segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Só falta ele se converter



Fulano é uma boa pessoa. É um bom filho, respeita seus pais. É um bom funcionário, faz sempre mais do que lhe pedem, e até já ganhou vários prêmios e bônus por seu desempenho. É uma pessoa alegre, divertida, otimista e está sempre disposto a uma boa conversa. Paga seus impostos e contas em dia; não deve para ninguém. Tanto quanto pode, faz caridade, generosamente dando esmolas e ajudando de modo regular algumas instituições. Em casa, é um bom marido, amando sua esposa e seus filhos, sendo fiel à aliança firmada no casamento. A vizinhança toda vê no Fulano um homem exemplar: o marido ideal, o funcionário ideal, o pai e o filho ideal. Ele só tem um problema. Só falta ele se converter.

Mais de uma vez eu escutei relatos como o do parágrafo acima da boca de irmãos em Cristo. “Fulano já faz tudo o que se espera de um crente, por pouco não é um dos nossos”. Cheguei a ouvir, certa vez, que um desses “fulanos” já era quase cristão e que, a qualquer momento, ele aceitaria a Cristo – bastaria um pequeno ‘empurrãozinho’. Infelizmente, há dificuldades de compreensão, por parte dos desses cristãos, sobre a extensão da depravação humana.

Em primeiro lugar, a Bíblia ensina que todo homem é indesculpável diante de Deus. Não é o bom comportamento, os bons modos sociais, as obras, a amabilidade ou qualquer outro aspecto externo de moralidade que torna alguém justo aos olhos do Pai. Todas as nossas justiças, ou seja, nossas tentativas de nos considerar retos diante do Senhor, são inúteis. A alvura mais limpa que podemos obter é como o carvão (Is 64:6). O homem tem natureza pecaminosa, e desde a tenra idade ela se manifesta através dos pecados que pratica: pequenos roubos, a mentira, a cobiça, o adultério, o ódio, a glutoraria e a embriaguez, entre outros.

Alguns conseguem camuflar os seus erros muito bem. Isso é verdadeiro principalmente para os que têm uma boa educação e desenvolvem um fino verniz da etiqueta e comportamento social – homens acima de qualquer suspeita. Mas de Deus, que tudo vê, não há como esconder o que quer que seja. Ele penetra no mais íntimo do homem, no seu coração, e lá desvenda a crua verdade sobre a sua verdadeira índole. Por isso, mesmo que tal pessoa pratique atos que pareçam bons diante dos homens, não há salvação para ele, a não ser que venha a se converter a Cristo Jesus.
 
E o que acontece se uma pessoa como essa da história se converter? Será que ela pensará que Deus não teria muito o que fazer com ela? Que seu esforço em ser um bom cidadão já o havia levado ao nível que os altamente pecadores só alcançam depois de muito tempo andando na estrada que leva a perfeição que há no Filho de Deus? Não creio que seja o caso. É bem provável que ele se comporte como Saulo de Tarso, depois conhecido como apóstolo Paulo, após a sua conversão. Ele fala que, antes de se converter, era da seita mais rígida, a dos fariseus (At 26:5), e cumpria irrepreensivelmente todos os preceitos da lei. Um homem exemplar, segundo os seus pares. Mas Paulo considerou isto tudo como perda, como lixo, como refugo (Fp 3:4-8), por causa da excelência do conhecimento de Cristo.

Concluindo, não há ninguém que não necessite de Jesus Cristo para a salvação, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus (Rm 3:23). Um coração que foi convertido à Cristo faz as boas obras porque a sua natureza mudou. Um coração não convertido faz boas obras, mas elas não contam para diminuir a sua dívida, pois a sua intenção nunca é (e nem pode ser) glorificar ao Deus Supremo, fim para o qual todos nós fomos criados.

Não é o caso, então, de faltar ao Fulano apenas o converter-se. Falta-lhe tudo o que realmente interessa: a mudança do coração, por operação regeneradora e milagrosa do Deus salvador.

Fonte: Napec

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