domingo, 2 de dezembro de 2012

Ambivalência é o câncer desta geração!

Por Josemar Bessa

Há pregadores que adoram frases do tipo: “Todo ponto de vista é a vista de um ponto” – O que eles desejas ensinar com isso? Brian McLaren resume essa mentalidade na introdução ao seu livro A New Type of Christian ("Um Novo Tipo de Cristão"):
“Dirijo meu automóvel e ouço a estação de rádio cristã, algo que minha esposa sempre diz que devo parar de fazer ("porque isso só deixa você nervoso", diz ela). Ali, ouço um pregador após outro se mostrando absolutamente seguro de suas repostas, que são até à prova de bombardeio, e das suas interpretações bíblicas infalíveis... E, quanto mais seguro ele parece, tanto menos desejo ser um cristão, porque neste outro lado, distante do microfone, das antenas e do locutor, a vida não é tão simples assim; as respostas não são tão claras assim; e nada é tão seguro assim”.

Deste modo, o pós-modernismo "evangélico" chegou a transformar em virtude sublime toda dúvida, incerteza e hesitação a respeito de quase todos os ensinos das Escrituras. Convicções fortes, afirmadas com clareza, são invariavelmente rotuladas como "arrogância" por aqueles que favorecem o diálogo pós-modernista.

Cristo sempre nos guia na Verdade, e  Ele nos faz viver o evangelho e proclamá-lo fielmente, não como um nariz de cera que pode ser moldado por cada um segundo suas conveniências, e é assim que Ele nos guardará de “tropeçar, e nos apresentará diante da Sua glória sem mácula e com grande alegria” (Judas 24).  Ambivalência é como uma corda que, se não verificada, torna-se uma algema que prende o homem à heresia. Ambivalência é o câncer desta geração!

O relativismo é uma revolta contra a realidade objetiva de Deus. A mera existência de Deus cria a possibilidade da verdade absoluta. Deus é a norma suprema e final para todas as alegações de verdade. Quem ele é, o que ele quer, o que ele diz, é o padrão externo e objetivo para se medir todas as coisas. Se o mundo acha isso relevante ou atrasado, isso não faz a menor diferença. E sua revelação é clara, mas jogamos fumaça sobre ela quando queremos agradar ao mundo mostrando que tudo não passa de pontos de vistas diferentes. Que a verdade é subjetiva. Quando o relativismo diz que não existe um padrão de verdade e falsidade que é válida para todos, ele fala como um ateu. Ele comete traição contra Deus.

O relativismo é uma rebelião generalizada contra o próprio conceito de direito divino. Portanto, é a rebelião mais profunda contra Deus. É uma traição que é pior do que a revolta total, porque é desonesto. Continua pregando um "evangelho" que na realidade não é verdade absoluta externa a nós. Era melhor dizer que não crê ser ele a verdade e pronto. É realmente pior de que uma revolta total. É realmente desonesto - pois devia dizer na face de Deus, "A tua palavra é falsa". Dizer: "A tua palavra é ambígua..." - dizer: "Não há tal coisa como uma palavra universalmente objetiva revelado por Deus" – Mas não usa dessa clareza honesta, e então deixa o que chama de "verdade" como algo aberto para cada homem moldar as coisas segundo seu coração enganoso. Isso é traição.

Ah! A loucura das mentes descuidadas abertas para tudo e caindo por nada, já dizia alguém. Todas as pessoas que são superficialmente “ortodoxas”, que dizem que “todo ponto de vista é a vista de um ponto”, transformam a verdade das Escrituras em mentira.

Essa abordagem tem sido mencionada, por alguns, como "uma hermenêutica da humildade" — como se fosse inerentemente orgulhoso demais para um pregador o imaginar que ele sabe aquilo que Deus disse a respeito de alguma coisa. É claro que essa negação de toda a certeza não tem qualquer indício de verdadeira humildade. De fato é arrogância, arrogância contra Deus. De fato, isto é realmente uma forma arrogante de incredulidade, arraigada na recusa imprudente de reconhecer que Deus foi suficientemente claro na revelação que fez de Si mesmo às suas criaturas. 

Essa atitude é uma forma blasfema de arrogância e, quando ela governa até a maneira como alguém maneja a Palavra de Deus, se torna outra expressão de rebeldia maligna contra a autoridade de Cristo. Era melhor dizer abertamente: eu amo a mente do mundo (minha própria mente), não a de Deus.

Quando a verdade objetiva desaparece na névoa do relativismo, não somos  mais um humilde servo para a proclamação preciosa verdade. Um homem assim joga fora o jugo da servidão e assume um poder próprio. Ele não se submete à realidade objetiva externa, ele cria a sua própria "realidade". Ele não serve mais para mostrar a verdade. Ele passa ser a fonte de autoridade que define o  que é a verdade. E todos alegremente aplaudem, pois cada um pode ter a “sua” própria “verdade”, já que ““todo ponto de vista é a vista de um ponto”

Devemos tomar o jugo da Verdade revelada mesmo que a cultura à nossa volta a ache loucura e escândalo, mesmo que ela não se adapte para se tornar “relevante” para o mundo. Todos os amantes da verdade são humildes, mas apesar de tentar vender isso desonestamente, o relativismo não é uma postura humilde, mas um manto de orgulho, altivez contra Deus, uma heresia destruidora!

Fonte: Josemar Bessa

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