sábado, 24 de setembro de 2016

A IGREJA PRIMITIVA ERA COMUNISTA?


Por Pr. Silas Figueira

INTRODUÇÃO

Texto base: Atos 4.32-37

O texto que estamos analisando nos mostra que na Igreja Primitiva não havia pessoas necessitadas entre eles. Que as pessoas que tinham bens, vendiam e traziam o dinheiro e depositava aos pés dos apóstolos, e eles o distribuíam de acordo com a necessidade de cada um.

Ao olharmos para esse texto sem analisá-lo dentro de seu contexto, a ideia que se tem é que esta Igreja era uma igreja “comunista”, como alguns costumam dizer. Mas tal interpretação está totalmente equivocada. E eu explico por que:

Tendo em vista que o comunismo é uma estrutura socioeconômica baseada na propriedade comum e no controle da propriedade de cidadãos em geral por parte de lideranças ou governos, é impossível que a igreja cristã praticasse um comunismo primitivo. Pois, apesar da igreja primitiva entregar seus bens e propriedades para que fossem repartidos por toda comunidade, tudo isso era feito sem obrigatoriedade, mas por voluntariedade. Esse entendimento fica mais claro, quando recorremos ao contexto imediato da referida passagem, onde lemos em Atos 5.4 Pedro dizendo para Ananias que o dinheiro da propriedade que ele havia vendido poderia ter guardado tudo para ele e sua esposa, ao invés de ter mentido ao Espírito de Deus, dizendo que estava dando todo dinheiro da venda ao apóstolo.

Na verdade, esse texto de Atos 4.32-37 é uma repetição de Atos 2.44,45 que nos diz:

“Os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade” (NVI).

A Igreja Primitiva estava tão cheia do Espírito Santo que esses cristãos não só estavam testemunhando em palavras, mas também em serviço. Agiam movidos por um amor genuíno e espontâneo. Algo que é bem diferente do “comunismo” que alguns tentam identificar aqui.

Primeiro porque o comunismo proíbe a propriedade privada e a Bíblia não ensina isso. O pressuposto dos 10 mandamentos e da lei Mosaica, dada pelo próprio Deus, é a propriedade. Veja Êxodo 20.17: “Não cobiçarás a casa do teu próximo...”. Não devemos cobiçar algo que pertence ao próximo. O mandamento significa que eu posso desejar algo e trabalhar para conquistar de um modo honesto, mas não o cobiçar, que envolve o pensamento de inveja, e roubar, que envolve a violência para a posse, ambos os conceitos pregados pelo comunismo. Deus prometeu muitas bênçãos e o direito à propriedade, quando o povo entrasse na terra prometida. No Novo Testamento não se condena os patrões, mas sim os maus tratos e o desamor:

“Senhores, deem aos seus escravos o que é justo e direito, sabendo que vocês também têm um Senhor nos céus” (Cl 4.1 - NVI).

O que faz um patrão ser bondoso, gentil e amoroso com seus empregados não é o Marxismo nem a insanidade do comunismo truculento, mas o Espírito Santo de Deus que habita no coração do homem nascido de novo, que possui um coração amável e terno e que sabe que Deus irá cobrá-lo sobre o uso das riquezas muito mais do que irá fazê-lo com a maioria das pessoas.

Outro exemplo de que a Bíblia não proíbe as pessoas de possuírem bens nós encontramos em 1Tm 6.9,10,17,18:

“Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos. Ordene aos que são ricos no presente mundo que não sejam arrogantes, nem ponham sua esperança na incerteza da riqueza, mas em Deus, que de tudo nos provê ricamente, para a nossa satisfação. Ordene-lhes que pratiquem o bem, sejam ricos em boas obras, generosos e prontos a repartir” (NVI).

O texto por si só já nos diz que não há nenhum mal em ser rico, mas em confiar nele como se ele fosse Deus e não agir com generosidade para com os que estão passando por dificuldades.

Em segundo lugar porque para o comunismo Deus é o Estado e o Estado é Deus. Para Marx não há religião e nem Deus, há somente o povo e o partido, este ocupando na vida da cada um o papel que caberia à figura divina, através do Estado Todo-Poderoso. Assim, o Estado é o cuidador, a família, o juiz, o provedor, o médico, o defensor, etc. Destruir a religião, que no ocidente é majoritariamente cristã, é, portanto essencial aos planos da esquerda.

Por isso dizer que a Igreja Primitiva era comunista é um grande erro e uma total falta de conhecimento do que é o comunismo.

Aliás, as expressões “comunismo” e “socialismo” recebem significados nem sempre muito precisos. Numa explicação bem resumida, daria para dizer que, segundo a teoria marxista, o socialismo é uma etapa para se chegar ao comunismo. Este, por sua vez, seria um sistema de organização da sociedade que substituiria o capitalismo, implicando o desaparecimento das classes sociais e do próprio Estado. “No socialismo, a sociedade controlaria a produção e a distribuição dos bens em sistema de igualdade e cooperação. Esse processo culminaria no comunismo, no qual todos os trabalhadores seriam os proprietários de seu trabalho e dos bens de produção”, diz a historiadora Cristina Meneguello, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) [1].

Mas quais as lições que podemos tirar desse texto para nós hoje?

A PRIMEIRA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE A COMUNHÃO DE BENS NÃO É UM FIM EM SI MESMO (At 4.32,34,35).

A Igreja Primitiva estava ajudando as pessoas de acordo com as necessidades que cada uma apresentava, mas essa não era a prioridade da Igreja e não o é até hoje. Não quero dizer com isso que devemos nos esquecer dos necessitados, principalmente os de dentro de nossas igrejas. Tal prática é condenada na Bíblia, inclusive ela nos ensina a ajudar os domésticos da fé (Gl 6.10). Aliás, a ela nos ensina que devemos fazer o bem a todos, mas a prioridade é assistir os familiares da fé. A nossa maior prioridade é nossa família, pois aquele que não cuida da sua família é pior que os incrédulos (1Tm 5.8). Depois devemos cuidar dos domésticos da fé (Gl 6.10), do nosso próximo de forma geral (Gl 6.2) e até mesmo dos nossos inimigos (Rm 12.20) [2].

Mas cada coisa no seu devido lugar.

1º - Porque obra social não é pregação do Evangelho. A prioridade da igreja e pregar o Evangelho, pois a fé vem pelo ouvir, e ouvir a Palavra de Cristo (Rm 10.17). A igreja que substitui a pregação por obra social não está cumprindo o Ide de Cristo. O Senhor ordenou a igreja ir pelo mundo afora pregando e ensinado e não fazendo obra social (conf. Mt 28.19,20; Mc 16.15,16; Lc 24.46,47).  

Justo Gonzáles diz que a “missão da igreja não é praticar essa comunhão, mas, sim, praticar o amor. Foi por isso que, mesmo no meio de uma igreja que praticava a comunhão de bens, Ananias poderia manter sua propriedade sem vendê-la nem dar nada do que ganhou com a venda para os apóstolos. Essa não era uma comunhão determinada por lei, antes, é o tipo de comunhão que representa uma expressão do amor do Espírito e da nova vida que ele nos traz” [3].

T. A. McMahon diz que prevalece entre muitos líderes religiosos, que professam ser cristãos evangélicos (ou seja, cristãos crentes na Bíblia), a promoção de um evangelho mais aceitável, que possa até mesmo ser admirado pelas pessoas do mundo inteiro. Hoje em dia, a forma mais popular desse tipo de evangelho é conhecida como “evangelho social”.

Os que apoiam esse movimento também acreditam que o alívio das condições miseráveis em que as pessoas vivem pode melhorar a natureza moral dos que sofrem essas carências [...] mais, os problemas do mundo são apenas sintomas. A causa real é o pecado [4]. E sem a pregação genuína do Evangelho o homem não terá consciência do estado em que se encontra diante de Deus, e não será através da obra social que ele terá esse conhecimento.  

Por isso que independentemente da pessoa viver em um palácio ou em uma palafita, se não tiver o Senhor Jesus como Senhor de sua vida estará vivendo uma vida de desgraça, pois a graça de Deus não repousa sobre ele. Ambos estão condenados ao mesmo inferno.

A crise do homem não é social, mas o pecado que o domina e o condena. Por isso que Jesus morreu na cruz do Calvário, para nos perdoar os pecados e nos reconciliar com o Pai, e não para que tenhamos uma vida social melhor.

2º - A igreja cheia do Espírito Santo não só prega a Palavra, mas também anda em comunhão e pratica a generosidade cristã (At 4.32,34,35). A vida cristã é uma balança, tem que haver equilíbrio. A obra social não é o Evangelho, mas quem prega e vive o Evangelho acaba fazendo obra social. E isso não é nenhuma contradição, isso é coerência. Por exemplo, dentro do espiritismo a obra social é uma obrigatoriedade, pois, na sua doutrina, quem tal coisa não faz irá reencarnar numa condição pior que a atual – essa, além de ser uma visão espiritual, é também uma visão egoísta. A pessoa não está preocupada com o seu próximo, mas está olhando para o seu umbigo.

Já o cristão age assim não para garantir vida eterna, mas porque é movido pelo Espírito Santo, e é incoerente você pregar o Evangelho e não levar o devido socorro a quem necessita de ajuda. Veja o que Tiago nos fala em sua carta:

“De que adianta, meus irmãos, alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Acaso a fé pode salvá-lo? Se um irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do alimento de cada dia e um de vocês lhe disser: “Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até satisfazer-se”, sem, porém lhe dar nada, de que adianta isso? Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta. Mas alguém dirá: “Você tem fé; eu tenho obras”. Mostre-me a sua fé sem obras, e eu lhe mostrarei a minha fé pelas obras” (Tg 2.14-18 – NVI). 

Mais uma vez eu afirmo que o Evangelho é uma balança e a Bíblia nos mostra isso de forma muito clara. Primeiro a salvação da alma, depois o social.

Por isso que os crentes cheios do Espírito Santo têm o coração aberto e o bolso também. O amor não consiste naquilo que falamos, mas no que fazemos. A comunhão passa pelo compartilhar. A unidade da igreja transformou-se em solidariedade. Pessoas eram mais importantes que coisas, pois os crentes adoravam a Deus, amavam as pessoas e usavam as coisas [5].

A SEGUNDA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE O TODO CRISTÃO É UM MORDOMO DAS COISAS DE DEUS (AT 4.32).

Está é a grande lição que o texto nos dá: nós não somos donos de nada, tudo pertence a Deus. Nós somos seus mordomos. Nós só administramos o que Ele coloca em nossas mãos. Quando o cristão tem essa consciência ele passa  a olhar para os bens que possuí com outros olhos. Ele aprende com isso algumas lições:

1º - O cristão não é dono de nada ele é só um administrador, ou seja, um mordomo. Mordomo, literalmente falando, é aquele que recebe a incumbência de administrar um patrimônio. É aquela pessoa a quem é entregue tudo quanto o senhor possui para ser cuidado e desenvolvido. É aquele a quem o senhor confia a direção, ou o comando, daquilo que lhe é mais valioso. No entanto o mordomo não é o dono, mas terá que prestar contas ao dono – veja a história de José no Egito (Gn 39.1-9).

2º - Deus tem todo o direito de pedir ao mordomo que distribua o que ele, como mordomo, administra. Quem tem essa consciência está livre da avareza, pois tal cristão reconhece que o Senhor pode lhe pedir a entrega de tudo e ele, por sua vez, não irá questionar Sua ordem.

O dinheiro pode ser uma benção ou uma maldição, dependendo da nossa submissão ou rejeição aos princípios da Palavra de Deus em relação aos bens materiais que estão sob a nossa guarda temporária. O dinheiro é o melhor escravo – o mais dócil e versátil, mas o pior senhor – o mais violento e cruel. O amor ao dinheiro cega a consciência, perverte princípios éticos mais elevados, gera uma ambição obcecante, tira a sensibilidade da pessoa para com as necessidades do próximo, deteriora o convívio do homem com a sua família e com a sociedade, gera conflitos, separação de casais, orfandade com pais vivos, desequilíbrios emocionais, traumas psíquicos, desvios de conduta, desajustamento de personalidade, sendo difícil imaginar que o inferno seria um tormento maior. Talvez seja a doença espiritual mais difícil de curar. Jesus mesmo afirmou: “Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!” (Mc 10.23). Devemos colocar a nossa confiança em Deus, que pode prover todas as nossas necessidades, e não deixarmos a avareza ocupar todos os espaços do nosso coração em lugar da fé.

Veja por exemplo a parábola da vinha, onde um senhor havia arrendado uma para alguns lavradores e eles pensavam que eram donos dela (Mt 21.33-39). isso é um exemplo de como muitos cristãos tem praticado a sua mordomia. Pensam que são donos e se esquecem que um dia terão que prestar contas de tudo que o Senhor colocou em suas mãos para administrarem.

A TERCEIRA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE SOMOS DESPENSEIROS DA PALAVRA DE DEUS ATRAVÉS DA PREGAÇÃO (At 4.33; 1Co 4.1,2).

A igreja orou pedindo poder e autoridade para pregar (At 4.29-31) e o Senhor lhes concedeu. Mas não podemos perder a foco de que até na pregação eles eram despenseiros ou mordomos. Observe que os apóstolos pregavam a respeito da ressurreição do Senhor Jesus e o Senhor confirmava a Palavra pregada por meio de sinais e da mordomia cristã aplicada à vida da igreja.

1º - Os apóstolos estavam sendo fieis a ordem dada pelo Senhor (1Co 4.1,2). O texto de 1 Coríntios 4.1,2 nos mostra exatamente isso. Observe o texto:

“Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel” (ARA).  
   
Os apóstolos estavam sendo fieis como mordomos do Senhor. O apóstolo Paulo aqui em 1Co 4.1 diz que o obreiro é um despenseiro ou mordomo. A palavra grega usada por Paulo é oikomonos, de onde vem a palavra mordomo. O oikomonos era um administrador, mordomo, dirigente de uma casa, com frequência um escravo de confiança que era encarregado de todos os negócios do lar. A palavra enfatiza que a pessoa recebe uma grande responsabilidade, pela qual deve prestar contas. O que isso sugere?

a) Não era competência do mordomo prover o alimento para a família; essa era uma responsabilidade do dono da casa. O ministro do evangelho não tem o alimento, porque esse já foi providenciado. Esse alimento é a Palavra de Deus. Compete ao ministro dar a Palavra de Deus ao povo (1Tm 3.16, 17).

b) Não era função do mordomo buscar nova provisão ou servir alimento que não fosse provido pelo senhor.

c) A função do mordomo era servir as mesas com integridade. Cabe ao ministro transmitir o que recebeu. Ele não cria sua própria teologia ou ideia a fim de aplicá-la e ensiná-la (1Co 15.3).

d) O despenseiro precisa ser absolutamente fiel no exercício do seu trabalho. A função do mordomo não era agradar às demais pessoas da casa, nem muito menos aos outros servos, mas ao seu senhor [6].

Os apóstolos entraram em crise direta com o Sinédrio e com outras autoridades judaicas, pois eles desobedeceram a ordem de não pregar a respeito de Jesus e da Sua ressurreição. Eles fizeram isso por serem fieis a ordem dada por Jesus a quem eles iriam prestar contas um dia. 

É uma lástima saber que muitos líderes de hoje não têm essa consciência também.

2º - O Senhor estava confirmando a palavra pregada manifestando a Sua graça. Uma coisa que nós ministros do evangelho devemos pedir ao Senhor é que ele confirme a Palavra por nós pregada, através de vidas transformadas, pessoas sendo salvas e a Sua graça abundante sendo derramada sobre a Sua igreja.

Esta, pelo menos, tem sido a minha oração diariamente.

A QUARTA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE O EVANGELHO TEM QUE SER VIVIDO NA PRÁTICA (At 4.36,37)

A Bíblia descreve Barnabé como um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé (At 11.24). Aqui ele nos é apresentado abrindo mão de uma propriedade para assistir aos necessitados da igreja. Ele nos é um exemplo a ser seguido e não invejado como fizeram Ananias e Safira (At 5.1,2), que por causa disso morreram. Barnabé exerceu um ministério extremante importante na igreja, sendo mencionado pelo menos 29 vezes no livro de Atos e outra cinco vezes nas epístolas [7]. 
      
1º - Barnabé praticava a liberalidade. Uma coisa é a pessoa ser fiel outra é ser fiel e liberal esse era o caso de Barnabé.

Os levitas não podiam possuir terras, de modo que é difícil entender como Barnabé adquiriu a propriedade e vendeu. Talvez essa lei específica (Nm 18.20; Dt 10.9) se aplicasse somente à Palestina e sua propriedade estivesse em Chipre [8]. Mas de uma coisa nós sabemos, este homem era uma pessoa que cria em Deus e acreditava que o que os apóstolos estavam fazendo procedia do Senhor.

Observe que ele depositou aos pés dos apóstolos todo o dinheiro da venda do campo. Só faz uma coisa dessas quando se crê na obra que se está realizando em nome do Senhor. É bem sabido que hoje há muitos pilantras que tem arrecadado fortunas em nome da obra de Deus para benefício próprio, mas não era o caso dos apóstolos e de muitos ministérios que temos visto por aí. Se existe o falso é porque existe o verdadeiro, isso é um fato.

2º - Barnabé era um homem que investia nas pessoas. Um dos grandes ministérios que vemos em Barnabé é que ele sempre depositava um voto de confiança em quem acreditava e que outros desacreditavam.

● Quando Saulo de Tarso se converteu, foi ele quem o apresentou aos apóstolos em Jerusalém (At 9.26-29). Enquanto todos estavam com medo de Saulo, Barnabé acreditou em sua conversão e lhe estendeu a mão.

● Quando a igreja de Antioquia precisou de um pastor foi Barnabé que foi enviado para lá (At 11.19-22). Esta era uma igreja gentílica.

● Ele se alegrava com as bênçãos do Senhor sobre a vida das outras pessoas (At 11.23,24). Como é difícil encontramos pessoas que se alegram com os se alegram, é mais fácil encontrar pessoas para chorarem com você do que se alegrarem com as bênçãos que você recebe.

● Barnabé reconheceu que precisava de ajuda. Ele era uma pessoa humilde e reconhecia as suas limitações. Por isso ele foi a Tarso buscar Paulo para ajudá-lo (At 11.25,26).

● Barnabé investiu na vida de João Marcos quando este, por ter tido um problema com Paulo se separaram. Barnabé ficou com João Marcos e investiu nele (At 15.36-39). Veja o resultado deste investimento: Marcos tornou-se útil, o próprio Paulo reconheceu isso posteriormente (2Tm 4.11). Através deve investimento de Barnabé, hoje nós temos o Evangelho segundo Marcos. 

Se existe um ministério que temos urgência de termos em nossas igrejas é o ministério de Barnabé, ministério esse que não descarta as pessoas, mas investe nelas e as fazem úteis para a boa obra do Evangelho.

Barnabé era um excelente mordomo de Cristo. Ele investia os bens que o Senhor lhe confiara e investia nas pessoas que pertenciam ao Senhor também. 

Você tem agido assim meu irmão?

CONCLUSÃO

Se há algo que podemos descartar de imediato nesse texto que estudamos é que a Igreja Primitiva era uma igreja “comunista” como alegam alguns. Era sim, uma igreja cheia do Espírito Santo, e, por isso, investia os seus bens para socorrer os mais necessitados dentro da igreja. Aprendemos também que obra social não é o evangelho, mas é uma forma de mostrar o verdadeiro evangelho.

A prioridade da Igreja é pregar o Evangelho levando as pessoas a conhecer a Cristo, as outras coisas são consequências dessa mensagem transformadora. Por isso não inverta essa mensagem como alguns hoje tem feito. A crise do homem não é a crise da falta de moradia, alimentação ou educação... Mas a crise do homem é a falta do perdão dos seus pecados, é a falta de se reconciliar com o Seu Criador.

O perdão dos pecados independe da pessoa ser rica ou ser pobre. A mensagem do Evangelho tem ser pregada a todas as pessoas, pois onde o Evangelho entra sempre há prosperidade. Não estou falando de riqueza. E prosperidade é mais que bens materiais, mas a presença do Senhor conosco durante todos os dias de nossa vida. É a certeza da salvação e saber que o nosso nome consta no Livro da Vida.

Pense nisso! 
 ) e isso sugere?
nsabilidade, pela qual deve prestar contas.requencia mia criattoas e usavam as coisas.
Fonte:

1 – Redação Mundo Estranho. Qual a diferença entre comunismo e socialismo? Existiu algum país realmente comunista? http://mundoestranho.abril.com.br/historia/qual-a-diferenca-entre-comunismo-e-socialismo-existiu-algum-pais-realmente-comunista/, acessado em 23/09/2016.
2 – Lopes, Hernandes Dias. Gálatas, a carta da liberdade cristã. Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2011: p. 269.
3 – Gonzáles, Justo L. Atos, O Evangelho do Espírito Santo. Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2014: p. 101.
4 – McMahon, T. A. O Vergonhoso Evangelho Social. http://www.chamada.com.br/mensagens/evangelho_social.html, acessado em 23/09/2016.
5 – Lopes, Hernandes Dias. Atos, a ação do Espírito Santo na vida da igreja. Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2012: p. 112.
6 – Lopes, Hernandes Dias. 1 Corintios,Como resolver conflitos na igreja. Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2008: p. 71;74.
7 – Wiersbe, Warren W. Novo Testamento 1, Comentário Bíblico Expositivo, Editora Geográfica, Santo André, SP, 2012: p. 545.
8 – Wiersbe, Warren W. Novo Testamento 1, Comentário Bíblico Expositivo, Editora Geográfica, Santo André, SP, 2012: p. 545.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

IGREJA: UM LUGAR ONDE SE PODE BEBER, JOGAR E SE PROSTITUIR...


Por Pr. Silas Figueira

Conta-se uma história que um pastor tinha sido convidado para pregar em uma igreja numa série de conferências. Antes de passar à palavra para ele, o pastor que o havia convidado lhe deu algumas instruções em relação da mensagem que ele poderia vir a pregar. Na verdade, o pastor lhe disse o que ele não podia falar na mensagem.

O pastor da igreja chamou o convidado e lhe deu as seguintes orientações:

- Pastor eu gostaria de lhe pedir que em seu sermão o irmão não falasse em bebida alcoólica; é que nós temos alguns irmãos em nossa igreja que bebem. Também gostaria de lhe pedir que não falasse nada a respeito de jogo – loteria, jogo do bicho, corrida de cavalos...; é que nós temos alguns irmãos aqui que jogam. E, por favor, não fale nada também sobre adultério e nem fornicação; é que alguns irmãos que são casados tem outra família, outros, de vez em quando, pulam a cerca também; e alguns de nossos jovens solteiros têm vida sexual ativa. É que nós estamos vivendo novos tempos!

O pastor ouviu tudo aquilo e disse que por ele estava tudo bem.

Quando o pastor convidado tomou da palavra ele começou dizendo:

- Irmãos é um prazer muito grande estar com vocês. Agradeço o convite e também as orientações que o pastor de vocês me deu em relação ao que eu não poderia falar em  minha mensagem. Ele me disse para eu não falar nada a respeito de bebida alcoólica, pois alguns irmãos aqui bebem. Confesso que eu pensei que isto aqui fosse uma igreja, mas vejo que esta igreja não passa de um botequim. Ele também me disse para não falar nada a respeito de jogo, pois alguns aqui jogam, eu pensei que isto aqui fosse uma igreja, mas vejo que esta igreja não passa de um cassino. E ele também me disse que eu não deveria falar nada a respeito de adultério, pois alguns irmãos casados aqui pulam a cerca e que alguns jovens solteiros têm vida sexual ativa... Eu pensei que isto aqui fosse uma igreja, mas vejo que esta igreja não passa de um bordel. Mas eu quero dizer uma coisa para vocês, recebam Jesus em suas vidas e vocês deixarão a vida de pecado e terão seus nomes escritos no Livro da Vida.

Ao ouvirem tais palavras, a igreja como um todo veio à frente recebendo Jesus como salvador pessoal, inclusive o pastor da igreja.

Essa ilustração, infelizmente, retrata a vida de muitas igrejas que temos visto por aí; e quando digo “por aí” me refiro em minha cidade.

Eu sou de uma época em que crente não bebia, não jogava, não fumava e muito menos vivia na prostituição. No entanto hoje, em muitas igrejas, a coisa mais comum é vermos as pessoas beberem bebidas alcoólicas como se isso fosse a coisa mais natural. Se algum não crente chegar a certos lares “evangélicos” vão se sentir em casa.

Teve um determinado pastor que falou de púlpito que não há mal nenhum em beber, só não pode se embriagar. Agora, como você explica isso para um ex-alcoólatra? Como você faz com que uma pessoa que tem na família pessoas alcoólatras assimile isso como algo normal?

Quantas pessoas que eu conheço que por virem para a igreja alcançaram a libertação de vários vícios, inclusive do alcoolismo; e agora tais igrejas incentivam os membros a beberem. 

Prostituição, homossexualismo, lesbianismo, fornicação... Tudo isso tem se tornado comum em muitos arraiais. Líderes que fazem vista grossa a tudo isso para manterem suas igrejas cheias. Tais líderes não se intitulam pastores, mas empreendedores, pois afinal de contas estão fazendo com que as suas igrejas estejam sempre cheias. Como certo líder que foi confrontado por um dos membros da igreja que ele pastoreava o porquê dele nunca pregar sobre pecado, ele, sem nenhum rodeio, disse que tal coisa ofende aos ouvintes e afastam as pessoas de frequentarem a igreja, por isso que ele não falava sobre isso.

Em outras palavras, esta igreja está sempre cheia de pessoas vazias. E isso tem sido mais comum a cada dia em muitas igrejas. Este é um fato, para mim, lastimável!


Pense nisso!

sábado, 17 de setembro de 2016

7 maneiras de cuidar do seu pastor



Por Shawn Wilhite

Como você cuida do seu pastor?

Eu comecei a entender isso quando eu li um artigo que, mais tarde, tornou-se um pequeno panfleto intitulado Orando pelo Domingo: você, seu pastor e o seu próximo sermão. É um recurso prático que provê tremendo insight.

Depois de servir ao ministério pastoral por seis anos, sei que falar de cuidar do seu pastor pode parecer estranho. Mas não precisa sempre ser assim. Aqui estão sete simples maneiras de como os membros da igreja podem cuidar de seus pastores.

1. Ore por e com ele

Este é provavelmente o mais óbvio. Durante meu primeiro ano de pastorado, as qualificações me atingiram em cheio (1 Timóteo 3.1-6; Tito 1.7-9). Há uma vasta diferença entre estudá-las e perceber que sua posição depende delas.

Pastores precisam de orações todos os dias. Eles não são bombardeados apenas com questões administrativas, as quais roubam seu tempo, mas também são tentados pelo orgulho, preguiça, luxúria, entre outras coisas. Devemos orar pela perseverança deles em se manterem qualificados – o que inclui serem irrepreensíveis.

Além disso, ore com seus pastores. Procure-os. O coração deles é tão pesado quanto o seu. E não há alegria maior em saber que o povo de Deus tem orado por você.

2. Fale com ele sobre o sermão

Em média, um pastor gasta cerca de 10 a 20 horas no preparo do sermão. Se ele prega duas ou três mensagens por semana, isso significa que ele gastará por volta de 20 a 45 horas preparando sermões.

Se o seu pastor é um pregador expositivo, venha preparado para ouvir a Palavra de Deus. Se ele prega em séries temáticas, entre em contato com o escritório da igreja para adquirir os próximos tópicos e passagens. Estude o texto antes de ir à igreja e reflita em questões para perguntar.

Uma ovelha fiel tem grande prazer em explicar a Palavra de Deus. Pergunte o que ele aprendeu em seus estudos. Tire uma dúvida que você teve. Pergunte como a passagem se relaciona com questões teológicas e como isso ocorre. Comece uma conversa sobre o sermão. Depois de mais de 20 horas de preparação, você tem uma fonte de sabedoria na sua frente.

3. Diga a ele como Deus está fazendo você crescer

Quando eu era pastor, uma das minhas grandes alegrias era ouvir das ovelhas como elas estavam sendo aperfeiçoadas. Era encorajador ouvir o que elas estavam aprendendo e como Deus estava fazendo-as crescer.

Veja a resposta de Paulo ao ouvir sobre uma congregação anterior:

Agora, porém, com o regresso de Timóteo, vindo do vosso meio, trazendo-nos boas notícias da vossa fé e do vosso amor, e, ainda, de que sempre guardais grata lembrança de nós, desejando muito ver-nos, como, aliás, também nós a vós outros, sim, irmãos, por isso, fomos consolados acerca de vós, pela vossa fé, apesar de todas as nossas privações e tribulações. – 1 Tessalonicenses 3.6-7

Esse relato trouxe grande conforto e força para Paulo. Colocou vento em suas velas. E ouvir sobre seu crescimento no Senhor irá rejuvenescer seus pastores.

4. Cuide dele financeiramente

Pastores normalmente ganham pouco. Talvez seu pastor precise participar de programas de auxílio-alimentação. Porém, ele nunca diria isso a você. Na verdade, ele não deve pastorear o rebanho de Deus por torpe ganância (1 Pedro 5.14). Mas se seu pastor não é pago generosamente, sua mente e coração ficam propensos a ficarem divididos:

Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino. Pois a Escritura declara: Não amordaces o boi, quando pisa o trigo. E ainda: O trabalhador é digno do seu salário. – 1 Timóteo 5.17-18

Precisamos nos certificar que os nossos pastores estão financeiramente estáveis. O corpo local combina seus recursos financeiros e dão ao pastor para liberá-lo para pastorear sem se preocupar com a pobreza.

Cuide de suas crianças para que ele possa sair com a sua esposa. Pague um passeio em família para ele – talvez anonimamente. Seja criativo e generoso com seu cuidado financeiro.

5. Cuide da esposa dele

Esposa de pastor tem um papel difícil. Como pastor, era sempre desencorajador quando minha esposa falava para mim sobre algum problema da igreja. “Como você ouviu isso”, eu perguntava. Alguém da igreja havia falado.

Cuidar do seu pastor significa ajudá-lo a proteger sua esposa das coisas secretas e sujas de sua igreja. Eu garanto, ela não precisa saber de tudo.

Além disso, tenha uma expectativa realista do papel dela. Ela é exatamente como você, uma serva de Cristo. Ela exatamente como você, uma esposa tentando honrar seu marido. Ela é exatamente como você, uma mãe desencorajada que está lutando. Ela é exatamente como você, uma mulher tentando honrar o Senhor com sua vida. Ela é exatamente como você, um membro comum da igreja. Ame-a e a sirva, assim como você faria com outros do corpo.

6. Edifique biblioteca dele

A biblioteca do seu pastor é uma de seus bens mais valiosos. Ele ama e precisa dos livros. E ele precisa adquirir mais. Eles irão ajudá-lo a se tornar um pastor, teólogo, intérprete da Bíblia, conselheiro, marido e pai melhor.

Note a curta lista de itens desejada por Paulo, perto do fim de sua vida: “Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Caropo, bem como os livros, especialmente os pergaminhos.” (2 Timóteo 4.13)

No fim de sua vida, o encarcerado apóstolo queria a companhia dos amigos de ministério mais próximos e seu material de leitura.

Não necessariamente compre livros que você esteja lendo ou que você acha que irão ajudá-lo. Faça uma pesquisa: sobre o que ele está pregando? O que ele está estudando? Ele ama as línguas bíblicas? Pergunte a um de seus amigos próximos. Ele tem uma lista de desejos na Amazon? Se não, peça para que ele crie uma.

7. Submeta-se à liderança dele

Propositalmente, deixei este ponto por último. Submeter-se ao seu pastor pode ser difícil. Mas você trará alegria ao coração dele – e ao seu – se você se colocar debaixo da liderança piedosa:

Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros – Hebreus 13.17

Existe uma correlação direta entre obediência e alegria de seus presbíteros. Trabalhe duro para se submeter – com gozo, e não de má vontade – à liderança deles. Esse é o meio de supervisão espiritual que o nosso Salvador estabeleceu para sua alma.

Pode ser útil começar uma conversa com seu pastor, seus presbíteros ou outros crentes mais maduros para determinar como é que isso tem funcionado para você. Se você luta para ser submisso, seja honesto sobre isso com outras pessoas em sua vida. Às vezes é sábio sair de uma igreja, assim como também o é começar uma conversa.

Como você tem cuidado do seu pastor? De quais outras maneiras você poderia cuidar dele? Oro para que você seja encorajado a isso e comece a implementar algumas dessas ideias.

Traduzido por Victor Bimbato

Fonte: Reforma 21

sábado, 10 de setembro de 2016

UMA IGREJA QUE ORA

Por Pr. Silas Figueira

INTRODUÇÃO

Texto base: Atos 4.23-31

A. W. Tozer disse que se muitos comparecessem ao trabalho com a mesma fidelidade com que frequentam o culto de oração não ficariam empregados por muito tempo [1]. Essa verdade parece universal. Se olharmos para as igrejas que tem culto de oração, e eu estou falando de culto de oração, não de campanhas, veremos as igrejas com muito pouca frequência. A impressão que tenho é que oração e estudo bíblico não agradam a muitos crentes. 

O texto que lemos nos mostra Pedro e João, após terem sido libertos, procurando os irmãos para contar-lhes o que havia lhes acontecido e o que os líderes religiosos lhes havia ordenado. Diante do relato dos apóstolos a igreja se levanta em oração pedindo a Deus direção para continuar a fazer o que o Senhor Jesus lhes havia designado a fazer (Mt 28.16-20). Essa atitude nos mostra uma total dependência de Deus e de Sua direção em relação ao que fazer diante do ocorrido.

D. Martyn Lloyd-Jones nos diz que os discípulos oraram porque a única coisa que eles queriam fazer era continuar pregando, ensinando e trabalhando em nome de Jesus, e eles compreendiam que só havia um meio pelo qual poderiam fazer isso: só poderiam continuar se Deus os habitasse [2]. Na oração da igreja nós vemos os crentes fazendo exatamente esse pedido ao Senhor e o Espírito Santo vindo sobre eles mais uma vez.

Entenda uma coisa: Não é lendo as Escrituras nas línguas originais ou em alguma linguagem contemporânea que nos tornaremos cristãos melhores, mas, sim, ajoelhando-nos com a Bíblia aberta à nossa frente, permitindo que o Espírito de Deus quebrante nosso coração. Então, devidamente quebrantados diante do Todo-Poderoso, levantamo-nos e saímos para o mundo, proclamando a gloriosa mensagem de Jesus Cristo, o Salvador da humanidade, disse A. W. Tozer [3].

A igreja é o povo que busca a Deus em oração nas horas de dificuldades. A oração é arma de guerra. Quando nos curvamos diante de Deus, levantamos diante dos homens. Quando colocamos os nossos olhos em Deus, perdemos o medo da ameaça dos homens [4]. Os apóstolos viram durante todo o ministério de Jesus Ele orando, por isso eles lhe pediram: “Ensina-nos a orar” (Lc 11.1). Eles não pediram para lhes ensinar a pregar, a expulsar demônios, a curar enfermos; eles queriam aprender a orar, porque orar é ter comunhão com o Pai, e tendo comunhão com o Pai as outras coisas são uma consequência. 

Mas o que podemos aprender com essa oração da Igreja Primitiva diante das ameaças recebidas?

A PRIMEIRA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE NA ORAÇÃO DEVEMOS RECONHECER A SOBERANIA DE DEUS (At 4.24a).

A religiosidade tem sido um dos maiores fracassos na vida de muitas pessoas dentro de nossas igrejas. A religiosidade tem levado muitas pessoas a pensarem que são verdadeiros cristãos, que conhecem a Deus, que o servem. No entanto, a religiosidade cega as pessoas de verem quem elas realmente são e quem é Deus verdadeiramente.

Conhecer a Deus é mais que conhecer tradições religiosas. É mais que ser criado em uma determinada denominação evangélica. É muito mais que guardar preceitos da palavra de Deus como fazia o jovem rico (conf. Mc 10.17-31). Também não é ter experiências religiosas (tem gente que se emociona, se arrepia); mas isso não é conhecer a Deus e nem a Sua soberania.

1º - Conhecer a Deus é saber que Ele é um Deus vivo e todo-poderoso. A Igreja reunida se dirige a Deus o chamando de Soberano. Esta era uma forma como se dirigiam a Deus no Antigo Testamento.

Aqui a palavra utilizada no grego é “Despotes”, que quer dizer “Soberano Senhor”, termo usado para denominar um proprietário de escravos e uma autoridade de poder inquestionável. O Sinédrio podia fazer ameaças e proibições, e tentar silenciar a igreja, mas a autoridade deles estava sujeita a uma autoridade maior. Os decretos dos homens não podem passar por cima dos decretos de Deus [5].

A Bíblia nos diz que no ano da morte do rei Uzias, o profeta Isaías entra no templo para orar e tem uma das maiores revelações de todo o Antigo Testamento, ele contempla a glória do Senhor. Nos diz o texto assim:

“No ano em que o rei Uzias morreu, eu vi o Senhor assentado num trono alto e exaltado, e a aba de sua veste enchia o templo. Acima dele estavam serafins; cada um deles tinha seis asas: com duas cobriam o rosto, com duas cobriam os pés e com duas voavam. E proclamavam uns aos outros: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos, a terra inteira está cheia da sua glória”. Ao som das suas vozes os batentes das portas tremeram, e o templo ficou cheio de fumaça” (Is 6.1-4 – NVI).

Nós não estamos à mercê dos homens, nós estamos debaixo da potente mão de Deus. Nada acontece sem que Ele não saiba e nada acontece sem que Ele não permita (Is 42.12-26; Is 66.1; Sl 113).

Como disse R. N. Champlin: “Precisamos, portanto, aprender a confiar em Deus como aquele ser supremo que controla todas as coisas, e que faz tudo cooperar juntamente para o bem de suas criaturas, e, sobretudo, de seus escolhidos” [6].

2º - Conhecer a Deus é saber que Ele é o criador de todas as coisas (At 4.24b). A Bíblia nos mostra que podemos conhecer a Deus através da Sua criação (Sl 19.1-6; Rm 1.18-21; At 14.15, 17.24), Ele não se ocultou do ser humano, muito pelo contrário, a natureza nos revela que existe um criador, um sustentador e um legislador.

D. Martyn Lloyd-Jones nos diz que Deus não começou a viver quando Jesus Cristo nasceu! Deus sempre era e sempre será; Deus é eterno. A encarnação é simplesmente um ponto divisor. Você não começa em Jesus Cristo. O Deus em quem eu creio é o Deus de Gênesis: “No princípio criou Deus os céus e a terra”. O cristianismo do Novo Testamento começa com Deus o Criador [7]. Veja Hb 11.3; Jo 1.1-3. 

3º - Conhecer a Deus é saber que Ele é o Senhor da revelação (At 4.25,26). Foi este Senhor Soberano que profetizou nos Salmos os esforços dos reis do mundo para se rebelarem contra Ele e o Messias. O pensamento implícito é, claramente, que é fútil para os homens urdir tramas contra o Deus que não somente criou o universo inteiro como também previu estas coisas vãs [8]. Durante o momento de oração Deus revela a Sua Palavra, Ele mostra que o que estava acontecendo era o que fora profetizado por Davi no Salmo 2. O que estava acontecendo, na verdade, era um cumprimento profético. 
   
4º - Conhecer a Deus é saber que Ele é o Senhor da história (At 4.27,28). O que aconteceu com Jesus não foi obra do acaso, mas foi o que o Senhor já havia decido de antemão que acontecesse. O Senhor tem a história em Suas mãos. Como nos falou Paulo em Gálatas 4.4: “Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da Lei” (NVI). A palavra “tempos” nesse versículo remete ao desenrolar de todos os tempos deste mundo, e a sua “plenitude” corresponde ao “tempo determinado pelo Pai”, que o apóstolo havia mencionado em Gl 4.2. É o tempo exato estabelecido por Deus antes da fundação do mundo, no qual Seu Filho viria trazer salvação. Toda a história anterior convergia para este momento, o da chegada do Filho de Deus no palco da história humana [9].

Esta oração, inspirada pelo Espírito Santo, reconhecia que os líderes judeus estavam na mesma classe dos povos do mundo exterior que estavam sempre a enfurecer-se, conspirando contra Deus e contra Jesus. Herodes Antipas, Pilatos, os gentios e o povo de Israel verdadeiramente se reuniram em atitude hostil contra o Santo Servo de Deus, Jesus. Todavia, eles só podiam fazer o que a mão de Deus e a Sua vontade tivessem determinado de antemão que fosse feito. Eles eram, entretanto, responsáveis por seus feitos, desde que, livremente, escolheram realizá-los [10]. 
  
A Igreja Primitiva acreditava firmemente na soberania de Deus e em Seu plano perfeito para o seu povo. Convém observar, porém, que não permitiam que sua fé na soberania divina anulasse a responsabilidade humana, pois davam testemunho fiel e oravam. Quando o povo de Deus perde o equilíbrio e enfatiza excessivamente a soberania de Deus ou a responsabilidade humana, a igreja perde poder. Mais uma vez, somos lembrados das palavras sábias de Agostinho: “Ore como se tudo dependesse de Deus e trabalhe como se tudo dependesse de você” [11].

Portanto, era assim que a Igreja Primitiva entendia o Deus da criação, da revelação e da história, cujas ações características são resumidas em três verbos: “fizeste” (v. 24), “disseste” (v. 25) e “predeterminaste” (v. 28) [12].
 
A SEGUNDA LIÇÃO QUE APRENDO QUE NA ORAÇÃO DEVEMOS PEDIR INTREPIDEZ PARA PREGAR A PALAVRA (At 4.29,30).

Esta é uma oração ousada, mas não vingativa. Eles não pedem a morte de seus inimigos. Não pediram fogo de céu para destruir os seus inimigos (Lc 9.51-56). Uma igreja que ora alcança maturidade espiritual. E esta maturidade nos é mostrada aqui de três formas.

1º - A Igreja pede que o Senhor olhe para as ameaças dos Seus inimigos. Assim como o Sinédrio estava perseguindo a Igreja, posteriormente, Saulo de Tarso fez a mesma coisa. Só que ambos estavam perseguindo o Senhor Jesus através da Sua Igreja, por isso que eles pedem que o Senhor olhasse para suas ameaças.

Não oram para que suas circunstâncias fossem alteradas, nem para que seus inimigos fossem depostos dos cargos. Antes, pediram para que Deus lhes desse poder para fazer o melhor uso possível das circunstâncias e realizar o que Ele havia determinado. Não foi uma demonstração de “fatalismo”, mas de fé no Senhor da história que tem um plano perfeito e é sempre vitorioso. Pediram capacitação divina, não uma rota de fuga; e Deus lhes deu o poder que precisavam [13].

Não quero dizer com isso que seja errado pedir livramento ou mesmo a intervenção divina nas situações adversas. Não é isso. O que devemos entender é que nem sempre o Senhor irá nos livrar dos problemas; por isso que devemos pedir ao Senhor capacitação para suportá-los e continuarmos em frente testemunhando dEle. Veja por exemplo o apóstolo Paulo com seu “espinho na carne” (2Co 12.7-10).

Hernandes Dias Lopes citando Warren Wiersbe nos diz que a verdadeira oração não consiste em dizer a Deus o que fazer, mas pedir que Deus faça sua vontade em nós e por meio de nós. É pedir que a vontade de Deus seja  feita na terra, não que a vontade humana seja feita no céu [14]. 
  
2º - A Igreja pede intrepidez na Palavra. Os apóstolos não perderam o foco, eles continuavam vendo a necessidade de ousadia na pregação da Palavra. Eles sabiam que eram falíveis, eles estavam cônscios de suas fraquezas naturais, por isso eles pedem na oração intrepidez para continuarem pregando a Palavra do Senhor.

D. Martyn Lloyd-Jones diz que a obra do Espírito Santo é tornar possível que esta mensagem seja proclamada e pregada com santa ousadia [15].

Hoje muitas igrejas deixaram a Palavra e começaram a pregar as novidades do mercado da fé. Deixaram o evangelho da graça para pregar a prosperidade. Deixaram a mensagem da cruz para pregar os supostos milagres realizados por supostos homens de Deus. Deixaram de pregar o arrependimento para pregar a autoajuda. Deixaram de pregar o novo nascimento para pregar prosperidade financeira. Deixaram de pregar o evangelho para pregar outro evangelho. A Igreja anunciava com intrepidez a Palavra, não um engodo de marketing. A Igreja precisa voltar à Palavra [16].
   
3º - A Igreja pede confirmação da Palavra pregada por meio de sinais. No final do Evangelho de Marcos nos diz que “os discípulos saíram e pregaram por toda parte; e o Senhor cooperava com eles, confirmando-lhes a palavra com os sinais que a acompanhavam” (Mc 1620 – NVI).

Hoje nós temos visto dois extremos de igrejas, umas que se tornaram tão ortodoxas e teológicas que ficaram áridas em relação aos milagres. Dizem com todas as letras que o tempo do milagre acabou. Que quando morreu o último apóstolo foram enterrados com ele todos os milagres que outrora o Senhor operava.

Outras já agem de forma contrária a tudo isso. Rejeitam a ortodoxia e a teologia e se embrenham pelos milagres pregando as mais hediondas heresias.

Recentemente eu vi um vídeo em que um suposto pastor iria orar e consagrar o copo d’água das pessoas que o estava o assistindo pela TV. Caso a pessoa não tivesse água podia ser pinga, cachaça ou vodka que ele iria consagrar! Há muitas pessoas brincando com as coisas de Deus e usando Seu nome de forma indevida.

Aprendemos aqui com os apóstolos que a Igreja deve buscar a confirmação da Palavra pregada, seja com conversões, seja com milagres. O Senhor não mudou. Ele e o mesmo, ontem, hoje e para sempre (Hb 13.8).

Eles não queriam milagres por causa dos milagres, mas como oportunidades para pregar o evangelho e como sinais para que o povo reconhecesse que Jesus, na verdade, ressuscitara dentre os mortos [17].

A TERCEIRA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE O SENHOR CONFIRMA A ORAÇÃO DA IGREJA A REVESTINDO DE PODER (At 4.31).

“Depois de orarem, tremeu o lugar em que estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciavam corajosamente a palavra de Deus”.

O Senhor respondeu positivamente a oração da Igreja, e foi de forma imediata. O texto nos mostra que ocorreram três coisas:

1º - Tremeu o lugar em que estavam reunidos. Foi notável o efeito da oração. O aposento em que estavam reunidos tremeu como se houvesse um terremoto. Este era um dos sinais que indicavam a teofania no Antigo Testamento (Êx 19.18; Is 6.4) e teria sido considerado um início da resposta divina à oração [18]. O lugar foi abalado, e isso fez de todos eles mais inabaláveis.

Esse ocorrido mais uma vez nos mostra que o livro de Atos é um livro de experiências, por isso não podemos fazer teologia em cima dele. Quantas experiências notáveis vários irmãos já nos contaram que tiveram enquanto oravam. Desde visões a ouvir o Senhor falar de forma audível.

O Pastor José Satírio dos Santos da Assembleia de Deus conta em seu livro Missão em Cúcuta – Colômbia, que quando teve o chamado para ser missionário neste país teve uma experiência ímpar que o impactou tremendamente. Ele conta que depois do culto de domingo, na hora de se recolher para dormir, como de costume, ajoelhou-se ao lado da cama para orar. De repente, ele teve uma visão onde ele fora transportando para uma cidade da Colômbia. Ele conta que foi guiado até uma casa por um homem e ali eles entraram e foi convidado a lanchar com ele. Havia ali uma moça, por volta de uns dezesseis anos que os serviu: café com leite, queijo, pão e manteiga. Na visão eles oram agradecendo o alimento. Quando ele leva o pão com queijo à boca, aparece diante dele uma espécie de pergaminho onde se lia uma frase em espanhol: Dios, yo he visto uma tierra feliz! Que traduzido quer dizer: Deus, eu vi uma terra feliz! Nisso ele volta a si em seu quarto, e quando ele se dá por si ele percebe que havia pão e queijo de verdade em sua boca.

Só mais outro exemplo. Eu conheço um pastor batista, da mesma convenção que sou, CBB, que foi convidado a ir ao monte orar com alguns irmãos; embora ele não fosse muito a favor disso, foi com eles. Chegando lá ele me contou que teve uma experiência tremenda. Ele disse que viu ao seu redor e onde eles estavam tudo estava brilhando após ele ter orado. Ele me disse que pegava folhas no chão e elas simplesmente brilhavam em sua mão, e que no momento em que desceram de lá tudo havia desaparecido.

Eu poderia contar outras experiências que já ouvi de homens de Deus que vivenciaram enquanto oravam, mas creio que estas duas são suficientes.

Entenda uma coisa: uma coisa é termos uma experiência enquanto oramos, outra coisa é fazermos teologia em cima disso. 
     
2º - O Senhor encheu todos os presentes, mais uma vez, com o Seu Espírito. A experiência de Pentecostes parece se repetir mais uma vez. Todos os presentes foram cheios do Espírito Santo. Na verdade o que houve foi uma renovação da plenitude do Espírito Santo, a fim de preparar os crentes para a obra que o Senhor iria realizar através deles.

3º - E anunciavam corajosamente a Palavra de Deus. Não há evangelização eficaz sem o poder do Espírito Santo. Charles Spurgeon subia as escadas do púlpito da igreja do Tabernáculo em Londres, dizendo: “Eu creio no Espírito Santo, eu dependo do Espírito Santo”. Sem o Espírito Santo nem uma alma pode ser convertida. É mais fácil um leão tornar-se vegetariano do que uma pessoa converter-se a Cristo sem a obra do Espírito Santo. Fazer a obra de Deus sem o poder do Espírito é o mesmo que tentar cortar lenha com o cabo do machado. Precisamos ser continuamente cheios do Espírito. O enchimento de ontem não serve mais para hoje (At 2.4; 4.8; 4.31) [19]. Sem o Espírito Santo não pode haver intrepidez na pregação da Palavra. 

CONCLUSÃO

Orar é uma necessidade da igreja e de cada crente. Só podemos atingir a maturidade espiritual orando e estudando a Palavra, do contrário, seremos crentes fracos e sem autoridade espiritual. Como já dizia os antigos: “Muita oração, muito poder, pouca oração, pouco poder”.

O nome de Jesus Cristo não perdeu o poder, mas muitos do povo de Deus não têm mais esse poder, pois deixaram de orar ao Deus soberano. “Nada está além do alcance da oração, exceto o que está fora da vontade de Deus”. Como sugeriu R. A. Torrey, o conhecido evangelista e educador: “Ore por grandes coisas, espere grandes coisas, trabalhe para alcançar grandes coisas, mas, acima de tudo, ore” [20].

Pense nisso!

Notas:

1 – Tozer, A. W. Os Perigos de Uma Fé Superficial. Graça Editorial, Rio de Janeiro, RJ, 2014: p. 201.
2 – Lloyd-Jones, D. Martyn. Cristianismo Autêntico, Sermões sobre Atos dos Apóstolos, volume 2. Editora PES, São Paulo, SP, 2006: p. 255.
3 – Tozer, A. W. Os Perigos de Uma Fé Superficial. Graça Editorial, Rio de Janeiro, RJ, 2014: p. 32.  
4 – Lopes, Hernandes Dias. Atos, a ação do Espírito Santo na vida da igreja. Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2012: p. 103.
5 – Stott, John. A Mensagem de Atos, até os confins da terra. Editora ABU, São Paulo, SP, 2010: p. 109.
6 – Champlin, R. N. O Novo Testamento Interpretado, versículo por versículo. Editora Candeia, São Paulo, SP, 10ª Reimpressão, 1998: p. 101.
7 – Lloyd-Jones, D. Martyn. Cristianismo Autêntico, Sermões sobre Atos dos Apóstolos, volume 2. Editora PES, São Paulo, SP, 2006: p. 175.
8 – Marshall, I. Howard. Atos, introdução e comentário, Edições Vida Nova e Editora Mundo Cristão, São Paulo, SP, 1988: p. 103.
9 – Nicodemos, Augustus. Livres em Cristo, a mensagem de Gálatas para os dias de hoje. Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 2016: p. 198.
10 – Horton, Stanley M. O Livro de Atos. Editora Vida, Miami, Florida, EUA, 1983, p. 59.
11 – Wiersbe, Warren W. Novo Testamento 1, Comentário Bíblico Expositivo, Editora Geográfica, Santo André, SP, 2012: p. 542.
12 – Stott, John. A Mensagem de Atos, até os confins da terra. Editora ABU, São Paulo, SP, 2010: p. 110.
13 – Wiersbe, Warren W. Novo Testamento 1, Comentário Bíblico Expositivo, Editora Geográfica, Santo André, SP, 2012: p. 541.
14 – Lopes, Hernandes Dias. Atos, a ação do Espírito Santo na vida da igreja. Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2012: p. 105.
15 – Lloyd-Jones, D. Martyn. Cristianismo Autêntico, Sermões sobre Atos dos Apóstolos, volume 2. Editora PES, São Paulo, SP, 2006: p. 256.
16 – Lopes, Hernandes Dias. Atos, a ação do Espírito Santo na vida da igreja. Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2012: p. 106.
17 – Horton, Stanley M. O Livro de Atos. Editora Vida, Miami, Florida, EUA, 1983, p. 60.
18 – Marshall, I. Howard. Atos, introdução e comentário, Edições Vida Nova e Editora Mundo Cristão, São Paulo, SP, 1988: p. 105.
19 – Lopes, Hernandes Dias. Atos, a ação do Espírito Santo na vida da igreja. Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2012: p. 108.
20 – Wiersbe, Warren W. Novo Testamento 1, Comentário Bíblico Expositivo, Editora Geográfica, Santo André, SP, 2012: p. 543.