quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Pecado: Desgraça ou crime? Pecador: Vítima ou criminoso?

Por Josemar Bessa

O homem sempre viu o pecado de forma completamente diferente de Deus. A uma síndrome de vitimização nascida desde o Éden que sempre prosperou na mente humana, e que infelizmente em nossos dias, faz parte da base de grande parte do que chamamos “evangelho” hoje.

O homem sempre tratou o pecado como uma desgraça, não como um crime, como uma doença, e não como culpo, como um caso para um médico cuidando de um inocente doente e não um caso para um juiz. Quando suas bases se tornam estas, o que chamamos evangelho se torna o que essencialmente forma todas as religiões e teologias humanas.

Não reconhecendo o aspecto essencial, que é judicial da questão, não reconhece que a verdadeira resposta depende completamente em se reconhecer a completa culpa e indignidade, não havendo nenhuma reivindicação a ser feita pelo homem, sendo, sabendo e sentindo sua completa culpa diante de um Deus santo e justo que em nada está obrigado a não ser exercer sua justiça, sendo Sua misericórdia, como a própria definição da Palavra exige, prerrogativa inteiramente de quem a exerce... só justiça pode ser reivindicada. Ao fugir disso, em nada o “evangelho” se difere de todas as religiões humanas – que não vê o homem na necessidade de sinceramente reconhecer a culpa ou criminalidade como malfeitor, e não vítima ou merecedor de algo.

O pecado é um grande mal, traz infinita culpa... E as tentativas do homem de removê-la apenas a aumenta. Os esforços dos homens em se aproximar de Deus baseado em sua vitimização, ou algo bom que ainda resida neles apenas agrava a culpa ao banalizá-la.

Só Deus pode lidar com o pecado, com o crime, como uma desonra a si mesmo e como empecilho da aproximação do homem a Ele. E jamais, sendo santo, Ele lida com a culpa do homem de forma arbitrária ou sumária por mero exercício da vontade ou poder, mas ao levá-lo para julgamento em Seu próprio tribunal justo, na cruz ou no inferno.

A ira de Deus será totalmente merecida, justa e certa. Mas quão grande é a dificuldade de um “evangelho” centrado no homem sequer mencioná-la. O apóstolo Paulo minuciosamente mostra isso na primeira parte da carta aos Romanos: “A ira de Deus se revela do céu contra toda a impiedade e injustiça dos homens...” ( Romanos 1.18).

É completamente merecida. A verdade de Deus é conhecida: “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” - Romanos 1:19-20. Mas essa verdade é completamente suprimida – isso desperta a ira divina, porque não é uma desgraça... é um crime. E seu fruto é a impiedade e injustiça. Muitos estão dispostos, mesmo nos púlpitos, pregar um outro “evangelho”, sem ira... mas a advertência é: “Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.” - Efésios 5:6. “Pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência” - Colossenses 3:6

Paulo fala não só claramente, mas duramente em Romanos 2.5: “Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;” – Culpados, não vítimas! Somos responsáveis, estamos acumulando ira com cada ato de indiferença para com Deus – vivendo como definiu Agostinho – incurvatus in si – sendo deus de nós mesmos. Dando preferência para qualquer coisa acima de Deus. Esse não é um planeta de vítimas, mas de rebeldes. Cada batida de nossos corações, cada vez que o pecado é acariciado minuto a minuto neste mundo, cada vez que Deus, o doador de todas as coisas, é tratado como maçante... culpa, culpa, culpa: “...entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;”

Em Romanos 3.5-6, Paulo reintera: “Mas, se a nossa injustiça ressalta de maneira ainda mais clara a justiça de Deus, que diremos? Que Deus é injusto por aplicar a sua ira? ( Estou usando um argumento humano. ) Claro que não! Se fosse assim, como Deus iria julgar o mundo?”

O que poderia ser mais claro? Como um “evangelho” tão diferente pode ser pregado hoje? Porque é lógico que num mundo onde todos se veem como vítimas e o pecado como desgraça e não crime, o verdadeiro evangelho não seria visto como “relevante” para ele – e como a aceitação e parceria com o mundo é o grande objetivo em nossos dias – jogamos a verdade ofensiva no lixo. Paulo, inspirado pele Espírito, diz que esse Deus justo vai julgar o mundo com uma fúria terrível!

O problema é que o homem  acha que seus pecados não merecem esse tipo de ira – mas achar isso só mostra o quão culpado o homem é.

Um único pecado colocou o mundo inteiro sob o julgamento de Deus e trouxe a morte a todas as pessoas: “...mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá". - Gênesis 2:17“Se pela transgressão de um só a morte reinou por meio dele, muito mais aqueles que recebem de Deus a imensa provisão da graça e a dádiva da justiça reinarão em vida por meio de um único homem, Jesus Cristo.” - Romanos 5:17

Um único pecado trouxe tudo isso, e você tem cometido dezena de milhares de pecados contra este Deus. E cada pecado não é algo isolado, em cada pecado toda a lei de Deus é quebrada: “Pois quem obedece a toda a Lei, mas tropeça em apenas um ponto, torna-se culpado de quebrá-la inteiramente.” - Tiago 2:10. Ou seja, cada pecado é na verdade milhares de pecados. Você não só pecou milhares de vezes, mas cada um deles tinha a quebra de toda a lei de Deus.

Considere que uma única ofensa seria eternamente séria quando desonra um Deus infinitamente digno, uma desonra infinita. Portanto, uma punição infinita é merecida.

Só Deus pode resolver tão grande crime sendo perfeitamente justo, na cruz ou no inferno... qualquer solução vista que não essa, aumenta a culpa do desprezo a Deus em quem a propõe, e engana mortalmente quem a ouve: “Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.” - Efésios 5:6. “Pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência” - Colossenses 3:6

Fonte: Josemar Bessa

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