domingo, 17 de março de 2013

Não somos cães farejadores!



Por Josemar Bessa

O evangelho gera exultação e alegria na obra perfeita de Cristo - Essa alegria caracteriza o homem regenerado - Gera fome por Cristo, santidade pessoal, deleite em Deus... E é assim que lutamos contra o erro - exultamos na verdade.

Muitos perderam isso (Ou nunca tiveram) - se tornando tão obcecados com as heresias que perderam a capacidade de se alegrar na verdade da doutrina de forma que todos vejam seu regozijo no pleno viver da verdade.

Se transformaram em meros cães farejadores que ficam nos aeroportos tentando achar drogas... quando não estão farejando drogas, não são nada, presos em tristes canis.

No Novo Testamento... os apóstolos lutam pela pureza da igreja, mais jamais cometem o erro de não proclamarem e viverem a alegria da salvação que nos santifica para nos deleitarmos em Deus. Um homem mundano pode ser um "cão farejador" - sua alegria é farejar o erro, mas jamais seu deleite completo é a Verdade. Hoje muitos que dizem defender a verdade não tem nenhum amor pela igreja e a comunhão dos santos. Paulo lutava pela verdade em amor pela igreja, e a razão disso era Cristo. É impossível amar a Verdade, amar a Cristo sem a vida de comunhão com o corpo de Cristo a igreja – Paulo diz: “Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo. Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.” - 2 Coríntios 11:2-3 - Sua luta contra o engano estava completamente relacionada a edificação da igreja, na comunhão dos santos, para apresentá-la como uma virgem a seu marido. Ele vivia na comunhão do corpo, lutando pela pureza do corpo, sofrendo na comunhão dos santos... por causa do seu amor a Cristo.

Por causa disso, Paulo não mandou os Coríntios irem para suas casas – Já que havia tantos erros e falsos líderes... Não, ele diz, na comunhão dos santos vos tenho preparado, como igreja, para ser apresentada como uma virgem pura a seu marido – Cristo. Paulo não é um cão farejador. Ele passa a maior parte do tempo edificando a igreja com a Verdade, se alegrando na Verdade...

Lutero protestou por amar a Deus, a verdade, a igreja - e não por amar o protesto - Os Reformadores amavam a glória de Deus e pregaram sobre ela como ninguém - Não eram cães farejadores.

Olhe para Lutero e você verá tudo, menos um cão farejador. Se um homem se preocupa com o Reino, ele será encontrado envolvido em sua igreja local. Junto com ela, orando por ela, contribuindo para sua maturidade, envolvido em uma paixão sincera.

Pense em Martinho Lutero – poucos homens foram tão usados para a edificação do Reino de Deus, mas como ele fez isso?


Em primeiro lugar, Lutero foi um pregador em sua igreja local – mais pregador que a maioria dos pregadores. Lutero conhecia o fardo e a pressão da pregação semanal na igreja local. Havia duas igrejas em Wittenberg, a igreja da cidade e a igreja do castelo.

Lutero era um pregador regular na igreja da cidade. Ele afirmou: "Se hoje pudesse me tornar rei ou imperador, ainda assim não renunciaria ao meu ofício de pregador". Era compelido por uma paixão pela exaltação de Deus na Palavra. Em uma das suas orações, ele diz: "Querido Senhor Deus, quero pregar para que o Senhor seja glorificado. Quero falar do Senhor, louvar ao Senhor, louvar o teu nome. Mesmo que eu não possa fazer tudo isso, será que o Senhor não poderia fazer com que tudo isso desse certo"?

Para sentir a força desse compromisso, você precisa perceber que na igreja em Wittenberg não havia nenhuma programação de igreja, somente louvor e pregação. Aos domingos, havia o louvor das cinco horas com um sermão na Epístola, o culto das dez horas com um sermão do Evangelho e uma mensagem da tarde sobre o Antigo Testamento ou catecismo. Os sermões de segunda e terça-feira eram sobre o catecismo; o de quarta-feira sobre Mateus; às quintas e sextas sobre as cartas apostólicas; e aos sábados sobre João.

Ele pregou, por exemplo, 117 sermões em Wittenberg em 1522 e 137 sermões no ano seguinte. Em 1528, pregou quase 200 vezes e no ano de 1529, pregou 121 sermões. Portanto, nesses quatro anos, a média foi de um sermão a cada dois dias e meio. Como Fred Meuser disse no livro sobre a pregação de Lutero: "Ele nunca tirou um fim de semana de folga. Nem mesmo um dia por semana de folga. Nunca tirou férias do trabalho de pregação, ensino, estudo individual, produção e escrita. Esse é o grande reformador tão grandemente foi usado por Deus para a edificação do seu Reino aqui”. 

Nós fazemos na igreja da mesma forma como construímos grandes casamentos - compromisso real, envolvimento e comunhão que faz uma diferença positiva de maneira prática. E, assim, e só dessa forma, o Reino de Deus é edificado aqui na terra. Assim fizeram os Reformadores.

Não seja um cão farejador!!

Fonte: Josemar Bessa

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