sexta-feira, 27 de junho de 2014

O Spurgeon Desprezado


Por  Iain Murray

O fato de que foi sua ênfase em restabelecer a velha doutrina provocou intensa oposição a seu ministério, Spurgeon não tinha a menor dúvida. "Somos depreciados como hipers; (Hiper-Calvinista) somos considerados a escória da criação; dificilmente um ministro nos dá atenção ou fala favoravelmente de nós, porque sustentamos fortes ideias sobre a venerável soberania de Deus, Seus soberanos atos eletivos e Seu amor especial para com o Seu povo".

Pregando à sua igreja local em 1860, ele disse: "Não há uma outra igreja de Deus na Inglaterra, que durante os últimos cinquenta anos, teve que passar por maiores provações do que as que nós temos tido... raro é o dia que rola sobre a minha cabeça em que a mais vil ofensa, a mais terrível difamação, não seja proferida contra mim, tanto privadamente como pela imprensa pública; todo engenho é empregado para pôr abaixo o ministro de Deus - todas as mentiras que o homem pode inventar são lançadas contra mim.... Eles não impediram a nossa utilidade como igreja; não diminuíram o número dos nossos congregados; aquilo que se esperava fosse mero espasmo - um entusiasmo que se esperava que duraria apenas uma hora - Deus tem aumentado diariamente; não por minha causa, e sim por causa do evangelho que eu prego; não porque havia alguma coisa em mim, mas porque me apresentei como um expositor do calvinismo claro, honrado e sincero, e porque procuro falar a Palavra de forma simples".

Spurgeon não se surpreendia com a inimizade que manifestada para com a sua proclamação das doutrinas da graça: "Irmãos, em todos os nossos corações há esta inimizade natural contra Deus e contra a soberania da Sua graça". "Sei de homens que mordem seus lábios e rangem os dentes de raiva quando prego a soberania de Deus.... Os visionários doutrinários atuais admitem a existência de um Deus, porém Ele não deve ser Rei: quer dizer, eles preferem um deus que não é deus, e dão preferência ao servo, e não Aquele que exerce governo sobre os homens." O fato de que a conversão e a salvação são obra de Deus é uma verdade humilhante. É por seu caráter humilhante que os homens não gostam dela. Ouvir dizer-me que, se hei de ser salvo é preciso que Deus me salve, e que estou em Suas mãos, como o barro está nas para com o Seu povo".

Spurgeon não se surpreendia com a inimizade que manifestada para com a sua proclamação das doutrinas da graça: "Irmãos, em todos os nossos corações há esta inimizade natural contra Deus e contra a soberania da Sua graça". "Sei de homens que mordem seus lábios e rangem os dentes de raiva quando prego a soberania de Deus.... Os visionários doutrinários atuais admitem a existência de um Deus, porém Ele não deve ser Rei: quer dizer, eles preferem um deus que não é deus, e dão preferência ao servo, e não Aquele que exerce governo sobre os homens." O fato de que a conversão e a salvação são obra de Deus é uma verdade humilhante. É por seu caráter humilhante que os homens não gostam dela. Ouvir dizer-me que, se hei de ser salvo é preciso que Deus me salve, e que estou em Suas mãos, como o barro está nas que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece". O mundo também tem uma religião universal, porém, vejam como Cristo põe isso abaixo: "Eu rogo por eles: não rogo pelo mundo". Deus nos ordenou dentre os homens: "Eleitos de acordo com o pré-conhecimento de Deus Pai, pela obra santificadora do Espírito e pela fé na verdade".

Obviamente, Spurgeon considerava a diferença entre o calvinismo e o arminianismo como algo concreto e definível, e não mera questão de "equilíbrio" ou de proporção da verdade. Com o termo arminianismo ele não queria dar uma "ênfase" à responsabilidade humana, pois ele pregava a responsabilidade do homem tão fortemente como qualquer que já viveu. Menos ainda ele achava que uma coerente posição escriturística abranja as duas posições; na verdade, ele achava difícil ser paciente quando refutava essa confusão. "Não pensem", diz ele, "que vocês precisam ter erros em sua doutrina para se tornarem úteis. Temos alguns que pregam calvinismo em toda a primeira parte do sermão, e o concluem com arminianismo, porque acham que isso os fará úteis. Um absurdo útil! É tudo o que isso é. Se um homem não pode ser útil com a verdade, não pode ser útil com um erro. O que há na doutrina pura é suficiente, sem a introdução de heresias, para pregar aos pecadores. O fato é que existem questões doutrinárias definidas envolvidas na controvérsia entre os dois sistemas, e quando defrontado por uma dessas questões o homem deve sustentar ou uma ou outra.

Algumas dessas questões podem ser expostas como segue: Haveria um plano de redenção pelo qual Deus Se determinou a salvar, mediante Cristo, algumas pessoas que Ele escolheu?

Acaso esse plano prove a concessão gratuita de todas as coisas necessárias para o seu cumprimento, ou seria o seu cumprimento condicionado pela aceitação do homem?

Porventura Cristo, em Sua morte, assegura infalivelmente a redenção de todos aqueles que Ele representou como substituto?

Ao regenerar pecadores, será que o Espírito Santo efetua plenamente o propósito do Pai e aplica infalivelmente a obra redentora de Cristo?

Seria possível resistir à obra regeneradora do Espírito?

Acaso somos regenerados, ou nascemos de novo, por causa da nossa fé e arrependimento, ou seria a fé efeito e resultado da regeneração?

Provavelmente há alguns que objetariam até mesmo à formulação de perguntas como essas. Os breves artigos doutrinários do movimento evangélico moderno - diferentemente das confissões reformadas dos séculos 16 e 17 - nada dizem sobre essas questões, presumivelmente porque isso não é mais considerado necessário. A atitude predominante tem sido a de desdenhar as proposições definidas da verdade e contender por obscuridade e indefinição, como se isso fosse mais espiritual e bíblico, e contribuísse mais para a manuten¬ção da unidade. Portanto, não é surpreendente que em tal atmosfera de baixa visibilidade espiritual tenha se tornado corrente a ideia de que um homem pode ser arminiano e calvinista.

A igreja perfeita!


Por Josemar Bessa

Muitas pessoas num mundo que prega abertamente o individualismo, e cada homem como medida do que é bom e correto para si mesmo, tentam encontrar desculpas que racionalizem o problema nascido no Éden, o homem sendo “deus” de si mesmo.

Uma das desculpas é sempre tirar a responsabilidade pessoal pelo meu fracasso e colocá-lo em grupos maiores que não tem uma cara específica. Gostamos e abraçamos como desculpa os pecados institucionais, tão condenados diariamente, e pouco falamos dos pecados pessoais, que em última análise, são o nosso verdadeiro problema.

Muitos falam da imperfeição da igreja apenas como uma desculpa para sua vida vivida em torno de si mesmo.

Por exemplo, a unidade da igreja – A unidade da igreja (olhe para a igreja local) não significa a ausência de conflitos. Quando Cristo orou pela unidade, ele também orou pela santificação de sua igreja ( João 17.17). A necessidade de santificação pressupõe a presença do pecado, e presença do pecado resulta muitas vezes, como não podia deixar de ser, em desunião.

Cristo sabia disso, ele não ora de forma ingênua, ele orou por igreja verdadeiras num mundo real e caído, orou por igrejas imaturas, por igrejas perseguidas que lutariam com o medo..., igrejas que teriam problema com o orgulho, igrejas com membros pecadores... Ou seja, igrejas como as que o apóstolo Paulo fundou e dirigiu, e Pedro, e João... e tiveram que escrever cartas, admoestar, repreender... Igrejas como as que Jesus repreende através de João em Apocalipse 1-3. Mas a oração de Jesus ainda é que esses pecadores justificados, regenerados... estejam juntos, se mantenham juntos... Por quê? O plano de muitos hoje seria cada um ficar em sua casa até que todos fossem perfeitos para se juntarem. Mas Jesus os quer juntos e ora para que sejam santificados pela Palavra... pecadores que muitas vezes tem conflitos, juntos? Por que? Porque Jesus usa os pecados irritantes dos outros para expor nossos próprios pecados, criando oportunidades de tolerar, desenvolver a paciência, orar por transformação, aprender a perdoar... cumprindo assim uma instrução fundamental: “amar uns aos outros” ( Jo 13.34-35). Como Ele nos amou, como Ele amou os discípulos... se havia algo longe de qualquer perfeição era o grupo de discípulos que andou com Jesus naqueles três anos: Pedro, Tiago e João, Tomé... Quanto orgulho e disputa por primeiro lugar houve entre eles, quanto medo, quanta incredulidade... Tudo isso levou a desunião muitas vezes, mas a contenda que naturalmente leva a desunião traz consigo a possibilidade de refinar a igreja quando o pecado é confrontado, confessado... e o evangelho da graça é aplicado (Mt 18.21-35).

O crescimento na unidade da igreja não depende de faixa etária, música... Você cria tribos, “igrejas tribais” – Em torno da juventude, estilos musicais, vestes... Não é Cristo o ponto focal dessa união – ela é humana e carnal. Sempre é a isso que nossas estratégias levam.

A unidade da igreja depende da Palavra de Deus. Logo antes de Cristo orar pela unidade da igreja nos versos 20,21 de João 17, ele ora para que Deus santifique o seu povo. A sua oração deixa claro que a unidade tem uma base, a santificação. E ele afirma que a santificação flui da Verdade: “Santifica-os na verdade, a tua Palavra é a verdade!”

Apenas quando nos humilhamos de fato sob a Palavra, não sobre partes, mas toda a Palavra, toda a Verdade. Quando abandonamos a ideia de determinar o que é relevante ou não nela, o que sempre é forjado na arrogância de um coração que não ama a Verdade, sempre que nos reunimos em torno de sua mensagem integral, mudanças espirituais verdadeira produzem unidade espiritual verdadeira.

Unidade construída em qualquer outra base, quer seja a personalidade do líder, o estilo, o ministério específico que se molda ao gosto natural de um grupo... está destinado ao fracasso aos olhos de Deus. Só quando a Palavra é central, os membros podem de fato ser reconciliados uns com os outros, aprender a perdoar uns aos outros, amar uns aos outros... a unidade da igreja depende de empenho de todos juntos crescerem na prática na compreensão da Palavra de Deus: “Santifica-os na Verdade!”

Muitos esperam o que nunca foi prometido por Cristo. Muitos esperam o que nunca foi experimentado por nenhuma das igrejas fundadas por Paulo, Pedro, João... A unidade da igreja não será plenamente realizada neste mundo. Portanto, muitos usam esse tema, como outros, apenas para disfarçarem sua recusa em viver o evangelho e crescer como povo e rebanho de Deus juntos. O que leva a compromisso, obediência, sujeição... e tantas outras coisas que apesar de ser o claro ensino bíblico, a mente desta geração detesta. Nesta geração um dos deuses mais cultuados é o individualismo. E muitos usam de várias desculpas para cristianizarem esse deus em suas vidas.

Muitos esperam hoje o que não está prometido até a volta de Cristo, o que o torna a pessoa inútil agora, no único tempo que ela tem neste mundo no trabalho de Deus na edificação da Sua igreja. Como Paulo poderia se manter útil e motivado em escrever cartas para as igrejas locais, pessoalmente lutar pela verdade de Deus nelas, pelo crescimento espiritual das pessoas... se pensasse assim?

A esperança do futuro não pode distorcer a percepção do presente. Todos nós devíamos saber, pelo claro ensino bíblico e pela nossa luta pessoal, que vivemos em um momento em que o Espírito e a carne coexistem numa guerra. Que o mundo é um inimigo poderoso, que Satanás engana e trabalha também em nosso meio. Devemos então, de modo realista, como Jesus, orar pela paz e união da igreja, buscar “se possível estar em paz com todos” – ou seja, no que depender de nós. Sermos filhos de Deus, ou seja, pacificadores no meio da igreja (Mt 5.9)... mas não ficarmos surpresos quando a desunião mostrar sua feia face. Devemos em momentos assim avaliar a nossa própria contribuição tanto na quebra da união, como na responsabilidade pela paz. Este é um assunto, como muitos outros, que nós temos o já, e temos também o “ainda não”.

Devemos avaliar a nossa própria contribuição para a luta, é preciso remover o registro do nosso próprio olho, e devemos esperar de novo no evangelho de Jesus Cristo. Sua paz é já, mas ainda não!

Exercer o perdão, a paciência, a longanimidade, a benignidade, a mansidão, o amor... é estar vivendo exatamente isso. Num perfeito ambiente de paz, esses frutos não estariam sendo desenvolvidos. Um dia esse tempo chegará.

Se tua aspiração fixa agora está no que ainda está no futuro, e com isso a tua desculpa está na imperfeição da igreja, sua motivação não pode ser a mesma dos apóstolos... nem mesmo a de igreja ao orar por sua igreja (João 17), mas não passa disso, desculpa e racionalização. No entanto, paz perfeita está prometida, e está prometida por um Deus soberano que não pode falhar e não falhará. Hoje já estamos em paz com Ele (Rm 5.1). Agora oramos pela união, temos nos tornado pacificadores, estamos sendo santificados pela Palavra... estamos engajados na batalha, e não procurando desculpas para fugir dela.

Fonte: Josemar Bessa

O que são os atos proféticos?


Por Robson T. Fernandes

Antes de qualquer coisa é preciso dizer que a intenção deste artigo não é denegrir a imagem de ninguém e nem difamar quem quer que seja, especialmente porque acreditamos sempre que existe a possibilidade de arrependimento e mudança de atitude diante de uma postura errada, principalmente porque, como cristãos, devemos sempre esperar que haja o exercício do arrependimento, confissão e perdão (2Cr 7:14).

Um dos problemas mais comuns e recorrentes na igreja evangélica brasileira diz respeito às falhas de interpretação bíblica, quando alguns textos são distorcidos, ora propositalmente ora por imperícia, imprudência ou negligência. De uma forma ou de outra, a utilização inadequada de um texto ou de uma passagem bíblica tem levado muitas pessoas ao engano e ao erro. É exatamente isso o que ocorre com as práticas dos atos proféticos, tão comuns entre aqueles que seguem o Movimento da Fé.

Mas, afinal de contas, o que é um ato profético?

René Terranova, que foi ungido apóstolo, depois “paipóstolo” e Patriarca, por Morris Cerrullo, tem se destacado como um dos principais líderes defensores do Ato Profético no Brasil. Ele diz: “A linguagem profética traz ao reino físico a existência do mundo espiritual. Na maioria dos seus discursos, Jesus falava de uma forma espiritual e o povo entendia na forma física, porque lhes faltava discernimento espiritual” (TERRANOVA, 2009) [1].

Ainda, o grupo Reavivamento Europa dá a seguinte definição para Ato Profético:

Como o nome já sugere são ações realizadas por homens, profetas de Deus com determinado sentido profético, com intuito de profetizar com ações e símbolos. São sinais que apontam para o reino espiritual e que tem conseqüências no reino físico. São ações expressas em atitudes e palavras [2].

Então, na visão dos seguidores do Movimento da Fé, o Ato Profético seria uma ação envolta em simbologia que supostamente traria ao mundo físico as realidades espirituais. Para isso, os defensores desse pensamento utilizam passagens bíblicas, especialmente do Antigo Testamento, em que Deus manda que os profetas utilizem símbolos para transmitir a Sua mensagem, a exemplo dos umbrais das portas com sangue na noite da décima praga do Egito (Ex 12), a pregação sem roupas de Isaías (Is 20:3-4), as sete voltas em torno de Jericó (Josué), a canga de Jeremias (Jr 27:2), o cinto de linho enterrado às margens do rio Eufrates (Jr 13:1-11), a botija de barro quebrada diante do povo (Jr 19:1-11) etc.

Em primeiro lugar, as ações praticadas pelos profetas bíblicos não traziam nada à existência, como afirmam os seguidores do Movimento da Fé. Antes, tinham um caráter didático de ensino, instrução e orientação para o povo de Deus, a exemplo do profeta Oséias que casou com uma prostituta. A ação de Oséias, ordenada por Deus, visava fazer o povo entender que havia se prostituído diante do Senhor, mas que Ele, o Senhor, continuava fiel ao Seu povo (Os 3) buscando tirá-lo da prostituição, assim como Oséias fez com aquela mulher. Essa passagem bíblica nos mostra que a situação de Gômer, a prostituta, era a mesma situação do povo de Israel. Esse meio didático utilizado por Deus só demonstra que o povo estava em prostituição.

Essas ações proféticas encontradas na Bíblia não trazem à existência coisas espirituais. Elas tinham um caráter didático para corrigir o povo, ensinar o povo ou trazer juízo sobre um povo. Por isso diz-se que tais ações fazem parte dos atos salvadores de Deus na história.

Por essa razão é que o escritor aos Hebreus declara:

Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles. (Hb 1:1-4)

Em segundo lugar, a interpretação bíblica é distorcida com os Atos Proféticos da atualidade. Isso ocorre porque tais pessoas confundem o que é relato histórico e o que é ordem direta.

Um relato histórico é a descrição de algo que ocorreu no passado. Por exemplo, a Escritura relata que Judas traiu Jesus. E mais, a Bíblia revela que o próprio Jesus disse: “O que fazes, faze-o depressa” (Jo 13:27). Ainda, a Bíblia revela que Deus disse à Moisés: “tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa” (Ex 3:5). Ainda, a Bíblia revela que Jesus “cuspiu na terra e, tendo feito lodo com a saliva, aplicou-o aos olhos do cego” (Jo 9:6). Ainda, a Bíblia revela que quando os sacerdotes entrassem na tenda da congregação, ou quando fossem ministrar no altar, deveriam lavar as mãos e os pés com água para não morrerem, e “isto lhes será por estatuto perpétuo, a ele e à sua posteridade, através de suas gerações” (Ex 30:20,21). Ou seja, se um relato bíblico e histórico é entendido como uma ordem para o povo de Deus e deve ser visto em forma de Ato Profético, deveríamos, então, trair Jesus, pois Ele mesmo disse “O que fazes, faze-o depressa”; deveríamos tirar as sandálias toda vez que entrássemos na presença de Deus em oração, na igreja ou em uma reunião espiritual com irmãos (Ex 3:5); deveríamos cuspir na terra e fazer “lodo” para passar nos olhos dos cegos para os quais oramos (Jo 9:6); deveríamos lavar as mãos e os pés todas as vezes que fôssemos oferecer algum tipo de serviço ao Senhor, para não sermos mortos (Ex 30:20,21) etc.

O fato é que esses atos, encontrados em sua grande maioria no Antigo Testamento, são direcionados à um povo, evento ou situação específica, e a Bíblia está apenas relatando o que houve. A Bíblia não está estabelecendo uma regra ou dizendo que deveríamos reproduzir o ato. Ainda, o leitor da Bíblia deve observar o que o texto está dizendo, para quem está dizendo e para quando está dizendo. Muitas vezes algumas pessoas erram porque se apropriam de promessas que dizem respeito ao povo de Israel no Antigo Testamento, como se isso dissesse respeito a nós hoje. Portanto, uma coisa é a Bíblia relatar um fato, e outra coisa completamente diferente é a Bíblia dar uma ordem direta e aplicável a nós hoje, como essa:

Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais. Pois com que direito haveria eu de julgar os de fora? Não julgais vós os de dentro? Os de fora, porém, Deus os julgará. Expulsai, pois, de entre vós o malfeitor. (1Co 5:11-13)

Em terceiro lugar, erram por ignorar a suficiência das Escrituras.

A busca por Atos Proféticos é gerada pela sensação de que a Bíblia não é suficiente para nos falar, para nos corrigir e nem para nos orientar, e muito menos para suprir nossas reais necessidades.

O apóstolo Paulo alerta seu discípulo Timóteo sobre isso:

Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério. (2Tm 4:1-5)

Exatamente por essa razão, Jesus disse: “Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus” (Mt 22:29).

O fato é que tais pessoas sentem a necessidade de algo mais, de uma nova experiência. Isso ocorre porque se afastaram dos princípios elementares da fé cristã e do Sola Scriptura. Para estes a Sagrada Escritura já não é suficiente, pois buscam algo mais. Contudo, esquecem que os atos dos profetas no Antigo Testamento, normalmente, estavam relacionados com o afastamento do povo dos princípios estabelecidos pelo Senhor, e como este povo estava negligenciando a Sagrada Escritura, Deus usa de outro meio para lhes falar ao coração. Por isso, ao buscar um suposto e hipotético Ato Profético estão apenas confessando publicamente o quão distante se encontram da Bíblia Sagrada.

Em quarto lugar, erram na contextualização e na aplicação dos princípios bíblicos.

Um exemplo que pode ser citado para ilustrar a questão é a armadura de Deus, em Efésios 6:10-20. Ali, naquele Texto, o apóstolo Paulo utiliza o artifício da ilustração para falar de verdades espirituais, e essas verdades são ilustradas através de uma realidade física. Ou seja, Paulo usa a armadura romana para falar da verdade da batalha espiritual, alicerçada no Evangelho da Paz (sandálias), Justiça (couraça), Salvação (capacete), Fé (escudo) e a Palavra de Deus (espada). Isso não quer dizer que o cristão tenha que usar uma armadura de verdade, ou que tenha que ter miniaturas de armaduras em sua casa como uma mandala, patuá ou amuleto, para estar protegido, pois isso seria superstição. Da mesma forma, os atos encontrados no Antigo Testamento, por exemplo, não precisam ser repetidos em nosso meio hoje, pois semelhantemente isso seria superstição, ou no mínimo seria o mesmo que achar que um método pode substituir ou provocar a ação do Espírito Santo, o que seria recair no erro do pragmatismo. Mas, é exatamente isso o que tem acontecido, quando essas “práticas” e “ações” são executadas com a finalidade de “bloquear”, “anular”, “derrubar” ou “vencer” fortalezas espirituais. Isso é o mesmo que os espíritas fazem ao usar sabonetes e sal grosso para tomar banhos de descarrego, ou usar alguns pós com supostos poderes especiais que acreditam poder livrar as pessoas de mal olhado, ou quando usam o pé de pinhão roxo para proteger suas casas e comércios, ou quando fazem um despacho para, supostamente, fechar o corpo contra maus espíritos. Tudo isso não passa de superstição, paganismo, feitiçaria e macumbaria.

Além do mais, é preciso destacar que não encontramos nenhuma ordem bíblica para que façamos tais coisas. É preciso relembrarmos que uma coisa é a Bíblia relatar algo que ocorreu, e outra, completamente diferente, é a Bíblia ordenar que pratiquemos algo.

Por isso, mais uma vez é preciso repetir o que o escritor aos Hebreus declara:

Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, NESTES ÚLTIMOS DIAS, NOS FALOU PELO FILHO, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles. (Hb 1:1-4)

Portanto, no passado Deus utilizou alguns meios didáticos para ensinar o povo e conduzi-los à verdade da chegada e da presença do Messias, Jesus Cristo. Mas, a partir de Jesus o meio que Deus tem utilizado é o próprio Jesus, mediante a ação do Espírito Santo, por meio da Sagrada Escritura. Se no passado Deus usou, por exemplo, o Urim e o Tumim (Ex 28:30), hoje Ele usa a Sua Sagrada Palavra, revelada aos Seus filhos.

Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar. (Hb 4:12-13)

Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido, e que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra. (2 Tm 3:14-17)

A TRANSFERÊNCIA DE GERAÇÃO COMO UM ATO PROFÉTICO

A ideia de “Transferência de Geração”, praticada pelo grupo Diante do Trono, é caracterizada simplesmente como uma distorção e afastamento das Escrituras, baseada em manipulações de datas.

Para ver o vídeo da “Transferência de Geração” no youtube, clique AQUI.

O argumento utilizado para se defender a “Transferência de Geração” é de que existe uma promessa em Joel 1:3, em que são citadas cinco gerações, sabendo que uma geração dura em torno de 40 anos. Além disso, afirmam que um país só é considerado como tal após a sua independência, e como a independência do Brasil só ocorreu no dia 7 de setembro de 1822, a promessa de Deus é conduzida até meados dos anos 1980. Os defensores deste pensamento afirmam especificamente o ano de 1982. Então, essa geração de 1982 seria a responsável por promulgar um santo jejum, convocar uma assembleia solene, congregar todos os anciãos e todos os moradores da terra para a Casa do SENHOR e clamar à Ele (Joel 1:14).

O primeiro problema com o argumento utilizado é para quem foi destinada a promessa de Joel 1:3. Para quem o Texto está falando?

O contexto do livro de Joel diz respeito a devastação da terra por uma dupla praga, de locustas [3] e seca. Então, a promessa de Joel é de que se o povo de Israel voltar à adoração do Deus verdadeiro, a sua terra será restaurada, tanto da praga dos gafanhotos como da seca. Portanto, essa profecia diz respeito às pragas derramadas sobre o próprio povo de Deus por sua apostasia, na época de Joel. Dessa forma, se o fundamento para a transferência de Gerações, praticada pelo Diante do Trono, é o texto de Joel, então esse grupo está confessando publicamente a sua apostasia, assim como foi com o povo do profeta Joel.

O profeta Joel alerta o povo de que essa praga não deveria ser esquecida, e, por isso, precisava ser relembrada às gerações futuras para que estas gerações entendessem que ela era a representação de um juízo ainda maior no porvir. Se esta praga foi terrível, o Dia do Senhor será muito mais (Jl 2:1-11). Portanto, o que deveria ser lembrado às gerações futuras era o derramamento do juízo de Deus, que não tem nenhuma relação com a suposta Transferência de Gerações.

O segundo problema com o argumento utilizado é que não há nenhuma evidência bíblica de que uma geração dure 40 anos, como essas pessoas desejam.

Orlando Boyer afirmou que a geração é a “duração média da vida de um homem” (1998, p.292) [4], e Werner Kaschel e Rudi Zimmer afirmaram que uma geração é a “sucessão de descendentes em linha reta: pais, filhos, netos, bisnetos, trinetos, tataranetos (Sl 112.2; Mt 1.17)” (1999, p.79) [5], ainda afirmaram que geração pode ser o “conjunto de pessoas vivas numa mesma época” (Idem).

Então, o texto bíblico de Mateus 1:17 nos diz que de Abraão até Davi são 14 gerações, em que temos um tempo médio de mil anos. Portanto, cada geração dura em média 71 anos. Ainda, o Salmo 90:10 nos diz que “os dias da nossa vida chegam a setenta anos”, que é a duração média de uma vida. Portanto, aqui, uma geração dura em média 70 anos.

Com isso, não há nada que faça pensar que uma geração dure 40 anos, como pretendem os defensores dos Atos Proféticos e da Transferência de Geração.

O terceiro problema com o argumento utilizado é afirmar que um país só é considerado como tal após a sua independência. Mas a promessa de Joel não tem nenhuma relação com a formação de um país, especialmente porque o Israel étnico sempre existiu como nação, preservando a sua cultura e religiosidade, até mesmo quando não tinha um território, e mesmo durante os cativeiros. Ainda, este povo só passou a ser reconhecido como um país em 1948, quando foi fundado o Estado Moderno de Israel.

O quarto problema com o argumento utilizado é tentar fazer uma correlação entre esta profecia e o Brasil. Não existe nada no texto, absolutamente nada, que dê chance para isso. Dessa forma, podemos ver claramente como esses grupos distorcem a Bíblia deliberadamente e como fazem isso contando sempre com a falta de conhecimento, falta de discernimento e falta de entendimento do povo. Esse é um claro exemplo de como a Bíblia tem sido tratada com desprezo e descaso por esses grupos.

Para piorar a situação, ainda mais, utilizam os textos de 1Samuel 16:13 e 2Coríntios 3:4-6 para fundamentar a prática de Transferência de Geração. Vejamos os textos:

Tomou Samuel o chifre do azeite e o ungiu no meio de seus irmãos; e, daquele dia em diante, o Espírito do SENHOR se apossou de Davi. Então, Samuel se levantou e foi para Ramá. (1Sm 16:13)

E é por intermédio de Cristo que temos tal confiança em Deus; não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus, o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica. (2Co 3:4-6)

O texto de 1Sm 16:13 relata o encontro entre Davi e Samuel, quando Davi foi ungido pela primeira vez. Esse texto fala da chamada de Davi ao trono de Israel, mas não pode ser visto como algo que se repete nos dias de hoje, especialmente porque o texto diz que nesse momento, com Davi, o Espírito do SENHOR se apossou dele. Contudo, na Nova Aliança o Espírito Santo se apossa do convertido no momento da conversão. Por isso que o apóstolo Paulo nos diz que “em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito” (1Co 12:13). E diz mais, pois “não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Rm 8:9). Portanto, não podemos afirmar que o fato de alguém ser ungido com azeite nos dias de hoje é o princípio para a chegada do Espírito Santo e nem para a Sua descida. Muito menos que é sinal da aprovação Divina.

O que vemos com isso, mais uma vez, é a apropriação indevida de um texto que está em outro contexto, dentro de outra Aliança e que é dirigido à outra pessoa. Um texto que é descritivo e que é manipulado para parecer uma ordem direta ou orientação Divina para sua repetição na atualidade.

O texto de 2 Coríntios 3:4-6 é outro que tem sido muito distorcido e mal interpretado por muitas pessoas. Essa passagem diz respeito a Nova Aliança, em que todo membro é um sacerdote, diferente da antiga Aliança. Se na antiga Aliança havia um grupo exclusivo de sacerdotes, na Nova Aliança todo membro é um ministro e sacerdote, como pode ser visto aqui. Portanto, todo aquele que nasceu de novo é um ministro da Nova Aliança, e esta Aliança não é da letra, ou seja, não é igual àquela que foi gravada com letras em pedras (3:7), porque a letra mata (3:6). Mas que letra é essa? Como já foi dito, é a letra que foi gravada em pedras (3:7), isto é, a Lei que foi dada à Moisés. Esta letra que mata, portanto, não tem nenhuma relação com o estudo ou pesquisa, mas com a Lei do Antigo Testamento.

Nesse sentido, Moisés fez algo que poderia ser visto como um ato profético, pois ele passou a usar um véu sobre a face. Porém, o apóstolo diz que “não somos como Moisés, que punha véu sobre a face, para que os filhos de Israel não atentassem na terminação do que se desvanecia” (3:13), e que para alguns, “até ao dia de hoje, quando fazem a leitura da antiga aliança, o mesmo véu permanece, não lhes sendo revelado que, em Cristo, é removido” (3:14). Por isso, não precisamos de certos artifícios, porque se essa letra em tábuas de pedra é vista como “ministério da condenação”, devemos entender que “em muito maior proporção será glorioso o ministério da justiça” (3:9), que é o que vivemos hoje na Nova Aliança. E este véu, usado por Moisés, foi apenas um artifício utilizado por ele para que o povo não percebesse que a glória de Deus estava desvanecendo. Portanto, o uso desse tipo de prática, nos dias de hoje, é apenas uma tentativa de ludibriar o povo, um artifício, para que este pense que a glória de Deus está presente ali, naquele “rosto”.

Por isso, não precisamos de Atos Proféticos e nem de unções descabidas.

Por isso, podemos ver com clareza como esses grupos distorcem a Sagrada Escritura, a exemplo da utilização de 2Coríntios 3:17: “Ora, o Senhor é o Espírito e, onde está o Espírito do Senhor, ali há liberdade”.

Bem, a liberdade quando é do Senhor nem dá lugar à carne (Gl 5:13), nem deturpa a verdade do Evangelho (1Pe 2:16) e nem causa escândalo (2 Co 6:3). Já que esse não tem sido o caso desses grupos só podemos concluir, biblicamente, que essa liberdade que têm utilizado não provém de Deus e que mais uma vez o texto bíblico utilizado não fundamenta as suas práticas.

Por último, só para entender com mais clareza como a prática do Ato Profético é uma distorção e como tem sido utilizada para fins antibíblicos, vejamos o que René Terranova diz sobre a relação que existe entre Ato Profético, mapeamento de genealogia e maldição hereditária:

A Bíblia relata que os judeus davam muita importância à genealogia, ao conhecimento de suas origens. Os judeus ortodoxos têm o costume de registrar a genealogia de suas famílias. Nós poderíamos ter essa cultura, mas nossa história é muito mal formada. Mal conhecemos a identidade de nossos pais, muito menos do nosso povo e nem sabemos como retratar nossa árvore genealógica.Um dos nomes de Jesus é Raiz de Davi, porque no contexto messiânico se Jesus não fosse a Raiz de Davi, não seria o Messias (Mt. 1). Em certas ocasiões, poderemos tentar uma conquista de território, mas nosso argumento genealógico poderá ser empecilho por não termos respaldo local ou não termos um nome de família honrado. Deus pode mudar esse quadro restaurando a nossa genealogia com um ato profético de quebra de maldições dos antepassados. Procure pelo menos descobrir quem foram seus familiares até a quarta geração que lhe antecedeu. Quando resgatamos a nossa história genealógica conhecendo nossas origens, fica mais fácil quebrar maldições hereditárias [6].

Contudo, Colin Brown Lothar demonstra que esse tipo de pensamento não passa de uma heresia, e que já era praticada por grupos anticristãos a exemplo do gnosticismo, ebionismo e pelos defensores dos misticismos judaicos:

Genealogia ocorre no NT somente em 1Tm 1:4 e Tt 3:9, e alude especificamente à prática de pesquisar a árvore genealógica a fim de estabelecer a descendência. Segundo qualquer exegese direta, aqueles que assim faziam somente podem ter sido judeus, que, a partir de genealogias do AT e de outras, estavam propagando todos os tipos de “mitos judaicos”, bem como, provavelmente, especulações gnósticas pré-cristãs. É também possível que os ebionitas empregassem argumentos semelhantes para atacarem a doutrina do nascimento milagroso de Jesus que circulava na igreja cristã [7].

Portanto, a única coisa que podemos perceber com tudo isso é que estamos simplesmente presenciando o surgimento de heresia em cima de heresia e que não há nada novo debaixo do sol (Ec 1:9).

Que Deus nos ajude.

NOTAS

[1] Atos proféticos na Igreja – comandos do Espírito Santo. Disponível em: <http://www.reneterranova.com.br/site/content/ministracoes.php?id=9>. Acesso em: 24 abr 2014.

[2] O que é um ATO PROFÉTICO?. Disponível em: <http://reavivamentoeuropa.wordpress.com/o-que-e-um-ato-profetico/>. Acesso em: 24 abr 2014.

[3] Locusta é uma espécie de gafanhoto.

[4] BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. São Paulo: Vida, 1998.

[5] KASCHEL, Werner; ZIMMER, Rudi. Dicionário da Bíblia de Almeida. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

[6] Atos proféticos na Igreja – comandos do Espírito Santo. Disponível em: <http://www.reneterranova.com.br/site/content/ministracoes.php?id=9>. Acesso em: 24 abr 2014.

[7] LOTHAR, Colin Brown. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2000. p.855

Fonte: NAPEC

terça-feira, 24 de junho de 2014

VOCÊ ESTÁ PREPARADO PARA MORRER?


Por Fabio Campos

Texto base: “Naquele tempo Ezequias ficou doente, e quase morreu. O profeta Isaías, filho de Amoz, foi visitá-lo e lhe disse: ‘Assim diz o Senhor: Ponha em ordem a sua casa, pois você vai morrer; não se recuperará’”. – 2 Reis 20.1 (NVI)

Parece macabro esta pergunta, mas é uma certeza absoluta [se Jesus antes não voltar]: você vai morrer! A consciência vai procrastinando este tipo de reflexão, e a cada dia, o homem, faz da sua morte, algo mitológico, distante, ao ponto de se auto enganar acreditando mesmo que inconsciente que nunca irá morrer.

O jargão popular está mais que certo: “para morrer basta estar vivo”. Quando me deparo com alguém zombando da morte dizendo “se morrer enterra”! ou “este é o destino de todos, vamos, então, aproveitar a vida”!, penso seriamente se eles sabem o que estão falando.

O grande puritano Jonathan Edwards, com dezenove anos, pensava todos os dias em sua morte. Ao se levantar, vivia como se aquele dia fosse o seu último. O livro de Eclesiastes diz que é “melhor ir a uma casa onde há luto do que a uma casa em festa, pois a morte é o destino de todos; os vivos devem levar isso a sério” (Ec 7.2). Levar uma vida leviana “comamos e bebamos, porque amanhã morreremos” (1 Co 15.32), é sem dúvida, uma tolice. Disse Nosso Senhor Jesus: “Louco, esta noite pedirão a sua alma” (Lc 12.20).

A sabedoria consiste no temor a Deus, sabendo que nós somos breves como sono; que como a relva que brota ao amanhecer; germina e brota pela manhã, mas à tarde, murcha e seca (Sl 90. 5-6). A vida é curta ainda que se viva muito! Pergunte a uma pessoa de cem anos e ela te dirá o quanto passou depressa aquilo que você diz ser um século. Como força de expressão [pois existem pessoas com mais de oitenta anos], a Bíblia diz: “Os anos de nossa vida chegam a setenta, ou a oitenta para os que têm mais vigor; entretanto, são anos difíceis e cheios de sofrimento, pois a vida passa depressa, e nós voamos!”(Sl 90.10 NVI).

Moisés que escreveu este salmo entendeu a brevidade da vida e pediu um “coração sábio”, o qual contasse os dias, na reflexão de que, a cada dia, era um dia a menos que viveria nesta terra (Sl 90.12). Este encontro está marcado, e cedo ou tarde, você estará de frente com o Criador. Acreditando ou não, depois da morte, você não vai acreditar, mas apenas constatará a quão tolice foi dizer que Deus não existe (Sl 14.1). Tenha em mente; da aqui cem anos – nem eu e nem você – estaremos nesta terra.

No encontro com o Criador não haverá retórica, filosofia, e nem sofista suficiente persuasivo para fazer Deus mudar de ideia. Todos nossos pecados praticados nas trevas serão trazidos a luz e posto diante da Presença dEle.

Olavo de Carvalho diz “o que determina as nossas crenças [nesta era] não são os fatos e sim as interpretações”. As pessoas escolhem a religião que mais se amolda naquilo que elas querem sem se preocupar se está certa ou não. “O que importa é o que penso”, dizem. Será que Deus criou tudo e deu ao homem várias religiões para se achegar até Ele? Não! Só há um caminho! Disse-lhe Jesus: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo 14.6). Se Jesus Cristo não estiver na sua vida, nem a igreja que congrego poderá te salvar. Nenhuma religião leva uma pessoa a Deus, mas só Jesus pode fazer isso.

Logo, então, a reencarnação não vai adiantar, pois a Bíblia diz que “aos homens está ordenado morrerem UMA VEZ, vindo depois disso o juízo” (Hb 9.27). O purgatório será anunciado àqueles, que nele acreditaram, sendo uma tremenda farsa, e que tal ensino foi criado pelos homens. Obras de caridade também não vão adiantar, ao menos que você NUNCA tenha pecado em toda sua vida (impossível, pois nascemos no pecado Sl 51.5). Também não vai adiantar rezar missas - ascender velas - e nem pedir a intercessão dos que já se foram, pois a Bíblia diz que o dia para se arrepender e crer é hoje, enquanto há vida (Hb 3.7). Só que tem fôlego pode louvar ao Senhor!, pois Ele diz: “Não sou Deus de mortos, mas de vivos”.

O mundo será julgado com JUSTIÇA (At 17.31). Uma ilustração que escutei, certa vez, trará um entendimento a esse respeito. Um sacerdote religioso morreu e foi recebido na portaria do céu. Os anjos o abordaram e disseram que teria que listar, pelo menos, 100 coisas boas que tivesse feito na terra. O sacerdote iniciou dizendo, que fora um marido fiel e que nunca tinha traído sua esposa nem em pensamento. Os anjos, então, conferindo disseram que, de fato, o homem agiu assim. O sacerdote disse sua segunda boa obra - que tinha visita os enfermos e que também fazia curativos nos leprosos isolados. Os anjos conferiram e constataram que ele de fato tinha feito tal coisa.

O sacerdote contou sua terceira boa obra. Disse que todos gostavam muito dele, porque além de caridoso, era um homem muito respeitado, e que dava a metade do seu salário aos pobres. Os anjos verificaram e, de fato, ele assim procedia. Faltavam, então, 97 boas obras. O sacerdote começou a chorar dizendo: “Não tem como ser melhor do que isso; se não for pela misericórdia de Jesus, vou ficar de fora”. Na hora que ele disse “misericórdia de Jesus”; os anjos pararam e pediram que ele repetisse tal coisa. Ele, porem, repetiu: “pela misericórdia de Jesus”. Os anjos, então, disseram: Pela misericórdia de Jesus você completou os 100 pontos! Pode entrar! Rs

Deus julgará o mundo com justiça por meio de Jesus Cristo (At 17.31). Um juiz nunca irá sentenciar ou absolver alguém com base no que o réu acredita ser certo ou errado, mas sim de acordo com lei. O Senhor designou um único caminho e assim reconciliou os homens com Ele mesmo somente através de Jesus Cristo.

Quando o homem foi criado, nele foi posto o “anseio pela eternidade” (Ec 3.11). O reformador João Calvino chamou isso de“sensus divinitatis”, ou seja, o senso da divindade, e que em todos os seres humanos há uma “semente da religião” que o impulsiona em direção do sagrado. Calvino negava veementemente a possibilidade de um ateísmo [ateus nada mais são do que pessoas frustradas com Deus]. Um fato que comprova o medo da morte e o quanto o homem busca através deste anseio [da eternidade], proteção divina, são as diversas religiões criadas.

A morte é algo que muito nos amedronta e nos impressiona. Não fomos criados para morrer, mas para viver eternamente. E isso vai acontecer. Seja no céu - seja no inferno (Dn 12.2) - a vida terrena é o início de uma caminhada rumo à eternidade. Você vai chegar à eternidade, mas o hoje determinará em qual delas você vai viver. O Senhor Jesus disse que há dois caminhos; o largo e o estreito. A maioria entra pelo largo que conduz à perdição. Poucos são os que entram pelo caminho estreito que leva à vida (Mt 7. 13-14). Você já analisou por qual caminho seus pés têm andado?

Muitos que morreram não tiveram a oportunidade de ler um texto como este que trata tão diretamente deste assunto. Morreram inesperadamente, e entenderam o sentido da eternidade, no fechar dos olhos; contudo, não terão a chance de se arrepender e seguir o curso de sua vida por outro caminho (Lc 16.19-31).

Como lemos no texto base, Ezequias, rei de Judá, foi avisado que logo iria morrer. Por isso deveria arrumar a sua casa. Cabe a pergunta: Você está preparado para morrer? Ezequias não estava, e por isso clamou ao Senhor de todo o seu coração; o Senhor foi bondoso com ele e lhe acrescentou mais alguns anos dando-lhe uma nova oportunidade de fazer diferente o que ele tinha feito de errado (2 Rs 20).

Talvez o Senhor esteja falando ao seu coração através deste texto – chamando-o a pensar com critério nas crenças dos homens, no quê de fato condiz com o Ensinamento da Palavra de Deus. As pessoas estão muito mais preocupadas com a parte financeira que deixarão seus familiares após sua partida (o que é legitimo), e por isso fazem diversos tipos de seguros, do quê pensar acerca de onde passarão a eternidade.

Creem na tradição familiar e no conto de muitas doutrinas e religiões, todavia, poucos param e pensam se de fato sua crença condiz com a Verdade Absoluta, determinada pelo próprio Criador, a qual Ele não abre margem para negociações. A Bíblia é o único método seguro para conhecer a vontade de Deus e crer no que é correto.
Você está preparado para morrer?

“... prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus”. – Amós 4.12 (AFC)

Meu intuito aqui não é afrontar sua fé e nem coagi-lo a deixar de acreditar em sua religião. O Espírito Santo é quem faz isso, através do amor, e com muita maestria. Assim Ele já fez na vida de muitos, inclusive, na minha. Escrevo apenas pelo amor que sinto e pelo desejo que tenho de que todos sejam alcançados pela Graça e Misericórdia de Deus - que nunca venham a perecer - mas que tenham a vida eterna em Cristo Jesus, pensando todos os dias:

“Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma”?
– Marcos 8.36 (AFC)

Considere este artigo e arrazoe isto em seu coração,

Soli Deo Gloria!

Fonte: Fabio Campos

Corinto: uma igreja dividida


Por Flávio Santos 

Texto Base: 1 Coríntios 1 a 4

Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer. 1 Coríntios 1:10

NOTAS IMPORTANTES

Quem eram os de Paulo, Apolo, Pedro e Cristo?

Os de Paulo era um grupo formado principalmente por gentios que não queriam cumprir a lei da graça em Cristo e, sim, transformá-la em libertinagem e pecado. Os de Apolo era um grupo formado por intelectuais que queriam fazer do Evangelho uma filosofia. Os de Pedro era um grupo formado por judeus legalistas que exaltavam a Lei em detrimento à graça. Os de Cristo era um grupo intolerante que afirmava ser os mais espirituais.

Quem eram os sofistas?

Os sofistas eram homens que confiavam na sua sabedoria, nos seus discursos eloquentes, na sua lógica filosófica. Os sofistas chamavam a atenção para si quando discursavam e quando desciam da plataforma da sua eloquência, diziam às pessoas como eram bons em suas prédicas e alocuções.

Judeus e gregos não compreendiam a loucura da pregação.

Os Judeus queriam um Messias que os libertasse do Império Romano e estabelecesse a dinastia davídica. Não queriam um carpinteiro que fora crucificado para sua justificação, seria apenas um maldito pendurado no madeiro conforme a tradição judaica. Para eles, era um escândalo Jesus Cristo crucificado. Os gregos queriam sabedoria, e esta não poderia vir de uma mensagem sobre alguém que foi crucificado, porque isso era sinal de fraqueza e desonra, era loucura. Com isso, os dois grupos não compreendiam a mensagem da Cruz que poderia uni-los.

O que significa a expressão: ter a mente de Cristo? 1Co 2:16

Ter a mente de Cristo é ser espiritual, ou seja, ter sensibilidade às coisas do Espírito Santo. É alguém que discerne bem todas as coisas e compreende a Cruz e todos os seus significados para a vida.

O que significa ser um cristão carnal?

No grego do novo testamento há duas palavras para carne: “soma” e “sarx”. Soma significa carne no sentido de corpo físico. Daí algumas doenças serem chamadas psicossomáticas, que se manifestam no corpo, ou seja, na carne. Sarx significa corpo ou carne do pecado.

Paulo usa para os cristãos carnais de Corinto a palavra “sarkinói”, que vem de “sarx”, ou seja, feitos de carne do pecado. Em 1 Co 3.3, Paulo os chama de “sarkikós”, dominados pelo pecado. Portanto, ser um cristão carnal, é ser uma pessoa feita e dominada pelo pecado.

Palavra grega para servo ou ministro, utilizada por Paulo.

A palavra que Paulo utiliza por Paulo para servo é “huperetes”; e significa um remador que fazia o navio navegar na parte mais baixa da embarcação. É como se Cristo fosse o líder e piloto do Navio, e Paulo fosse o servo que aceitava as ordens do piloto.

A igreja de Corinto estava sendo, como um tecido, rasgada em quatro partes. Esta divisão se dava em torno de Pedro, Paulo, Apolo e, até mesmo, Jesus Cristo. 1 Co 1: 11,12. Os corintos estavam divididos em torno da personalidade deles e a cultuando. Os líderes não tinham nada a ver com a divisão. Era uma divisão que vinha da igreja para a liderança.

I – UMA IGREJA DIVIDIVA PELA SABEDORIA HUMANA.

Em Corinto havia um grupo filosófico, chamado sofistas, que estava ajudando a desintegrar o corpo de Cristo. 1 Co 1: 18 21. Este grupo ensinava o culto à sabedoria humana. Este tipo de sabedoria fazia com que os coríntios escolhessem os seus líderes de acordo com a intelectualidade, cultura e eloquência.

1. Os sofistas levavam os coríntios a serem sempre discutidores.

Por estarem inclinados à sabedoria humana, não admitiam aprender em humildade; tinham que falar e criticar. Não foram ensinados a deixar a cruz confrontar as suas opiniões e equívocos, por isso tentam provar as suas razões. Discussões e críticas dividem a igreja.

2. Os sofistas levavam os corintos a serem sempre orgulhosos.

O orgulho da sabedoria exclui os outros. O orgulho intelectual colocava os coríntios em uma posição de certeza e desprezo pelos demais. Este tipo de orgulho não os deixava aprender mais nada, criam que sabiam tudo.

3. A correção do erro filosófico. Veja o capítulo 1: 18-25; 2: 6ss; 3: 18-23.

Quando Paulo esteve em Corinto pela primeira vez, não usou sabedoria de palavras, como faziam os sofistas, que não compreendiam a loucura da pregação. Então, para corrigir o erro filosófico que estava dividindo a Igreja, Paulo fala sobre a loucura de Deus demonstrada na Cruz de Cristo, discernida espiritualmente por aqueles que têm a mente de Cristo. Somente a Cruz corrige divisões e gera unidade na Igreja.

II – UMA IGREJA DIVIDIDA PELA FALTA DE CRESCIMENTO NA FÉ. 1 Co 3: 1 – 9

1. Cristãos que não crescem na fé se tornam carnais. 1Co 3: 1,3

Paulo diz que o motivo de chamá-los de carnais se dá pelo fato de existir entre eles invejas, contendas e dissenções. Este procedimento é característico dos homens carnais e não dos espirituais. 1 Co 3: 3. A igreja estava sendo rasgada por haver carnalidade no rebanho.

2. Cristãos que não crescem na fé sempre são meninos. 1Co 3: 2

Eles, também, eram imaturos nas verdades de Cristo. Eles não tiveram nenhum progresso no Evangelho da Cruz desde a última vez que Paulo os visitara.

Tanto os cristãos carnais quanto os meninos, foram criados com leite, princípios básicos da fé, porque ainda não podiam comer carne, coisas mais sólidas sobre a fé. E, passado tanto tempo, ainda não podiam se alimentar com um Evangelho mais sólido.

3. Falta de crescimento na fé gera divisão. 1 Co 3: 4 – 9

Por não terem estrutura espiritual estavam sendo partidários, pois alguns afirmavam que eram de Paulo e outros de Apolo. Paulo omitiu aqui os nomes de Pedro e Jesus, mas o espírito é o mesmo do capítulo 1. 10 – 16. Para corrigir esta divisão, Paulo mostra que quem dá o crescimento é Deus. Ele e Apolo são apenas servos.

III – TRANSFORMANDO UMA IGREJA DIVIDIDA EM UMA IGREJA UNIDA.

Uma igreja dividida se transforma em igreja unida quando os líderes assumem algumas responsabilidades.

1. A responsabilidade de ensinar a Cruz na igreja. 1 Co 1: 10 -17

Quando os líderes da Igreja têm a Cruz no centro de seu ministério e ensino, não aderem às divisões, ao contrário, rogam para que a igreja tenha a Cruz em suas palavras, mentes e pareceres. Como Cristo não está divido, a igreja também não se divide, pois não foram homens, com suas teologias, personalidades e carnalidades, que morreram na Cruz, mas sim, Cristo Jesus.

2. A responsabilidade de fazer discípulos para Cristo e não para si. 1 Co 2: 1 – 5

Paulo em Corinto não fez discípulos que se apoiariam em sua personalidade, pois esteve entre eles em fraqueza, temor e tremor. Paulo não formou discípulos que se apoiariam em sua eloquência ou capacidade de persuasão, porque ele se propôs saber apenas Jesus Cristo, e este crucificado. Paulo não formou discípulos que se apoiariam em sua sabedoria, mas no poder de Deus, porque quis formá-los pelo poder do Espírito Santo.

3. A responsabilidade de construir sobre o alicerce da obra – Jesus Cristo. 1 Co 3: 10 – 17

O líder tem que ser um sábio construtor e lançar sua construção espiritual sobre o verdadeiro alicerce. Aquele que foi lançado pelos apóstolos. Paulo pede para que os líderes vejam como cada um edifica sobre este fundamento. Uma construção espiritual sobre o verdadeiro fundamento faz com que a igreja viva a unidade da Cruz.

4. A responsabilidade de servir à Igreja. 1 Co 4: 1 – 21

Paulo serviu à igreja de Cristo como servo e despenseiro dos mistérios de Deus. Serviu com fidelidade. Serviu, ensinando-os a não ir além do que estava escrito. Serviu diante de sofrimentos e perseguições. Serviu como pai na fé. Tudo isto para gerar união no seio da Igreja.

Há a possibilidade da igreja se dividir em torno de líderes e cristãos carnais que não compreendem a relevância da Cruz de Cristo. Portanto, não podemos deixar de falar da Cruz e seus significados para que Igreja continue unida em torno de Cristo Jesus.

Leituras Bíblicas adicionais:

- A Igreja dividida. 1 Coríntios 1 e 2

- A Igreja dividida 1 Coríntios 3 e 4

- O caminho da unidade. Efésios 4:1 – 16

- O mesmo sentimento em Cristo Jesus. Filipenses 3:1 – 8

- Perseverando na unidade. Atos 2:42 – 47

- O modelo da unidade. João 17

- Em Cristo as paredes de separação foram quebradas. Efésios 2

Fonte: NAPEC

sábado, 21 de junho de 2014

A TRAGÉDIA DA INCREDULIDADE



Por Pr. Silas Figueira

Texto base: Lc 4.16-30

INTRODUÇÃO

O texto que lemos nos diz que Jesus foi para Nazaré onde fora criado. Todos ali o conheciam muito bem, assim como toda a sua família. Vemos isto nas próprias palavras das pessoas dando testemunho desse fato: “Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, José, Simão e Judas? Não vivem entre nós todas as suas irmãs?” (Mt 13.55,56); “Todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que lhe saíam dos lábios, e perguntavam: Não é este o filho de José?”(Lc 4.22). 

Ali em Nazaré as pessoas não só conhecia a família de Jesus como também a excelência do caráter de Jesus. Ao sair de Nazaré, Jesus foi morar em Cafarnaum após ter sido batizado por João Batista no rio Jordão, e começou seu ministério pregando o Evangelho do Reino e operando muitas maravilhas. Os habitantes de Nazaré, por certo, comentavam entre si: “Ele não deixará de vir visitar os seus familiares; quando Ele vier, nós ouviremos o que o filho do carpinteiro tem a dizer”. Provavelmente havia um interesse em escutar um dos jovens da aldeia quando este se tornava pregador, e esse interesse foi aumentando pela esperança de ver maravilhas, do tipo realizado em Cafarnaum. Mas provavelmente havia um interesse ainda maior, a possibilidade de Jesus passar a morar novamente em Nazaré e torná-la uma cidade famosa entre as cidades das tribos; assim atrairia uma multidão de fregueses às lojas locais, ao tornar-se o Grande Médico de Nazaré! O grande operador de milagres da região! Nazaré, provavelmente, se tornaria um lugar de peregrinação. Quanta vantagem os moradores teriam hospedando os peregrinos, assim como o comércio e os comerciantes teria com Jesus entre eles. Quanto dinheiro eles ganhariam! Isso não lhe soa familiar?

No tempo devido, segundo os próprios planos de Jesus, o Profeta famoso veio até a cidade de Nazaré, e num sábado, Jesus vai à sinagoga local e ali lhe é entregue o livro do profeta Isaías. E em pé lê a passagem de Isaías 61.1,2a; após lê-lo, devolveu-o ao chefe da sinagoga, passando a dizer que aquela passagem bíblica havia se cumprido. Mas o que me chama a atenção é que o Senhor não leu todo o versículo, mas deixou de ler a passagem que diz respeito ao “dia da vingança do nosso Deus”. Provavelmente porque a porta da graça estava aberta, mas ainda não havia chegado o dia da vingança do nosso Deus; mas no tempo certo ela virá, quando a porta da graça for fechada. Lucas nos diz que todos ficaram maravilhados com as palavras de graça que saiam de seus lábios (Lc 4.22), isto é, ficaram maravilhados com a Sua maneira atraente de falar. 

Por Jesus ter falado que esta passagem de Isaías havia se cumprido através de seu ministério os moradores locais, e principalmente os doutores da lei, se escandalizaram, pois, Jesus dizia ser o Messias. Isso é mais uma prova de que Jesus tinha tido até seus trinta anos uma vida comum e que nunca havia feito nenhum milagre até então. Agora observe um detalhe, uma coisa era Jesus pregar e operar milagres, mas se passar pelo Messias isso era inaceitável, por isso os nazarenos tentaram lhe matar. 

Mas a questão é: O que podemos aprender com esse texto? Que lições podemos tirar dele.

1 – A primeira lição que aprendo é que corremos o risco de nos familiarizarmos com o sagrado (Lc 4.22-24). 

É interessante observar que as pessoas sempre estão mais dispostas a ver grandeza nos estranhos do que naqueles que conhecem bem. A familiaridade com Jesus produziu preconceito e não fé. Por conhecerem a origem de Jesus, e principalmente os seus familiares, se escandalizaram de suas palavras (Mt 13.57). Jesus, para os moradores de Nazaré, tornou-se pedra de tropeço e não a pedra de edificação de fé para eles. 

Muitos de Nazaré haviam sido criados com Jesus e seus irmãos, eram amigos de longa data. Eram pessoas que tinham um estreito relacionamento com o Salvador. Podemos dizer que muitos eram amigos íntimos da família do Carpinteiro. 

- Quantos hoje em nossas igrejas foram criados deste tenra idade na igreja; conhecem tudo a respeito de Jesus, sabem de cor e salteado a respeito dEle. Podemos chamar essas pessoas de “amigos de Jesus”; e existem em nossas igrejas muitos “amigos de Jesus” hoje. Talvez você seja um deles. Gente que conhece bem a história de Jesus, pois andam com Ele há muito tempo. Mas quando Jesus lhes é apresentado como o Salvador do mundo se escandalizam dEle e logo querem deixá-lo também. Ser amigo dEle é uma coisa, recebê-lo como salvador é outra coisa e isso a maioria das pessoas não quer. 

O Salmo 128.1 nos diz que “Bem-aventurado o homem que teme ao senhor e anda em seus caminhos”. Isso é mais que relacionamento de amizade, é um relacionamento de compromisso. É mais que tê-lo como companheiro no caminho, mas fazer de tudo para tê-lo em nossa casa (Lc 24.28,29).

A familiaridade com o sagrado nos leva a três situações:

1º - Servir a nós mesmos ou a outros deuses, menos ao Senhor (Mc 10.17-22 Jovem rico).

A Bíblia nos fala do jovem rico que se prostra diante do Senhor Jesus preocupado em saber a respeito da salvação. Jesus de imediato lhe repreende, pois este jovem se prostra perante Jesus homem, mas não o reconhece como o Deus encarnado. Por isso Jesus lhe pergunta: “Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um, que é Deus”. Quando o Senhor lhe perguntou se ele sabia os mandamentos e lhe dá uma lista deles, imediatamente ele responde que todos eles ele havia observado desde a sua juventude, ou seja, ele fora criado nos princípios da lei desde que nasceu e os observava. Aos olhos humanos este jovem era um excelente judeu, ele nunca havia se desviado dos princípios que fora criado. Este jovem era um exemplo para a sociedade, mas não era para Jesus. Porque o Senhor não vê a aparência, o exterior, mas perscruta o coração (1Sm 16.6,7). Por isso o Senhor Jesus poe a prova a sua fé e ele é desmascarado, pois ele na verdade não servia a Deus, mas a si mesmo e a Mamon. 

a – A sua religiosidade o tornara egoísta – “Vai, vende tudo que tens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; então, vem e segue-me” (Mc 10.21). Ele só olhava para o seu umbigo e não ao redor. Ele não via a necessidade das outras pessoas. 

b – Jesus ao falar esta palavra ao jovem rico revela que o seu verdadeiro deus era também Mamon, ou seja, a sua riqueza, pois nos diz o texto que ele saiu contrariado com esta palavra, porque era dono de muitas propriedades (Mc 10.22). A confiança dele estava em seus bens e não em Deus que é o único que pode suprir todas as nossas necessidades (Mc 10.23,24). 

As virtudes desse jovem rico eram apenas aparentes. Ele superestimava as suas qualidades. Ele deu a si mesmo nota máxima, mas Jesus tirou sua máscara e revelou-lhe que a avaliação que fazia de si mesmo, da salvação, do pecado, da lei e do próprio Jesus eram superficiais. 

- Este jovem via a salvação como mérito e não como um presente da graça de Deus. Por ele ser um observador da lei desde tenra idade não lhe garantia salvação, pois ninguém é salvo por ser religioso, mas pela graça de Deus (Ef 2.8,9).

- Este jovem também não tinha consciência do quanto pecador ele era. Este jovem pensava que suas virtudes externas poderiam agradar a Deus de forma suficiente. Mas veja o que nos diz Isaías 64.6: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades, como um vento, nos arrebatam”. Ele não percebeu que estava quebrando dois principais mandamentos da lei de Deus: Amar a Deus acima de todas as coisas e aos próximo como a si mesmo. E foi exatamente nisso que o Senhor Jesus o desafiou. Jesus revelou a sua idolatria (egoísmo e a sua riqueza).

- Este jovem não tinha consciência da verdadeira riqueza, para ele eram os seus bens, mas Jesus lhe mostrou que só o Senhor é o verdadeiro bem que temos. 

Isso nos mostra que mesmo que uma pessoa tenha sido criada dentro dos princípios bíblicos e ainda que os guarde, pode estar totalmente longe de Deus. Pode estar totalmente perdida. Ser somente um amigo de Jesus. 

2º - Banalizarmos o sagrado (2 Sm 6.1-11 Uzá morre por ter posto a mão na arca de Deus). 

A arca deveria ser carregada nos ombros pelos sacerdotes. E os que a carregavam deveriam ser da descendência de Coate, pois somente os coatitas podiam carrega-la. Nem os Gersonitas nem os Meraritas (Uzá) poderiam. Coate, Gérson e Merari eram filhos de Levi, ou seja, eram levitas.

Aiô e Uzá eram netos de Abinadabe e filhos de Eleazar. Os dois sacerdotes cresceram com a Arca em sua casa e aquilo se tornou algo familiar para eles. O fato de toda a sua vida ter conhecido a Arca aliando à geral indiferença poderia ter gerado neles sentimento de excessiva familiaridade com a mesma. Eles não tinham zelo pelo sagrado, aquilo se tornou corriqueiro para eles. Daí eles fizeram como o rei queria, ou seja, carregaram a arca de Deus em um caro de boi, pois para eles aquilo não importava muito. Isso me chama a atenção para a nova geração que está crescendo em nossas igrejas, principalmente filhos de pastores que correm o mesmo risco de verem a igreja como um ganha pão do pai ou ver o pai pastor como uma celebridade e que ele, como filho do pastor, podendo fazer qualquer coisa na igreja e fora dela, pois ele é filho do “dono da igreja”. E é exatamente isso que temos visto por aí. Filhos de pastores que não tiveram ainda uma experiência de conversão e estão seguindo inclusive a “carreira” do pai (não quero dizer com isso que filho de pastor não possa ser chamado para o ministério também). A culpa de tudo isso, geralmente, são dos pais que não corrigem seus filhos. Veja a história do sacerdote Eli que é um bom exemplo disso e até mesmo as dos filhos de Samuel posteriormente:

“Tendo Samuel envelhecido, constituiu seus filhos por juízes sobre Israel. O primogênito chamava-se Joel, e o segundo, Abias; e foram juízes em Berseba. Porém seus filhos não andaram pelos caminhos dele; antes, se inclinaram à avareza, e aceitaram subornos, e perverteram o direito” (1Sm 8.1-3). 

Corremos o risco de nossos filhos serem apenas amigos de Jesus. 

3º - Ser totalmente consagrado ao Senhor (Lc 2.38 Maria) 

Maria havia sido também ensinada dentro dos princípios da Lei do senhor, no entanto era uma pessoa totalmente consagrada a Deus. Maria foi escolhida para ser a mãe do Salvador porque ela não abortaria o projeto que o Senhor tinha para sua vida.

Veja o que ela estava abrindo mão pelo projeto de Deus: 

1º - ELA ESTAVA DISPOSTA A ABRIR MÃO DE SEU CASAMENTO PELO PROJETO DE DEUS. Ela estava disposta a abrir mão do seu casamento com José. Ela estava noiva de José, e esse noivado na verdade equivalia a um casamento; embora eles ainda não houvessem coabitado, pois ainda não estavam morando juntos. Num casamento judeu da época havia três etapas. Primeiro, as famílias dos nubentes concordavam com a união. Depois, era feito um anúncio público. Neste momento, o casal estava oficialmente noivos. A cerimônia era semelhante ao noivado hoje, a não ser pelo fato de que o relacionamento só poderia ser rompido em caso de morte de um dos nubentes ou de carta de divórcio (embora as relações sexuais não fossem permitidas). Então, os noivos se casavam e começavam a viver conjugalmente. Por isso que em Mt 1.19 nos diz que “José, seu esposo, sendo justo e não querendo a infamar, resolveu deixá-la secretamente”. 

Maria, pela causa do Senhor estava disposta a abrir mão do seu compromisso com José. Provavelmente ela o amava, mas entre escolher José ou o Senhor, ela escolheu ficar com Deus e o projeto que Ele tinha para sua vida. O preço que ela estava pagando, aos olhos humanos, era muito alto. Quantos que, por muito menos, deixam os projetos de Deus para as suas vidas por escolhas pessoais. Quantos estão trocando Deus por um namoro, pela família, por amigos, pelo prazer. 

Maria poderia ter dito para o anjo Gabriel que não podia aceitar tal proposta, pois ela já estava compromissada com José, afinal de contas ele já havia comprado os móveis, arrumado a casa. Ela poderia ter dado mil desculpas, mas a resposta dela foi sim ao projeto de Deus e disse não aos seus projetos (Lc 1.38).

2º - ELA ESTAVA DISPOSTA A ENFRENTAR A SUA FAMÍLIA PELO PROJETO DE DEUS. O que Maria iria dizer para os seus familiares em relação a sua gravidez anunciada pelo anjo? Como ela iria explicar tal acontecimento aos seus pais? 

3º - ELA ESTAVA DISPOSTA A ENFRENTAR A SOCIEDADE PELO PROJETO DE DEUS. Se para a família isso era muito difícil, imagine enfrentar a sociedade da época. Se nos dias atuais se uma adolescente aparece grávida já é algo muito desagradável, imagine isso a mais de dois mil anos atrás. 

4º - ELA ESTAVA DISPOSTA A ENFRENTAR A MORTE PELO PROJETO DE DEUS. Ela corria o risco de ser morta, pois segundo a Lei se uma moça se deitasse com um homem sem ser casada deveria ser morta. Veja o que diz Deuteronômio 22. 23,24: “Se houver moça virgem, desposada, e um homem a achar na cidade e se deitar com ela, então, trareis ambos à porta daquela cidade e os apedrejareis até que morram; a moça, porque não gritou na cidade, e o homem, porque humilhou a mulher do seu próximo; assim, eliminarás o mal do meio de ti”.

2 – A segunda lição que aprendo é que corremos o risco do conhecimento separado da fé (Lc 4.24-27).

Em João 5.43-47 o Senhor falou assim: “Eu vim em nome de meu Pai, e não me recebeis; se outro vier em seu próprio nome, certamente, o recebereis. Como podeis crer, vós os que aceitais glória uns dos outros e, contudo, não procurais a glória que vem do Deus único? Não penseis que eu vos acusarei perante o Pai; quem vos acusa é Moisés, em quem tendes firmado a vossa confiança. Porque, se, de fato, crêsseis em Moisés, também creríeis em mim; porquanto ele escreveu a meu respeito. Se, porém, não credes nos seus escritos, como crereis nas minhas palavras?”

O povo de Nazaré reconhecia que Jesus fazia coisas extraordinárias e tinha uma sabedoria sobre-humana. Mas reconhecê-lo como o Messias enviado da parte de Deus era demais para eles. Talvez se viesse outro, eles provavelmente acreditariam, tanto que o Senhor lhes falou que nenhum profeta é bem recebido em sua própria terra (v 24). 

Ele confirma isso ilustrando com dois fatos ocorridos no passado. Ele lhes lembra de Elias e Eliseu. Com isso o Senhor estava lhes mostrando que a incredulidade dos nazarenos estava lhes impedindo de ter duas coisas:

1º - A oportunidade que o Senhor lhes estava dando. Tanto que o Senhor não ficou mais ali, foi embora. Nazaré perdeu o tempo da sua oportunidade. A oportunidade da sua salvação, de ver os céus abertos e abrirem as portas do céu para eles. Realizar milagres ali de nada adiantaria, pois eles não criam em Sua deidade, e não seriam os milagres que faria tal coisa. A fé gera milagre, mas o milagre não gera fé. 

2º - A oportunidade de o Senhor operar milagres entre eles. Mateus nos diz que o Senhor não pode realizar muitos milagres ali por causa da incredulidade deles (Mt 13.58). Como é desastroso o pecado da incredulidade. A incredulidade rouba do povo as maiores bênçãos. 

3 – A terceira lição que aprendo aqui é que por nos familiarizarmos com o sagrado tanto quanto com o conhecimento separado da fé nos leva a expulsar Jesus de nossas vidas (Lc 4.28-30). 

As pessoas de Nazaré ficaram zangadas com Jesus por Ele ter-lhes dito que o Espírito do Senhor estava sobre Ele. Quando Ele disse que era o Messias prometido tudo mudou. Como que o filho do carpinteiro é o Filho de Deus? Lembre-se que estes eram os “seus amigos”, vizinhos que o viram crescer e brincar na infância nas ruas de Nazaré. 

Eles se sentiram ofendidos com as palavras de Jesus, pois tais palavras revelava o que se passava em seus corações. Que era a total indiferença que eles tinham. Isso estava sendo revelado no preconceito em relação a sua origem e por Sua “falta” de escolaridade. Em Marcos 6.2 eles questionam isso: 

“Chegando o sábado, passou a ensinar na sinagoga; e muitos, ouvindo-o, se maravilhavam, dizendo: Donde vêm a este estas coisas? Que sabedoria é esta que lhe foi dada? E como se fazem tais maravilhas por suas mãos?” 

Eles tinham a cabeça cheia de perguntas, mas o coração vazio de fé. A incredulidade deles junto com o preconceito levou-os a total incredulidade. A ponto de tentarem matar o Salvador do mundo. 

A incredulidade dos nazarenos não matou o Senhor da vida, mas os mantiveram mortos em seus delitos e pecados. A incredulidade é o mais velho pecado do mundo. Ela começou no Jardim do Éden, onde Eva creu nas promessas do diabo, em vez de crer na Palavra de Deus. A incredulidade traz morte ao mundo. A incredulidade manteve Israel afastado da terra prometida por quarenta anos. A incredulidade é o pecado que especialmente enche o inferno: “Quem, porém, não crer será condenado” (Mc 16.16). 

CONCLUSÃO

Ser simplesmente “amigo de Jesus”, certamente, não lhe levará ao céu. Se você se vê assim ou se você está assim convido-o a deixar de ser amigo de Jesus e tornar-se um servo fiel dEle. Talvez você tenha se acostumado com o sagrado, com os cânticos, com as orações e pregações. Talvez você seja como aquele jovem rico, ou quem sabe como Uzá e Aiô, mas eu lhe convido hoje a ser como Maria, uma pessoa totalmente consagrada a Deus não porque era amiga de Deus, mas por ser uma verdadeira serva do Senhor.

Pense nisso!

E que o Senhor lhe abençoe.