus. Não vem da terra, vem do céu. Não é resultado de autoajuda, mas da ajuda do alto!

Fonte: Palavra da Verdade

Paulo e a Tradição Humana.


Por Vincent Cheung

Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus, segundo a promessa da vida que está em Cristo Jesus, a Timóteo, meu amado filho: Graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor. (2 Timóteo 1.1-2)

Como Paulo escreve em outro lugar, ele foi “circuncidado no oitavo dia de vida, pertencente ao povo de Israel, à tribo de Benjamim, verdadeiro hebreu” (Filipenses 3.5). Ele era um dos fariseus, uma seita muito rigorosa da religião judaica. Antes de se converter à fé cristã, tudo isso contava como algo, mas depois ele perceberia que seu pano de fundo não lhe rendeu nenhum favor aos olhos de Deus. Ele teria que se chegar a Deus de outra forma.

Lucas apresenta-o em Atos 7. Ele era chamado Saulo naquele tempo, e consentiu quando os judeus apedrejaram Estevão até à morte. De uma perspectiva não cristã, ou da perspectiva daqueles cegos para a verdade, Saulo era um judeu perfeito, um fariseu justo, um erudito altamente credenciado. Contudo, a verdade era que ele era um cúmplice do assassinato de um homem inocente. Em Atos dos Apóstolos, essa é a primeira coisa que aprendemos sobre ele.

Saulo continuou nessa direção, e Atos 9 registra que ele “respirava ameaças de morte contra os discípulos do Senhor”. Ele recebeu autoridade do sumo sacerdote para visitar Damasco, a fim de capturar e aprisionar os cristãos dali. Parece que uma pessoa que perseguiria, aprisionaria e até mesmo assassinaria outros deve ser séria sobre suas próprias convicções. De fato, ele era um homem zeloso. Mas como mais tarde admitiria, ele agiu em “ignorância e incredulidade”. Seu zelo não era informado pela verdade, e não procedia de uma abertura para com Deus, ou fé no que Deus tinha revelado. Aqueles que se opõem e perseguem os cristãos são, por definição, pessoas injustas e sem inteligência.

Sua religião não o tornou um homem piedoso. Fez dele um assassino. O problema não estava na religião em si. Saulo tinha um tipo específico de religião: ou foi essa religião que o tornou um assassino, ou ele tornou-se um assassino porque seu comprometimento a essa religião era defeituoso ou distorcido. Contudo, sua devoção à sua religião pareceria “irrepreensível” (Filipenses 3.6). Dessa forma, mesmo que houvesse um lado pessoal e subjetivo em seu grande erro, havia também um lado público e objetivo.

Havia algo errado em sua religião. Não estou me referindo à religião do Antigo Testamento. Esse é o equívoco que muitas pessoas fazem – eles assumem que a religião dos judeus e dos fariseus era a religião do Antigo Testamento. Não, embora a religião deles fosse baseada no Antigo Testamento, em geral era muito diferente e mesmo antagônica a ele, contradizendo-o em espírito e em letra. Algumas pessoas cometem o equívoco de pensar que os fariseus eram hostis a Jesus porque eles eram muito inflexíveis quanto a seguir a lei de Moisés ou o Antigo Testamento. Mas eles faziam o oposto. Jesus disse que eles anulavam os mandamentos de Deus por meio das suas tradições (Mateus 15.6). Eles tinham inventado regras e costumes que eram supostamente consistentes com os mandamentos de Deus, mas que na verdade redefiniam e substituíam os mandamentos de Deus em suas vidas. Ele disse que a profecia de Isaías se aplicava a eles: “Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens” (Mateus 15.9).

A religião dos judeus e dos fariseus não era a religião do Antigo Testamento. Era um sistema que eles tinham fabricado para se escusarem de aceitar as palavras dos profetas. Jesus disse que eles nem mesmo criam no Antigo Testamento: “Se vocês cressem em Moisés, creriam em mim, pois ele escreveu a meu respeito. Visto, porém, que não creem no que ele escreveu, como crerão no que eu digo?” (João 5.46-47). A fé em Cristo, e dessa forma a fé no Novo Testamento, segue-se naturalmente da fé no Antigo Testamento, porque Cristo cumpriu o Antigo Testamento. Os judeus e os fariseus não seguiam a revelação de Deus, mas sua própria tradução humana. Devemos corrigir a ideia que eles eram hostis a Cristo porque eram muito obcecados com a precisão em sua doutrina e obediência. Não, eles eram hostis a Cristo porque se preocupavam muito mais sobre como evitar crer e obedecer à palavra de Deus enquanto davam a aparência de devoção religiosa, e Cristo expôs a hipocrisia deles.

Assim, Paulo, ou Saulo, era um homem zeloso. Mas esse zelo por sua religião o levou a ódio e assassinato contra o povo de Deus. Alguns poderiam dizer que isso era um caso de zelo mal direcionado. Isso não é inteiramente errado, mas a questão não era tão simples. Zelo não é uma atitude ideologicamente neutra – uma pessoa é zelosa por algo. Visto que uma pessoa é zelosa por algo, isso significa que zelo tem conteúdo, e visto que o conteúdo – as crenças ou ideologias – pode ser correto ou errado, então o zelo pode ser correto ou errado. Portanto, quando o zelo de uma pessoa o leva a fazer algo errado, se esse zelo é consistente com e um produto de sua ideologia pelo que ele é tão zeloso, então o próprio zelo é errado. Ele não é apenas um zelo mal direcionado, mas um zelo errado ou perverso, e um tipo diferente de zelo daquele zelo pelo que é verdadeiro e correto.

Não devemos supor que Paulo tinha uma atitude zelosa natural que era boa em si mesmo, mas apenas mal direcionada, e que esse zelo fez dele um crente mais eficaz uma vez que o zelo foi redirecionado pelo evangelho. Novamente, isso assume que zelo pode ser considerado em si mesmo, à parte daquilo pelo que a pessoa é zelosa, de forma que uma pessoa pode usar o mesmo zelo para esse ou para aquele, dependendo de como ele é direcionado. Contudo, o zelo não pode ser separado da ideologia. Não, Paulo tinha o tipo errado de zelo, um zelo que o tornou um assassino. Era um tipo de zelo que, por sua própria admissão, era baseada na “ignorância e incredulidade”. O zelo que ele exibiu como um cristão era baseado num fundamento inteiramente diferente, um que foi gerado pela obra do Espírito e um entendimento correto da graça do Senhor Jesus Cristo. E visto que o Espírito opera em todos do povo de Deus, e visto que todos do povo de Deus podem entender a graça de Deus, todos os cristãos podem possuir grande zelo pelas coisas de Deus. Isso não é algo que pertence a pessoas como Paulo à parte do evangelho, mas algo que é tornado disponível a todos os que creem no evangelho.

A fé de Jesus Cristo era o cumprimento das palavras dos profetas. Paulo não viu isso no início. Ele percebeu Cristo como uma ameaça à sua religião, embora grande parte dela não fosse procedente da religião do Antigo Testamento, mas da tradição humana, isto é, da invenção humana. Assim como Ismael zombou de Isaque, o filho da promessa, e assim como os fariseus perseguiram Cristo, o Filho da Promessa, os judeus perseguiram os cristãos. Os herdeiros da tradição humana sempre perseguirão os herdeiros da revelação divina. Não devemos ter a mínima simpatia pela posição de Paulo antes de sua conversão. Ele seguia a tradição em vez da Palavra de Deus. Seu entendimento da lei era errado. Ele nem mesmo cria no que foi escrito por Moisés. Se tivesse crido na Palavra de Deus, ele teria crido no evangelho de Cristo prontamente. Mas ele não o fez. Ele estava errado.

Fonte: Monergismo

Sincretismo


Por R. C. Sproul

Sincretismo é o processo pelo qual aspectos de uma religião são assimilados ou misturados com outra, levando a mudanças fundamentais em ambas.

1 Reis 16.29-34; 1 Coríntios 10.14-23; 2 Coríntios 6.14-18; Gálatas 3.1-14; Colossenses 2.8; 1 João 5.19-21.

No Antigo Testamento, Deus estava profundamente preocupado com a pressão e a tentação do sincretismo. Enquanto o povo de Israel se movia em direção à Terra Prometida, foi confrontado com religiões pagãs. Os deuses cananeus, Baal e Aserá, tornaram-se objetos da devoção dos israelitas. Posteriormente, o povo de Deus adorou os deuses nacionais da Assíria e Babilônia. A Lei de Deus advertia claramente a Israel não somente contra abandonar o Senhor Deus por outros deuses, mas também contra adorar outros deuses juntamente com o verdadeiro Deus. Os profetas advertiram quanto aos juízos que viriam porque o povo modificava sua fé para acomodar doutrinas e práticas estrangeiras.

O período do Novo Testamento foi marcado por um sincretismo difuso. À medida que o Império Grego se expandia, seus deuses se mesclavam com os deuses nativos das nações conquistadas. O Império Romano também era receptivo a toda sorte de cultos e religiões místicas. O cristianismo não ficou incólume. Os pais da Igreja não só difundiram o evangelho, mas também lutaram para proteger sua integridade. O maniqueísmo (filosofia dualística que via o físico como sendo mau) insinuou-se em algumas doutrinas. O docetismo (ensino que negava que Jesus tinha um corpo físico) foi um problema mesmo enquanto o Novo Testamento estava sendo escrito. Muitas formas de neoplatonismo fizeram um esforço consciente para combinar os elementos da religião cristã com a filosofia platônica e o dualismo oriental. A história dos credos cristãos é a história do povo de Deus buscando separar-se das tramas das religiões e filosofias pagãs.

A Igreja hoje ainda enfrenta o mesmo problema. Filosofias não-cristãs, como o marxismo ou o existencialismo buscam o poder do cristianismo enquanto renunciam àquilo que é unicamente cristão. O sincretismo continua sendo poderosa ferramenta para separar Deus de seu povo.

Todas as gerações de cristãos enfrentam a tentação do sincretismo. Em nosso desejo de "estar por dentro" ou de sermos atuais em nossas práticas e convicções, chegamos ao ponto de ceder à tentação de viver conformados aos padrões deste mundo. Aceitamos práticas e ideias pagãs e buscamos "batizá-las". Mesmo quando confrontamos e enfrentamos religiões e filosofias pagãs, tendemos a deixar-nos ser influenciados por elas. Todo elemento estranho que se insinua na fé e prática cristãs é um elemento que enfraquece a pureza da fé.

Fonte: Josemar Bessa

sexta-feira, 23 de março de 2012

Como lidar com perdas.


Por Mauricio Zágari

Lamento, mas com perda não se lida: se sofre. "Que horror, Zágari", você poderia dizer, "não é bem assim". Desculpe, mas é sim. É a pura verdade. Ao longo da nossa vida perdemos muitas coisas: bens materiais, tempo, crenças, saúde e, o que é mais precioso: pessoas. O parente que morreu. O irmão que foi morar em outro país. O amigo que te apunhalou pelas costas. A mulher amada que se casou com outro. A verdade crua é que, nessas situações, não há nada a se fazer. Exceto sofrer.

Eu sei, esse pensamento contraria o triunfalismo que é pregado em milhares de púlpitos brasileiros, segundo o qual sofrimento é para ímpio, crente não sofre. Mentira. Jesus, que era um homem de dores, nos prometeu aflições. Nos prometeu sofrimento. Nos disse que haveria perda. "Quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim. Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á." (Mt 10.38, 39). Perda. Ela virá. E com ela, sofrimento. Prepare-se.

"Diga para quem está ao seu lado: Somos mais do que vencedores!", bradarão os empolgadores de multidões. Mas quer saber a verdade nua e crua, meu irmão, minha irmã? Ao longo da sua vida você vai perder. Muitas coisas. Muitas pessoas. Estenderá a mão e não as alcançará. E vai sofrer por isso. Acostume-se: assim é a vida. Davi, o homem segundo o coração de Deus, perdeu mais de um filho. O primeiro que teve com Bateseba morreu bebê. Absalão foi assassinado. Te convido a ouvir a voz do pai quando soube da perda, relatada em 2 Samuel 18.33. Mas não leia simplesmente o versículo. Sinta-o. Tente sentir o que se passava no mais íntimo do coração do homem segundo o coração de Deus: "Então, o rei, profundamente comovido, subiu à sala que estava por cima da porta e chorou; e, andando, dizia: Meu filho Absalão, meu filho, meu filho Absalão! Quem me dera que eu morrera por ti, Absalão, meu filho, meu filho!".

Quanta dor, meu Deus, quanta dor.

Perda. Dor. Lágrimas. Angústia. Sofrimento. Certos e garantidos na vida daqueles que amam o Senhor e que lhe são fieis. Jó, "homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal", perdeu os sete filhos e as três filhas de forma terrível. Todos ao mesmo tempo e de maneira sangrenta. Morreram esmagados, sob os escombros de uma casa que desmoronou. Consegue nem que seja de longe imaginar (eu não consigo) o que sente um pai que perde dez filhos de uma vez estraçalhados por escombros? Dizem que a dor de perder um filho é a pior que há. Agora multiplique por dez e você terá uma vaga ideia do que o que o "homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal" sentiu. E, se ele passou por aquilo, por que conosco seria diferente? Eu, Mauricio Zágari, não chego à sola dos pés de Jó. Nem de longe sou um homem segundo o coração de Deus, como Davi, embora quisesse ser. E, apesar disso, desejo que minha vida seja um mar de rosas. E... confesse: você também quer. Petulantes que somos.

Duras palavras, meu irmão, minha irmã. Sei disso. Mas o descanso está apenas no porvir. Não há explicações para a perda, além da soberania de Deus, cujos caminhos são mais elevados que os nossos, que conhece todos os mistérios e cuja essência é o mais puro amor. Então como compreender isso?

Adeptos do Teísmo Aberto e da Teologia Relacional se chocam tanto com esse fato da vida, que o Deus amor permite tanto sofrimento, que preferiram forjar a explicação herética de que "nas perdas e tragédias Deus abriu mão de sua soberania e não participa". Mentira. Deus nunca abriu mão de sua soberania, é atributo seu inseparável de seu Ser tanto quanto o amor. E do mesmo modo que o Senhor nunca deixaria de ser 100% amor, Ele nunca deixaria de ser 100% soberano. "Tá, Zágari, então como você explica as perdas e o sofrimento?". Eu não explico, querido, querida. Sou incapaz e incompetente para compreender a mente de Deus. Sei que sofrerei perdas. Sei que sentirei dor. Sei que sofrerei. Sei que viverei lutos por pessoas que morreram e também por aquelas que seguem vivas, mas que perdemos. O que me cabe fazer? Fazer e dizer como Jó (Jó 1.21-23): "Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a cabeça e lançou-se em terra e adorou; e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor! Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma".

Explicação não há. Há sim uma compreensão, que está em Romanos 9.14ss: "Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum! Pois ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão. Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia. (...) Logo, tem ele misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz. (...) Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra?".

Você está vivo? Então prepare-se para ter perdas. Para sofrer. Prepare-se para o ai. Sim, você chorará. Prometer que só porque você é cristão e o Espírito habita em si isso não acontecerá é mentira triunfalista e antibíblica. Não creia nela.

Mas há um porém.

Uma simples promessa, escondida no meio de 66 livros, para aqueles que chegarem, doloridos, sofridos e vitoriosos, ao final da jornada: "E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras. Disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. Eu, a quem tem sede, darei de graça da fonte da água da vida. O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho". Essa é a esperança. Perderemos nesta vida. Ganharemos na próxima. Eis a essência do Evengelho.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Fonte: Apenas

quinta-feira, 22 de março de 2012

FALSO EVANGELHO PARA NOSSA TRISTEZA!

FALSO EVANGELHO PARA NOSSAAAAAAA TRISTEZAAAAAAAA!

O segredo da batalha de Valdemiro Santiago e Edir Macedo

Por Mariel M. Marra

Todo aquele que se sentir lesado e enganado pode e deve sair dessas instituições (Universal e Mudial). Entretanto digo para não se envolverem nesse confronto particular entre Valdemiro e Macedo, visto que não se trata de perseguição de satanás contra os cristãos, tal como o Valdemiro tem dito, mas sim de um jogo de satanás consigo mesmo, a fim de que no final dessa “guerra santa”, o evangelho saia completamente desmoralizado.



Não se envolver e deixar que Macedo e Valdemiro resolvam essa meninice sozinhos, isso significa que ninguém foi chamado para defender suas instituições e placas denominacionais, tal como se defende um time de futebol.

O Evangelho não compactua com a atitude de nenhum dos dois, quer seja Valdemiro ou Macedo, por isso qualquer manifestação tomando partido nessa batalha carnal, imbecil e particular de Valdemiro e Macedo, qualquer tomada de partido, isso apenas fará com que essa imbecilidade tome ainda mais tamanho, sendo que é exatamente isso que o diabo almeja, afinal, se você não discerniu ainda o espírito por trás disso, veja que ele quer apenas criar uma grande divisão com o objetivo de enfraquecer o Evangelho.

Valdemiro e Macedo são dois personagens controlados por satanás, ambos com telhado de vidro, sendo que o verdadeiro inimigo do diabo não é nenhum dos dois, mas sim o Evangelho. Ele pouco se importa com a derrota de Macedo ou Valdemiro.

O diabo quer que eles se mordam e se consumam mutuamente, pois é assim que o Evangelho será desmoralizado. Por isso não se envolva nessa disputa particular entre Valdemiro e Macedo, pois é examente isso que o diabo espera! Ele quer criar dois grandes grupos de pessoas para se degladiarem públicamente em nome de “Jesus” para vergonha do evangelho!

Há momentos em que o melhor a ser feito é ficar em silêncio, pois é no silêncio que o Espírito Santo falará tudo aquilo que precisa ser dito. Lembrando que há uma enorme diferença entre ficar em silêncio e não fazer nada. Aquele que fica em silêncio, muitas vezes faz mais do que aquele que tomado por emoção faz o que Deus não ordenou.

Fonte: Guerreiros da Luz

quarta-feira, 21 de março de 2012

Vai ficar segurando o leme?


Por Mauricio Zágari

Existem três tipos de escoteiros: do ar, do mar e básico (que faz atividades em terra). Quando era pré-adolescente, fui escoteiro do mar. Pois é, esse da foto aí ao lado sou eu mesmo. Todo fim de semana saía com meus companheiros para velejar pelas águas da Baía de Guanabara, no Rio, e participar de regatas ou outras atividades. Nunca peguei hepatite ou outra doença similar, graças a Deus, apesar de ter caído inúmeras vezes nas águas imundas e oleosas da Baía. Geralmente saíamos em escaleres, que eram barcos para 8 a 12 pessoas, e eu fazia parte da Patrulha Lobo do Mar, que navegava num escaler da 2a Guerra Mundial, o Nimbus. Num barco dessa envergadura, cada um tem uma atribuição. Meu papel era o de proeiro, ou seja, aquele que cuida da proa e de tudo o que exige ali estar - detalhes que não vêm ao caso. Mas o que eu gostava mesmo era de sair ao mar não de escaler, mas de Optimist, um barquinho pequeno para apenas um tripulante.

No Optimist você é responsável por tudo. É quem comanda o leme, quem enfuna a vela, quem faz as vezes de "bomba d'água" (tira a água que entra no fundo da embarcação) e tudo o mais. O Optimist é uma delícia. Se você pega um bom vento consegue velocidades espetaculares e enquanto o vento empurra o barquinho a toda velocidade ele aderna (se inclina) e você pode, por exemplo, lançar todo seu corpo para o lado de fora e arrastar os cabelos pela água. É uma sensação gostosa e indescritível.

Fato é que estamos, eu e você, num barco chamado vida. Enfrentamos momentos de tormenta, de bonança, de ondas altas, de marolas, dias de céu azul e noites de raios e trovoadas. Todos nós. O complicado é que nossas vidas não são como Optimists, em que temos controle absoluto de todas as funções, ela é um escaler (foto à esquerda). Só que num escaler não dá para fazer tudo ao mesmo tempo. Por ser uma embarcação grande, é impossível, por exemplo, estar na proa e no leme ao mesmo tempo. Ou cuidar da bujarrona (espécie de vela auxiliar) e tirar água do fundo do barco simultaneamente. Um barco desses não sai do lugar se a vela não estiver levantada, pois ele é movido a vento (ou só remando, o que não é nada agradável - deixa bons calos nas mãos), então enfunar (erguer) a vela é fundamental. Só que fazer isso e deixar o leme solto vai levar a embarcação a qualquer direção para onde o vento soprar. Mas se você fica só no leme e não levanta a vela, dá direção ao barco mas ele vai ficar paradinho, paradinho... E aí, como fazer?

Quando eu era escoteiro, a função mais cobiçada no escaler era a de timoneiro: assumir o leme. Você fica sentadinho, o ventinho batendo no seu rosto, na sua confortável zona de segurança. E dá uma sensação de poder. É VOCÊ quem determina para onde vai o barco. Uma mexidinha e ele corre na direção oposta. Já erguer a vela não é algo que muitos queiram fazer. Pois é preciso puxar cabos com força, machuca a mão, exige esforço, doem os bíceps... não é mole não. Mas enfim a vela sobe até o topo do mastro o vento a infla e o escaler ganha velocidade.

Nossa vida com Deus é como velejar num escaler. Temos de optar que função assumir, não dá para fazer tudo ao mesmo tempo. Como dizia Cecilia Meireles, "ou se põe a luva ou se põe o anel". E nesse barco há dois passageiros: você e Jesus. A pergunta que você tem de se fazer é: que função quero assumir? Ah! A tentação é logo pegar o leme. Dá mais segurança. VOCÊ controla seus rumos, seus caminhos, seu destino, sua trajetória. Sim, VOCÊ vira o senhor da sua vida, quem diz se ela vai para a esquerda ou para a direita. É uma zona de conforto, você põe a mão no leme e diz para onde quer que sua vida siga. E lhe digo uma coisa: é um direito seu. Você pode fazer isso. Você tem poder de decisão.

Só que...

No que você assume o leme sobra para Deus erguer a vela. Bem, Ele tem força e a ergue sem nenhuma dificuldade. Mas aí, com a vela enfunada e o barco em movimento, só resta ao Todo-Poderoso sentar e ficar observando o que você está fazendo. E, posso te garantir: Ele fará isso meio temeroso. Pois sabe exatamente o caminho do porto seguro, sabe onde estão as rochas submersas e os recifes de coral. Mas você não sabe.

Então, meu irmão, minha irmã, não seria mais sábio inverter as posições? Abrir mão de ter tanto controle sobre a sua vida e deixar Cristo assumir o leme? Eu sei, dá medo. Não sabemos o rumo que Ele vai tomar. Não sabemos quanto tempo levará até atracarmos em terra firme. Ficamos sentados observando, sem o controle da situação. Mas fizemos nossa parte! Levantamos a vela! E com isso o barco entra em movimento e o timoneiro consegue dar rumo à embarcação. Querido, querida, abra mão do leme. Não tema. "Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nEle e o mais Ele fará" (Sl 37.5). Essa é a proposta do Evangelho: rendição. Dependência. Esperança. Confiança. Fé.

Nas vezes em que arranquei o leme das mãos de Cristo sempre me espatifei contra as rochas. Eu não quero o leme, por mais confortável que seja. Quero apenas levantar a vela, ou seja, fazer a minha parte, e depois descansar no Senhor. Ele conhece o caminho. Ele conhece os perigos. Ele sabe como me levar aonde planejou me levar desde antes da fundação do mundo. Que o vento do Espírito sopre, eu faça minha parte levantando as velas e Jesus assuma o leme da minha vida. Essa é a única maneira de eu poder relaxar, me deitar na proa, deixar o Sol da Justiça aquecer meu rosto e desfrutar desse delicioso passeio chamado vida.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Fonte: Apenas

terça-feira, 20 de março de 2012

Quão invencível é a graça de Jeová!


Por Robert Murray McCheyne

...Quão invencível é a graça de Jeová! Nenhuma criatura tem o poder de atrair o homem a Cristo. Exibições, evidências miraculosas, ameaças, inovações são usadas em vão. Somente Jeová pode trazer a alma a Cristo. Ele derrama seu Espírito com a Palavra, e a alma sente-se alegre e poderosamente inclinada a vir a Jesus. "Apresentar-se-á voluntariamente o teu povo, no dia do teu poder" (Sl 110.3). "Acaso, para o SENHOR há coisa demasiadamente difícil?" (Gn 18.14.) "Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR; este, segundo o seu querer, o inclina" (Pv 21.1).

Considere um exemplo: um judeu estava assentado na coletoria, próxima à porta de Cafarnaum. Sua testa estava enrugada com as marcas da cobiça, e seus olhos invejosos exibiam a astúcia de um publicano. Provavelmente, ele ouvira falar de Jesus; talvez O ouvira pregando nas praias do mar da Galiléia. Mas seu coração mundano ainda permanecia inalterado, visto que ele continuava em seu negócio ímpio, assentado na coletoria. O Salvador passou por ali e, quando olhou para o atarefado Levi, disse-lhe: "Segue-me!" Jesus não disse mais nada. Não usou qualquer argumento, nenhuma ameaça, nenhuma promessa. Mas o Deus de toda graça soprou no coração do publicano, e este se tornou disposto. "Ele se levantou e o seguiu" (Mt 9.9). Agradou a Deus, que opera todas as coisas de acordo com o conselho da sua vontade, dar a Mateus um vislumbre salvador da excelência de Jesus; a graça caiu do céu no coração de Mateus e o transformou. Ele sentiu o aroma da Rosa de Sarom. O que significava o mundo agora para ele? Mateus não se importava mais com os lucros, os prazeres e os louvores do mundo. Em Cristo, ele viu aquilo que é mais agradável e melhor do que todas essas coisas do mundo. Mateus se levantou e seguiu a Jesus.

Aprendamos que uma simples palavra pode ser abençoadora à salvação de almas preciosas. Freqüentemente, somos tentados a pensar que tem de haver algum argumento profundo e lógico, para trazer as pessoas a Cristo. Na maioria das vezes, colocamos nossa confiança em palavras altissonantes. No entanto, a simples exposição de Cristo aplicada ao coração pelo Espírito Santo vivifica, ilumina e salva. "Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos" (Zc 4.6). Se o Espírito age nas pessoas, estas simples palavras: "Segue a Jesus", faladas em amor, podem ser abençoadas e salvar todos os ouvintes. Aprendamos a tributar todo o louvor e glória de nossa salvação à graça soberana, eficaz e gratuita de Jeová.

Um falecido teólogo disse: "Deus ficou tão irado por Herodes não lhe haver dado glória, que o anjo do Senhor feriu imediatamente a Herodes, que teve uma morte horrível. Ele foi comido por vermes e expirou. Ora, se é pecaminoso um homem tomar para si mesmo a glória de uma graça tal como a eloqüência, quão mais pecaminoso é um homem tomar para si a glória da graça divina, a própria imagem de Deus, que é o dom mais glorioso, excelente e precioso de Deus?"

Quantas vezes o apóstolo Paulo insiste, em Efésios 1, que somos salvos pela graça imerecida e gratuita? E como João atribui toda a glória da salvação à graça gratuita do Senhor Jesus - "Àquele que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados... a ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!" (Ap 1.5, 6). Quão solenes foram as palavras de Jonathan Edwards, em sua obra Narrativa Pessoal! "A absoluta soberania e graça gratuita de Deus, em demonstrar misericórdia àquele para quem Ele quer expressar misericórdia, e a absoluta dependência do homem quanto às operações do Espírito Santo têm sido para mim, freqüentemente, doutrinas gloriosas e agradáveis. Estas doutrinas têm sido o meu grande deleite. A soberania de Deus parece-me uma enorme parte de sua glória. Tenho sentido deleite constante em aproximar-me de Deus e adorá-Lo como um Deus soberano, rogando-Lhe misericórdia soberana."

Fonte: Editora Fiel

A morte de uma igreja


Por Rev. Hernandes Dias Lopes

As sete igrejas da Ásia Menor, conhecidas como as igrejas do Apocalipse, estão mortas. Restam apenas ruínas de um passado glorioso que se foi. As glórias daquele tempo distante estão cobertas de poeira e sepultadas debaixo de pesadas pedras. Hoje, nessa mesma região tem menos de 1% de cristãos. Diante disso, uma pergunta lateja em nossa mente: o que faz uma igreja morrer? Quais são os sintomas da morte que ameaçam as igrejas ainda hoje?

1. A morte de uma igreja acontece quando ela se aparta da verdade. Algumas igrejas da Ásia Menor foram ameaçadas pelos falsos mestres e suas heresias. Foi o caso da igreja de Pérgamo e Tiatira que deram guarida à perniciosa doutrina de Balaão e se corromperam tanto na teologia como na ética. Uma igreja não tem antídoto para resistir a apostasia e a morte quando a verdade é abandonada. Temos visto esses sinais de morte em muitas igrejas na Europa, América do Norte e também no Brasil. Algumas denominações histórias capitularam-se tanto ao liberalismo como ao misticismo e abandonaram a sã doutrina. O resultado inevitável foi o esvaziamento dessas igrejas por um lado ou o seu crescimento numérico por outro, mas um crescimento sem compromisso com a verdade e com a santidade.

2. A morte de uma igreja acontece quando ela se mistura com o mundo. A igreja de Pérgamo estava dividida entre sua fidelidade a Cristo e seu apego ao mundo. A igreja de Tiatira estava tolerando a imoralidade sexual entre seus membros. Na igreja de Sardes não havia heresia nem perseguição, mas a maioria dos crentes estava com suas vestiduras contaminadas pelo pecado. Uma igreja que flerta com o mundo para amá-lo e conformar-se com ele não permanece. Seu candeeiro é apagado e removido.

3. A morte de uma igreja acontece quando ela não discerne sua decadência espiritual. A igreja de Sardes olhava-se no espelho e dava nota máxima para si mesma, dizendo ser uma igreja viva, enquanto aos olhos de Cristo já estava morta. A igreja de Laodicéia considerava-se rica e abastada, quando na verdade era pobre e miserável. O pior doente é aquele que não tem consciência de sua enfermidade. Uma igreja nunca está tão à beira da morte como quando se vangloria diante de Deus pelas suas pretensas virtudes.

4. A morte de uma igreja acontece quando ela não associa a doutrina com a vida. A igreja de Éfeso foi elogiada por Jesus pelo seu zelo doutrinário, mas foi repreendida por ter abandonado seu primeiro amor. Tinha doutrina, mas não vida; ortodoxia, mas não ortopraxia; teologia boa, mas não vida piedosa. Jesus ordenou a igreja a lembrar-se de onde tinha caído, a arrepender-se e a voltar à prática das primeiras obras. Se a doutrina é a base da vida, a vida precisa ser a expressão da doutrina. As duas coisas não podem viver separadas. Uma igreja viva tem doutrina e vida, ortodoxia e piedade.

5. A morte de uma igreja acontece quando falta-lhe perseverança no caminho da santidade. As igrejas de Esmirna e Filadélfia foram elogiadas pelo Senhor e não receberam nenhuma censura. Mas, num dado momento, nas dobras do futuro, essas igrejas também se afastaram da verdade e perderam sua relevância. Não basta começar bem, é preciso terminar bem. Falhamos, muitas vezes, em passar o bastão da verdade para a próxima geração. Um recente estudo revela que a terceira geração de uma igreja já não tem mais o mesmo fervor da primeira geração. É preciso não apenas começar a carreira, mas terminar a carreira e guardar a fé! É tempo de pensarmos: como será nossa igreja nas próximas gerações? Que tipo de igreja deixaremos para nossos filhos e netos? Uma igreja viva ou igreja morta?

Fonte: Palavra da Verdade

domingo, 18 de março de 2012

Exclusivo: O apóstolo milionário

Para você que não assistiu a reportagem assista agora. O sujo falando do mal lavado.

Cristão ou macaco de imitação?


Por Mauricio Zágari

Tenho 40 anos. Na minha infância, quando alguém reproduzia o comportamento de outro a gente no colégio chamava de "macaco de imitação". Não tenho certeza, mas creio que essa gíria já caiu em desuso, pois não vejo mais as crianças chamarem outras disso. De qualquer modo, sempre que observo alguém mimetizar o comportamento de outra pessoa, minha memória puxa lá do fundo do baú aquela gíria e a imagem de um bando de crianças apontando para outra e todas gritando juntas - no que em nossos dias seria bullying: "Macaco de imitação! Macaco de imitação! Macaco de imitação!". Por mais estranho que possa soar, é exatamente assim que hoje em dia se forma um cristão: a pessoa é convertida, começa a frequentar a igreja e lá observa o que os irmãos fazem, como se comportam, que linguagem falam e como vivem sua relação com Deus. E aí passam a reproduzir esse comportamento crendo piamente que aquilo ali é ser cristão.

Repare só: se o irmão é convertido em uma igreja do reteté vai sapatear e berrar "glórias" e "aleluias". Se for em uma bem tradicional, vai achar que bater palmas na hora do louvor é pecado. Se for em um grupo alternativo, tipo igreja em lares, vai demonizar a Igreja institucional. Se for numa congregação emergente vai achar crente de terno e gravata uns fariseus. Se for num grupo de desigrejados vai jurar que "eu sigo Jesus e não religião". E por aí vai. Sejamos honestos: somos belíssimos "macacos de imitação" na hora de definir o tipo de cristãos que seremos.

A grande questão é que isso é pura casca. Não mostra essência. Essa foto que você está vendo à esquerda somos eu e minha filhinha de um ano num culto. Sentamos no último banco, para que, se ela começasse a fazer barulho, eu pudesse sair rapidamente com ela do santuário sem atrapalhar a celebração. Obviamente, de lá era possível ver o que todos os demais na igreja estavam fazendo. Agora... observe o que ELA está fazendo. Na hora do louvor ela vê todo mundo na igreja levantando as mãos, olhando para o céu, batendo palmas (sim, somos pentecostais reformados) e ela faz tudo igualzinho. E a foto não faz justiça à aparência de devocionalidade que ela exprime. Ela olha pro céu, fecha os olhinhos, mexe a boca como se estivesse orando e canta daquele jeito que crianças de um ano cantam, balbuciando os sons. Em casa, ela tem uma boneca da Mônica que dança e se balança toda. Quando apertamos um botão no peito dela, o bonequinha para. Pois de vez em quando a boneca cai de costas no chão e parece estar estrebuchando. Aí eu brinco com a filhinha: "Expulsa o capeta dela, filha", ao que a pequenina dá um tapa no peito da pobre Mônica e emite um gritinho, como se dissesse "sai!". E a Mônica para na hora com a "manifestação" e fica quietinha, liberta de todos os "espíritos malignos".

Bem, aí eu pergunto: será que em todos esses momentos a minha herdeira, que só fala "papai", "mamã" e "sodadi", está vivendo uma devocionalidade real? Será que ela está de fato louvando a Deus na igreja e libertando bonecas de demônios? A resposta é óbvia: não, ela não tem a menor noção do que está fazendo. Está apenas imitando os outros, como uma boa... macaquinha de imitação. Mas se você olha na hora do louvor... meu irmão, minha irmã...vai dizer que ela é a mais crente da igreja.

Infelizmente isso é o que está acontecendo em grande parte da Igreja evangélica brasileira de nossos dias. Os santuários, é fato, estão lotados. Mas, se você reparar... uma enorme parte de quem está ali não está em espírito e em verdade prestando culto ao Senhor (porque culto não se "assiste", se "presta", você tem essa noção?), mas macaqueando. Quem prega percebe isso com muita clareza. Por exemplo, ao final de uma pregação eu tenho por hábito levar a congregação a fechar os olhos, introspectar-se e refletir por poucos minutos sobre o que foi pregado. "Feche seus olhos, por favor e...". Posso afirmar que em absolutamente todas as vezes em que fiz isso tive de pedir de novo: "Por favor, TODOS fechem os olhos e os mantenham fechados", pois inevitavelmente vai haver uns quatro ou cinco que abrirão os olhos, darão uma espiada em volta, bocejarão, mexerão em algo de suas roupas, cochicharão algo com alguém que esteja ao lado... ou seja, não estão realmente preocupados em aproveitar aquele momento para praticar a introspecção e o religare com Deus. Que a meu ver é o momento mais importante de uma pregação: quando o pregador se cala e quem o ouviu reflete sobre o que escutou, aplicando o que eram palavras em sua vida, tornando-as ação.

Para que ler a Bíblia se tudo o que preciso fazer para transparecer que "sou cristão" é repetir dois ou três versículos que ouvi alguém dizer? Para que ser santo se basta escrever coisas no twitter ou no facebook que me deem uma aparência de santidade (de preferência, pondo na Bio "menina dos olhos de Deus" ou, como ouvi outro dia, "Filho do Deus Altísssimo")? Para que orar se basta imitar os outros, fechar os olhos e erguer as mãos? Para que dar a outra face se para acharem que sou cristão basta macaquear um "a paz do Senhor"? Para que chorar com os que choram se basta macaquear um "vou orar por você"? Para que ter devocionalidade com Deus no seu quarto se ali não tem nenhum irmão para admirar suas macaqueadas? Melhor assistir ao futebol, à novela, ao BBB ou ao UFC. Não tem ninguém pra ver mesmo, né? Então fingir que ora pra quê?

Em casa minha filhinha macaquinho de imitação nunca levantou a mão sozinha com Deus na hora em que toca uma música de louvor. Mas quando o pai ouve ópera e brinca de Plácido Domingo cantando "Nessun Dorma" ela vira uma diva do municipal. Parece Maria Callas: mesma postura, mesmo gestual. Antes de comer, a família dá as mãos, ela na roda, e ao final todos dizem "amém". E... adivinha só? Ela também diz "amém". Não entendeu nada do que foi dito, nem ao menos entende por que todos deram as mãos. Mas como todos falaram ela também fala.

Quando o pai lê com ela a "Biblia das Crianças" e aponta o desenho ela sabe repetir direitinho o nome do personagem que ali está representado, por imitar aquele nome que papai já repetiu montes de vezes: "Jesus". Mas não o conhece. Não sabe quem Ele é. Não tem uma relação de intimidade com Ele. Não põe em prática seus mandamentos. Mas é um belo macaquinho de imitação: "Quem é esse, filhinha?". "Jesus!". Mas se eu perguntar a ela QUEM É ESSE na plenitude da pergunta... ela ficaria me olhando com cara de boba, sem ter a menor ideia, pois apenas reproduz comportamentos cristãos. Com 1 ano de idade ela ainda não é uma cristã: não entende o plano de salvação, não foi convertida pelo Espirito de Deus, não vive o fruto do Espirito. Mas vai todo domingo à igreja, levanta a mão na hora do louvor, diz "amém" ao final das orações, reconhece quando lhe apontam "Jesus". Mas vida com Deus? Zero.

Aí eu olho em volta. E, confesso, em alguns momentos os que se chamam pelo nome do Senhor agem de modo tão anticristão que me pergunto até que ponto estamos vivendo Cristo ou apenas somos macacos de imitação daqueles que deveriam dar a outra face, andar a segunda milha, pacificar, pagar o mal com o bem, não se vingar, amar o próximo como a si mesmo. E, como não sou o juiz do universo, me pergunto até que ponto eu mesmo não estou comendo bananas na hora da Ceia. Essa é uma reflexão que nunca devemos deixar de nos fazer: como está nossa devocionalidade? Feche os olhos (se puder) e pense: como está a SUA devocionalidade?

A resposta a essa pergunta está embutida na resposta a outra pergunta: você vive de fato Cristo em tudo o que faz e pensa ou apenas replica como um macaquinho de imitação o comportamento, os jargões e o modo de cultuar dos crentes? Pare. Pense. E responda a si mesmo. Para não ter de responder a Deus naquele grande e terrível dia em que estará face a face com o Criador.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Fonte: Apenas

O evangelho Inclusivo de Caio Fábio

Por Silas Figueira

Caio Fábio comentou a passagem onde Pedro tem a visão daquele grande lençol que desce do céu cheio de animais impuros e que Deus o manda matar e comer e faz uma “bela comparação” desse texto dizendo que devemos receber os namorados (as) dos filhos (as) homossexuais em casa, as coisas impuras ali na visão de Pedro não são os gentios que deveriam receber também o Evangelho, mas, segundo ele, receber os namorados dos filhos gays em casa como se isso fosse a coisa mais natural do mundo. E ainda diz que se queremos ser recebidos pelo Pai no céu devemos da mesma forma receber os namorados (as) dos filhos homossexuais. Já não é mais Jesus quem salva através do Seu sangue remidor da Cruz do Calvário, mas essa atitude em relação aos homossexuais. Caio Fábio está pregando o Evangelho Inclusivo de forma mais descarada do mundo, ou seja, ele está romantizando o pecado e não tratando o pecado à luz da Bíblia.

Só a nível de esclarecimento, vamos entender quem foi Cornélio e porque este homem foi escolhido para receber o Evangelho.

Primeiro, ele era um homem de cidadania romana, mas muito temente a Deus (At 10.1,2). Deus se agradou de Cornélio mesmo ele ainda estando na sua ignorância. Cornélio não era para Deus um "comum ou impuro", mas ainda o era aos olhos da Igreja por não ter os olhos abertos para entender que Deus queria salvar judeus e gentios. Eles ainda não haviam entendido o que o Senhor havia lhes falado em At 1.8:
“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.”

Segunda coisa, a visão que Pedro teve foi para uma lição muito específica, que o próprio apóstolo explica. A visão lhe fez compreender que o Evangelho é para ser anunciado a toda criatura, independente de classe social, etnia etc. Não era nem mesmo uma lição de dieta, como querem dizer alguns (At 10.44-48).

Agora vem o Caio Fábio dizer que o "ser humano é a coisa mais linda e santa", não é isso que diz as Escrituras. Pelo contrário, a Bíblia nos fala que o homem está morto em seus delitos e pecados e que precisa de ressurreição, se está morto então está como Lázaro, “já cheira mal”.

Agora, que tipo de evangelho quer pregar o Caio Fábio? Não entendi que evangelho é esse. Só conheço um nome para ele:
“Evangelho Inclusivo” e desse evangelho eu estou fora.

Veja o video abaixo:




sábado, 17 de março de 2012

Primeira Bíblia Apostólica será lançada em março


Por Danilo Fernandes

Neste mês de março de 2012, efeméride que ficará marcada na história da instituição, A Sociedade Bíblica do Brasil entrega ao mercado a Bíblia Apostólica com anotações de Estevam Hernandes (autoproclamado precursor da visão apostólica no Brasil) e prefácio de Renê Terra Nova.

Vou repetir: A Sociedade Bíblica do Brasil entrega ao mercado...

Vou repetir NOVAMENTE: A Sociedade Bíblica do Brasil entrega ao mercado...

Agora, eu penso que o leitor está sentindo mesma dor que eu estou sentindo agora.

Não. É pouco!

Vamos enfiar esta adaga com mais força no seu coração:

“Deus nos deu o privilégio de ter a primazia do apostolado no Brasil e essa Visão se espalhou por todos os lugares. Com esta publicação, que é a primeira Bíblia Apostólica anotada do mundo, desejamos que esta visão alcance ainda mais vidas, resgatando a cada dia mais pessoas para Jesus” Estevam Hernandes.

Note bem: A primeira bíblia apostólica do mundo. Aquela que faltava. A visão que o mundo precisa para alcançar mais vidas. Ali temos Evangelhos escritos por apóstolos sem eira e nem beira, mas as anotações e comentários... são da lavra de O apóstolo. Aquele da primazia da visão apostólica. O maioral!

Uma joia impressa na nossa... Sociedade Bíblica do Brasil.

A edição da bíblia apostólica traz 15 páginas que explicam o que é a Visão Apostólica e como ela chegou até a Igreja dos nossos dias.

Se você não sabe como chegou, vai saber meu mano! Estevam vai te contar como a igreja chegou claudicante e desorientada até o ápice de sua jornada... Quando o pai da visão apostólica se fez carne nesta terra, foi preso e acorrentado em Miami, ganhou uma tornozeleira eletrônica sem espinhos e voltou ao terceiro mês ao Cambuci, de onde irá julgar os tolos e os néscios!

Produzida pela Sociedade Bíblica do Brasil, a edição terá ao longo dos 66 livros mais de 5.000 notas comentadas, mapas coloridos, 40 estudos bíblicos, 40 perfis de personagens bíblicos e 40 ministrações de ofertas.

O melhor de tudo, claro, são as tais 40 ministrações de oferta, especialidade de Ali Estevam, o homem que na numerologia gospel de Morris Cerrulo tem o número 40: Quarenta (mil) processos, 40 bispos ladrões... Enfim, filho na fé de Ali, o Babá.

Ohhhh Aleluia!

Olhem para a Cruz, pois tem mais:

“Creio que é chegado um tempo de unidade no Reino, um tempo no qual precisamos nos apegar ainda mais à Verdade, Jesus, para vermos o manto apostólico sendo estabelecido sobre nossa nação [...] esta Bíblia será como uma bússola que fará com que você caminhe sempre e sempre em direção à Verdade Maior, Jesus. E nada melhor do que um apóstolo para conduzi-lo por estas linhas de decisão [...] E você será adestrado para este tempo profético e apostólico que estamos vivendo através desta Bíblia que está em suas mãos“.

Renê Terra Nova em seu prefácio à bíblia apostólica produzida pela Sociedade Bíblica do Brasil, sim meus amigos: a nossa SBB.

E tem mais, após puxar a descarga, Terra Nova continua obrando:

“Estevam é um líder incansável! Tenho visto isso na sua vida e história, que se tornou uma espécie de GPS apostólico, pois muitos não tinham coragem de romper e adotar a nomenclatura (de apóstolo). Depois que ele abriu o caminho, todos estão logrando êxito em muitas áreas dos seus ministérios. Por trás, porém, existe esse estimulador de valores, um homem que treinou muitos generais de guerra no mundo espiritual.”

Sem dúvida! Depois que Ali Estevam Baba disse o seu Abre-te sézamo apostólico, adentraram na caverna muito mais do que 40 ladrões.

A Renascer foi qualificada pelo MINISTÉRIO PÙBLICO como uma organização CRIMINOSA. As heresias expressas, já no prefácio desta edição são gritantes! Como... Mas como a SBB aceita participar de uma empreitada destas? Tem de haver um limite!

Aguardemos o que tem a dizer a Sociedade Bíblica do Brasil.

Entre todos os posts publicados neste site, este é, até o momento, aquele que eu menos gostaria de ter escrito e postado. Rogo a Deus que eu possa ter motivos de me retratar.

Sou um grande entusiasta de bíblias de estudo, comentadas, temáticas, funcionais, comparativas, etc. Já disse isto aqui algumas vezes. Possuo quase 100 destas publicações. Para mim são uma motivação (extra, óbvio) de iniciar mais uma leitura das Escrituras (já o fiz dezenas de vezes) e aprender com comentários de gente que sabe mais do que eu.

Aproveito os estudos para o meu grupo pequeno, nas minhas pregações, aprendo muito com os destaques temáticos e de contexto histórico e enriqueço a minha experiência, comparando textos.

Sempre que uma bíblia do gênero é lançada, encaro com alegria a tarefa de ler e recomendar (se for o caso) aos leitores do Genizah. Já o fiz diversas vezes. Sei que a minha opinião e divulgação ajudaram nas vendas e, garanto, em todos os casos, o fiz com muita alegria e convicção de quem indica algo de qualidade e que irá enriquecer a vida dos irmãos.

Poucas vezes me deparei com um erro grosseiro como este, onde as Escrituras Sagradas servem de moldura para a disseminação de heresias no meio do povo de Deus. A “financeira” do Malafaia é um exemplo triste. As exegeses feitas para privilegiar o falso evangelho da prosperidade são lamentáveis. A hermenêutica de mamon! Contudo, quem publicou não causa desapontamento. Agora, este presente escândalo sair das prensas da SBB é uma lástima.



Fonte: Genizah