sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Tudo é definido em termos de nós, e isso contamina tudo!


Por Josemar Bessa

A visão da Paternidade de Deus se perdeu completamente. Se olharmos os Puritanos, Reformadores... teremos uma visão completamente diferente da que temos hoje no meio evangélico.

Se você for de igreja em igreja hoje e perguntar o que as pessoas entendem pela Paternidade de Deus, elas responderão que significa que "Deus me ama, que Ele vai cuidar de mim, vai me guiar, me levar pro céu...”

Basicamente isso é “verdade”, mas onde está o problema???? Está no me, me, me, me... sem fim – tudo é definido em termos de nós – humanos. Este é o ponto de vista predominante e isso a tudo contamina.

Quando Deus nos deu os Dez Mandamentos – na Segunda Tábua, o mandamento mais precioso para os filhos é “Honra teu pai e tua mãe...” (Ex 20.12). Deus quer nos ensinar o exato oposto daquilo que domina a mente “evangélica atual” – “Honra  o teu pai!...” – Quando pensamos na Paternidade de Deus deveríamos em primeiro lugar não pensar nada a nosso próprio respeito. – Mas na Honra de nosso Pai.  Como Ele deve ser honrado, respeitado, obedecido, venerado. Como deveríamos em tudo defender Sua vontade expressa em Sua Palavra...

Em nossa sociedade perdemos a dimensão central e bíblica da paternidade. A idéia de respeito, honra e obediência. O pai é só um amigão que vive para satisfazer nossas necessidades... Não podemos conhecer Deus, o Pai, com essa idéia em mente.

Thomas Watson (Puritano - 1610-1686) nos mostra uma visão completamente diferente de como filhos deviam ver seus pais e como conseqüência, ver a Deus, o Pai.

Ele diz: “como as crianças deviam ver seus pais e demonstrar honra a eles?” – E ele mesmo responde baseado em grande quantidade e textos bíblicos: “Devem mostrar com um amor reverencial. Com um temor misturado com amor expressado com palavras e gestos”.

É isso que vemos hoje nos lares? Mesmo nos lares evangélicos? É esse o ar que respiramos em meio as famílias? NÃO!! Amor, estima reverencial não é dado pelos filhos e nem esperado pelos pais. Como poderíamos esperar que hoje se tivesse uma visão correta da Paternidade de Deus? O ideal de paternidade é completamente secular – Deus como Pai não é honrado – um amor reverencial não é prestado a Deus – Ele tão somente é visto como alguém que se nos “ama’, deve nos fazer felizes, nos dando coisas e não nos negando nada. Que definição pífia nós temos de amor, felicidade, paternidade... É pífia, pois vem do mundo e não de Deus, não de Sua Palavra. Como resultado, Deus é tremendamente desonrado onde devia receber toda honra – na igreja.

Esta é a mensagem de Deus para nós: “O filho honra o pai ( pelo menos devia), e o servo, ou seu senhor” – então Deus pergunta – “Se eu sou Pai, onde está minha honra? E se Sou Senhor, onde está o respeito para comigo? – diz o Senhor dos exércitos” (Ml 1.6).

Ah! Grande parte dos problemas que vivemos no evangelicalismo hoje não está aí? Heresias, desvios claros da Palavra, desprezo sobre o ensinamento apostólico, endeusamento do dinheiro, misticismo, abandono das Doutrinas da Graça... Tudo cabe nessa denúncia – “Se eu sou Pai, onde está a minha honra?” – A idéia de que Deus existe para nós e não nós para sua glória e honra e todos os demais desvios estão incluídos nesta pergunta.

O que Deus está dizendo é que Sua Paternidade gloriosa implica em um DEVER SAGRADO de  seus filhos em honrá-lo, obedecê-lo, respeitá-lo e demonstrar amor reverencial.

Deus em Sua Palavra usa os profetas para nos ajudar a sentir a MAJESTADE DE NOSSO PAI.

Deus não nos mostra simplesmente que devíamos mostrar gratidão por um pai que cuida de nós (e Ele cuida) – Ele vai muito além. Devíamos mostrar honra a um Pai que é todo majestoso e auto-suficiente: “Se eu sou Pai, onde está minha honra? E se Sou Senhor, onde está o respeito para comigo? – diz o Senhor dos exércitos” – Ele é o Senhor dos Exércitos – o grande “Eu Sou”!

Um evangelho que não leva o homem em tudo a honrar e glorificar a Deus; e sim ver Deus de uma maneira utilitária, mundana e secular – é um evangelho falso.

Fonte: Josemar Bessa

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