sábado, 23 de novembro de 2013

Um recado aos desigrejados



Por Marcos Botelho 

Cada vez cresce mais o número de crentes sem igrejas, são simpatizantes de Jesus, o Cristo, mas não suportam a ideia de participar de uma igreja.

Como tenho muitos amigos desigrejados conheço vários argumentos e até mesmo me identifico com alguns deles.

Todos eles perceberam em algum momento de suas vidas a singularidade da mensagem de Jesus, ou lendo a bíblia, ou através de uma experiência marcante na juventude.

Todos são unânimes em declarar que Jesus é único caminho e que sua proposta de vida é incomparável com qualquer outra proposta entre outras religiões.

Mas também todos sentem tremenda dificuldade de se envolver em uma igreja local, uns por terem vivenciado a terrível experiência de serem julgados ou descriminados por alguns religiosos na igreja; outros por se indignarem ao verem tantos líderes, principalmente na TV, com esse discurso da prosperidade, com uma santidade que não passa de marketing para enganar o povo; e ainda tem alguns que simplesmente não sentem a necessidade de ir na igreja toda a semana, sentem que é apenas uma rotina religiosa que faz pouca diferença no dia a dia, alegam que conseguem se “recarregar” sozinhos em casa lendo a bíblia e conversando com alguns amigos.

Eu entendo os desigrejados, até porque todos esses sentimentos rondam a minha alma, e já cheguei a pensar seriamente em deixar de ir na igreja por esses três motivos.

Mas acredito que viver desigrejado não seja bom para ninguém.

Poderia usar o simples argumento de que não é projeto de Deus para ninguém viver a vida sozinho, nem o próprio cristo fez isso, nem nenhum dos seus primeiros discípulos.

Mas não é apenas uma ideia bíblica, na pratica vejo que a fuga dos religiosos julgadores não gera uma vida sem julgamentos, pois fora da igreja temos muitas cobranças e muitos dedos apontados. Com um agravante, com menos pessoas ao lado para compartilhar as fraquezas e decepções. Sem contar com a nossa consciência que é a acusadora principal por não cumprirmos o que é certo.

Caímos também no terrível erro de generalizar todos os líderes religiosos como oportunistas e falsos, esquecendo que o líder (pastor) que é correto e vive a proposta do evangelho não fica fazendo auto marketing do tanto que é santo, pois aprendeu direto com Jesus que quando se faz uma boa coisa, que seja em secreto.

Esse tipo de líder, seguidor de Jesus, está em toda parte, menos na mídia, por isso você só o encontra indo passar um tempo ao seu lado, nas igrejas onde eles estão servindo. Os desigrejados acabam cometendo o erro que sempre condenaram nos outros, o de julgar e colocar injustamente todos no mesmo “saco”, e pior, vivem com essa culpa sozinhos.

E aos que além disso tudo vivem bem sem a rotina de participar toda semana de uma igreja local, acabam sendo enganados por eles mesmos, por não perceberem que não conseguem ter sozinhos a disciplina de procurar o Jesus que eles admiram, e vão se afastando lentamente de uma comunhão saudável e proveitosa com Deus.

Amam a proposta de Cristo, mas não suportam o seu corpo. Enxergam a incapacidade da igreja em ser boa, mas não enxergam a sua própria incapacidade de fazer o bem. Condenam a igreja por uma parte que é intolerante, mas não se condenam por não perceberem a intolerância do seus próprios corações.

Viver em comunidade não é uma proposta apenas para nos sentirmos melhor, mas para enxergarmos no outro que não somos quem gostaríamos de ser. Nessa experiência semanal de frustração o Espírito de Cristo nos transforma em pessoas melhores, mais parecidas com Ele.

Entendo os motivos dos desigrejados, mas não acredito que seja a melhor opção. Deus os abençoe.

Assista ao vídeo:



Fonte: Ultimato

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