quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Qual é o mínimo necessário?


Por Josemar Bessa

Essa é uma pergunta comum. Muitos acordam pela manhã e o mote que os conduz é - “Qual é o mínimo que eu posso fazer e ainda estar agradando a Deus? Qual é o requisito mínimo?”

A ideia é - Quando estou livre para fazer o que eu quero? O que devo cumprir para depois estar livre? É a pergunta, por exemplo, que Pedro fez no que diz respeito ao perdão – Qual é o número de vezes que eu tenho que perdoar para depois ficar livre para não perdoar mais? – Mateus 18.21-35.

Assim, com este espírito, pessoas tem tratado da santidade, mundanismo... Isto expressa um coração que não entendeu o evangelho e como a Verdade é a expressão do caráter de um Deus imutável. Foi essa pergunta que os fariseus fizeram em relação ao casamento – “Qual é o mínimo necessário para que eu possa ter uma desculpa para me divorciar da minha esposa?” – Mateus 19.1-12. É a mesma pergunta do jovem rico sobre moralidade – "Qual é o mínimo que posso fazer para ter a vida eterna?" - Mateus 19.16-22. É de se espantar que ele tenha ido embora triste?

Sobre esta questão C. S. Lewis escreve sabiamente:

"Nossa tentação é sempre olhar ansiosamente para o mínimo que será aceito. Somos, de fato, muito parecidos com homens que tem que pagar seus impostos, com os contribuintes honestos, mas relutantes. Aprovamos o imposto de renda, mas só em princípio. (Muitos de nós tem tratado as coisas de Deus assim). Pagamos, mas sempre temendo o aumento do imposto. Somos sempre cuidadosos para não pagar jamais mais do que o mínimo necessário. E esperamos, com avidez, que depois de ter pago, ainda sobre o suficiente para vivermos".

É impossível viver para a glória de Deus com a mentalidade de contribuintes. É impossível viver para a glória de Deus com a obediência de contribuintes – essa é uma obediência miserável. Você deve abandonar a ideia de dividir sua vida, seu tempo, seus prazeres... entre você e Deus. Você deve ir para a cruz. Mate seu instinto de auto-preservação mundano. Mate! – “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” – Gálatas 2.20. Rendição total e absoluta é o nosso único descanso, nossa única alegria verdadeira e sólida no Reino de Deus. Fora disso o que o homem tem é apenas a tentativa de barganha de uma alma insatisfeita com tudo que Deus é em Cristo para ela.

Em 2 Coríntios 8.5, Paulo diz: “deram primeiramente a si mesmos ao Senhor” – Este é o passo que deve ser dado a cada manhã. Isto significa que eles deram seus corações a Deus, sendo conquistados por Sua beleza infinita que os satisfez completamente. (Sem barganhas – Sem coisas do tipo – “o que vai sobrar para mim?” – sem mentalidade de contribuinte).

“Deram primeiramente a si mesmos” – Entregaram suas vontades a ele para serem governados por Ele. Dedicaram suas vidas a Ele, em busca total de Sua honra e glória – “Também no caminho dos teus juízos, SENHOR, te esperamos; no teu nome e na tua memória está o desejo da nossa alma. Com minha alma te desejei de noite, e com o meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te; porque, havendo os teus juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça.” - Isaías 26:8-9

O desejo está firmado no próprio Deus, seu favor, graça, misericórdia, justiça, santidade... sua presença graciosa, a influência santificadora de sua graça sobre nós... Nossas vontades cativas, como o servo é rendido ao prazer de seu mestre. Seus desejos e interesses se tornando nossos prazeres e força de propulsão da vida.

Esqueça a mentalidade de contribuinte! “Qual o mínimo necessário” – é uma pergunta diabólica. Deleite-se em tudo que Deus é.

Fonte: Josemar Bessa

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